Questões Sobre Geologia e Geomorfologia - Geografia - concurso

As características hidráulicas em rochas fraturadas são um aspecto fundamental para a compreensão do fluxo de água em meios geológicos descontínuos. Entre as opções apresentadas, o ensaio de perda d’água sob pressão (alternativa E) é o método mais adequado para determinar essas propriedades, conforme indicado pelo gabarito. Esse ensaio consiste em injetar água sob pressão em uma seção isolada de um furo de sondagem e medir a vazão de perda, permitindo avaliar a permeabilidade e o comportamento hidráulico das fraturas.

Os demais métodos listados possuem aplicações específicas, mas não são os mais indicados para rochas fraturadas. O ensaio de infiltração à carga variável (A) e infiltração à carga constante (B) são mais utilizados em solos ou materiais porosos. O Slug-test (C) é aplicado em aquíferos confinados ou semi-confinados, enquanto ensaios de permeabilidade em laboratório (D) geralmente avaliam amostras intactas, não representando adequadamente o comportamento das fraturas em escala real.

Portanto, a técnica de perda d’água sob pressão destaca-se por sua eficiência em simular condições reais de fluxo em fraturas, fornecendo dados essenciais para projetos de engenharia e estudos hidrogeológicos em rochas fraturadas.

O ensaio de compressão simples em rochas é um procedimento fundamental na mecânica das rochas, permitindo a análise do comportamento do material sob carregamento uniaxial. Durante o teste, um gráfico de tensão versus deformação linear é gerado, fornecendo informações valiosas sobre as propriedades mecânicas da rocha. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra B), pois o módulo de elasticidade (também conhecido como módulo de Young) é determinado diretamente pela inclinação da região linear do gráfico, representando a relação entre tensão e deformação no regime elástico.

Embora outros parâmetros sejam importantes na caracterização das rochas, como o ângulo de atrito e a coesão (A), o coeficiente de Poisson (C), o coeficiente de adensamento (D) e a resistência ao cisalhamento (E), estes não são obtidos diretamente do gráfico de compressão simples. O módulo de elasticidade, por outro lado, é uma propriedade intrínseca do material que reflete sua rigidez e capacidade de deformação elástica, sendo essencial para projetos de engenharia e análises de estabilidade.

O texto descreve uma formação geológica típica do Estado de São Paulo, caracterizada por escarpas íngremes que delimitam um topo plano sustentado por rochas basálticas, contrastando com vertentes mais baixas formadas por sedimentos da Bacia do Paraná. Essa configuração de relevo é conhecida como cuestas, o que torna a alternativa E a correta.

As cuestas são formas de relevo assimétricas, onde um lado apresenta uma inclinação suave e o outro uma encosta abrupta, resultado da erosão diferencial entre camadas rochosas de resistências distintas. No contexto paulista, essa formação está associada ao contato entre os basaltos da Formação Serra Geral e as rochas sedimentares subjacentes, típicas da Bacia do Paraná.

As demais alternativas não correspondem à descrição fornecida: o Planalto Ocidental (A) refere-se a uma unidade mais ampla; a Depressão Periférica (B) representa áreas rebaixadas entre planaltos; o Planalto Central (C) é uma denominação genérica; e as Serranias de São Roque (D) estão localizadas em outra região do estado.

Portanto, a resposta correta é E) Cuestas, conforme indicado no gabarito.

A sondagem elétrica é um método geofísico amplamente utilizado para investigar as propriedades elétricas do subsolo, sendo especialmente eficaz em determinados contextos geológicos. Entre as alternativas apresentadas, a opção A) – que menciona nível d'água, topo rochoso e contatos estratigráficos – é a que melhor representa as aplicações com resultados mais consistentes.

