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Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os Gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela.

 

(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

 

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:

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Resposta:

A alternativa correta é letra D) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.

Gabarito: Letra D

 

A questão poderia ser resolvida através da interpretação do trecho. Vamos comentar as alternativas para chegar ao gabarito.

 

a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.

 

Alternativa incorreta. O trecho da questão não toca na predominância da reflexão política sobre as belas-artes. Além disso, ao consultarmos o historiador Moses Finley (Grécia Primitiva: a Idade do Bronze e Idade Arcaica, pp.152-153), o autor afirma que as artes eram um elemento que garantia a identificação dos gregos como sendo habitantes de um espaço maior e que superava as rivalidades entre as cidades. Isso ocorria porque havia uma certa compreensão do ser grego com a produção artística nos templos, nas cerâmicas, nos teatros que eram parecidos, mesmo tendo sido produzidas em póleis diferentes.

 

b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.

 

Alternativa incorreta. O trecho da questão não fala de fragilidade militar de populações isoladas. Além disso, cada cidade-estado tinha a capacidade militar de se organizar na sua própria defesa, tanto que isso pode ser visto quando os persas estão prestes a invadir a Grécia e as cidades organizam exércitos sob a direção de Esparta e Atenas ou mesmo após a Guerra do Peloponeso onde a cidade-estado de Tebas rivaliza com Esparta na disputa pelo poder e influência sobre as demais cidades.

 

c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.

 

Alternativa incorreta. O trecho da questão não fala sobre a ligação entre o nascimento da filosofia e a formação de governos tirânicos. De fato, podemos situar que os primeiros pensamentos filosóficos surgiram nos governos dos tiranos, por volta do século VI a.C. e amadureceram entre os séculos V e IV a.C. quando as tiranias foram substituídas pela democracia ateniense.

 

d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.

 

Alternativa correta. O trecho aborda justamente a existência de diversas cidades-estados dispersas geograficamente e descentralizadas politicamente. Nesse contexto de uma multiplicidade de póleis havia um sentimento de pertencimento a uma unidade maior a que os antigos gregos denominaram de Hélade. Essa "união" poderia ser observada na língua em comum, na crença dos mitos, nas artes, na realização dos jogos olímpicos e na guerra contra um inimigo, como foi o caso das guerras contra os persas que mobilizou diversas cidades contra esse reino.

 

e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.

 

Alternativa incorreta. O trecho não fala de igualdade social entre os gregos e sabemos que havia nas póleis uma distinção social entre os diversos grupos sociais. Tomemos como exemplo a pólis ateniense onde só poderiam participar da política os homens nascidos nessa cidade, excluindo-se os estrangeiros e os escravos. Além disso, as mulheres também não poderiam participar das decisões políticas sobre a cidade. Em Esparta, havia uma estratificação ainda maior com o predomínio da aristocracia guerreira espartana sobre os hilotas, povos que foram conquistados pelos espartanos e sobre os periecos, que mesmo sendo livres não poderiam participar das decisões políticas.

   

Referências:

 

COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 6° ano: ensino fundamental, anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.

 

FINLEY, Moses. Grécia Primitiva: Idade do Bronze e Idade Arcaica. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

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