O método se baseia na resistividade dos materiais, permitindo identificar camadas com diferentes propriedades elétricas. O nível d'água é facilmente detectado devido ao contraste entre zonas saturadas e não saturadas. Já o topo rochoso apresenta alta resistividade em comparação a sedimentos, facilitando sua delimitação. Por fim, contatos estratigráficos entre camadas com composições distintas também são bem mapeados, pois geram variações mensuráveis na resistividade.

As demais alternativas incluem aplicações menos adequadas, como detecção de objetos enterrados (melhor identificados por métodos como GPR) ou análise de escorregamentos (que demandam técnicas complementares). Portanto, a alternativa A) destaca corretamente os cenários onde a sondagem elétrica oferece maior precisão e confiabilidade.

O estudo das estruturas geológicas, como dobras e falhas, é fundamental para compreender a deformação das rochas e a evolução da crosta terrestre. Analisando as alternativas apresentadas, a opção correta é a C) Falhas de empurrão formam geralmente planos de baixo ângulo, pois esse tipo de falha inversa ocorre quando o bloco superior é empurrado sobre o inferior em um ângulo reduzido, típico de regiões de compressão crustal.

As demais alternativas contêm imprecisões: sinclinais são dobras com concavidade voltada para baixo (não para cima, como afirma a alternativa A); o termo "teto" refere-se ao bloco superior em falhas, independentemente do tipo (B está incorreta); dobras verticais possuem eixo axial vertical, não horizontal (D é falsa); e o cisalhamento simples envolve deformação por deslizamento paralelo de camadas, não sendo exclusivo de dobras (E está equivocada).

Portanto, a compreensão dos processos tectônicos e sua nomenclatura correta é essencial para a interpretação geológica, sendo a alternativa C a única que descreve com precisão as características das falhas de empurrão.

As rochas sedimentares são formadas a partir da acumulação e litificação de sedimentos, sendo um dos três principais tipos de rochas da crosta terrestre. Entre as alternativas apresentadas, a afirmação correta é a letra B), que indica que a maioria das rochas calcárias é formada por sedimentos de origem bioquímica. Isso ocorre porque os calcários frequentemente se originam da precipitação de carbonato de cálcio por organismos marinhos, como corais e moluscos, ou por processos químicos em ambientes aquáticos.

A alternativa A) está incorreta, pois a compactação é geralmente maior em argilas do que em sedimentos arenosos finos, devido ao menor tamanho e maior plasticidade das partículas argilosas. Já a alternativa C) também está errada, uma vez que as argilas apresentam alta compactação, apesar das forças de repulsão entre partículas, pois a pressão de soterramento supera essas forças.

A alternativa D) é falsa porque o fluxo granular refere-se a um movimento de grãos com baixa presença de fluido, ou seja, alta relação grãos/fluido. Por fim, a alternativa E) está incorreta, pois nas areias movediças ocorre um movimento descendente dos grãos em relação ao fluido, e não ascendente, devido à liquefação do sedimento.

Portanto, a resposta correta é mesmo a alternativa B), que corretamente associa a formação da maioria das rochas calcárias a processos bioquímicos, destacando a importância da atividade orgânica na gênese dessas rochas sedimentares.

O estudo dos magmas vulcânicos é fundamental para compreender os diferentes tipos de erupções e formações vulcânicas. Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a E), que afirma que os magmas andesíticos possuem viscosidade média e geralmente formam vulcões do tipo estrato.

Os magmas andesíticos são caracterizados por um teor intermediário de sílica, o que confere a eles uma viscosidade moderada. Essa viscosidade favorece a acumulação de gases, resultando em erupções explosivas. Além disso, esses magmas estão frequentemente associados a zonas de subdução, onde a crosta oceânica mergulha sob a continental, gerando vulcões compostos ou estratovulcões, conhecidos por suas camadas alternadas de lava e material piroclástico.

As demais alternativas apresentam incorreções. Os magmas basálticos (alternativa C) têm baixa viscosidade devido ao baixo teor de sílica, formando vulcões-escudo e não estratovulcões. Já os riolíticos (alternativas B) e D)) são altamente viscosos e associados a erupções violentas, não sendo compatíveis com vulcões-escudo. A alternativa A) também está incorreta, pois os magmas andesíticos não são formados em processos fissurais, mas sim em zonas de convergência de placas tectônicas.

O hornfels é um tipo de rocha metamórfica que se forma em condições específicas de alta temperatura, geralmente associadas a zonas de contato com intrusões ígneas. Esse processo ocorre quando rochas preexistentes são submetidas ao calor intenso proveniente de corpos magmáticos próximos, sem que haja uma pressão dirigida significativa. Essa característica distingue os hornfels de outros tipos de rochas metamórficas que se formam em ambientes de alta pressão, como aquelas encontradas em zonas de subducção ou em regiões profundas da crosta terrestre.

A alternativa A) está correta porque descreve precisamente a origem dos hornfels: rochas metamórficas formadas pelo metamorfismo de contato, onde o calor é o principal agente de transformação. As outras alternativas apresentam informações incorretas sobre sua formação. Por exemplo, a alternativa B) menciona um ambiente de alto grau próximo ao manto, o que não se aplica aos hornfels, já que eles não são formados por pressões extremas. Já as opções C) e D) classificam incorretamente os hornfels como rochas ígneas, ignorando sua natureza metamórfica. Por fim, a alternativa E) também está errada, pois os hornfels não são formados em zonas de subducção nem são considerados rochas de baixo grau.

Portanto, a resposta correta é A), pois reflete com precisão as condições geológicas que levam à formação dos hornfels, destacando seu processo de origem por metamorfismo de contato em altas temperaturas.

O tema das barragens de rejeito de mineração é de extrema relevância, especialmente no contexto brasileiro, onde tragédias como as de Mariana e Brumadinho evidenciaram os riscos associados a essas estruturas. Entre as alternativas apresentadas, a opção C) destaca-se como correta, pois o método de alteamento de montante, apesar de amplamente utilizado, é considerado o menos seguro devido aos riscos de ruptura.

O alteamento de montante consiste na construção de diques sobre os rejeitos já depositados, o que reduz custos e simplifica a operação. No entanto, essa técnica apresenta fragilidades significativas, como a falta de controle adequado da compactação e a dificuldade de monitorar a estabilidade da estrutura ao longo do tempo. Esses fatores aumentam o risco de liquefação, fenômeno que contribuiu para os desastres mencionados.

Embora outras alternativas apresentem elementos verdadeiros, como a menor segurança das barragens convencionais (A) ou os custos reduzidos do alteamento de jusante (B), a opção C) sintetiza de forma mais precisa a relação entre o método mais empregado e seus riscos inerentes. Além disso, a recomendação de evitar o lançamento de resíduos próximo à crista (D) e a vantagem da ampliação da drenagem no alteamento de montante (E) não contradizem a afirmação principal, mas também não a substituem em precisão.

Portanto, a escolha da alternativa C) como correta reflete a necessidade de priorizar a segurança em detrimento da conveniência operacional ou econômica, um princípio que deve guiar a gestão de barragens de rejeitos no Brasil e no mundo.

O texto descreve um tipo de metamorfismo que ocorre em grandes extensões e profundidades, envolvendo altas temperaturas e pressões dirigidas e litoestáticas, formando a maioria das rochas metamórficas da Terra. Essas características são típicas do metamorfismo regional, que se desenvolve em áreas extensas, como cadeias de montanhas, onde as rochas são submetidas a condições intensas de calor e pressão por longos períodos geológicos.

As outras opções não correspondem ao processo descrito: o metamorfismo cataclástico (A) está associado a deformações localizadas por atrito; o hidrotermal (C) envolve fluidos aquecidos; e o dinâmico (D) refere-se a pressões direcionais sem necessariamente altas temperaturas. Portanto, a resposta correta é B) regional, conforme indicado no gabarito.