Atente aos seguintes fragmentos a respeito da democracia ateniense:
“A velha religião apoderava-se do homem à saída da assembleia onde havia livremente votado e lhe dizia: Está ligado ao eupátrida pelo culto; deves-lhe respeito, deferência, submissão; como membro de uma fratria, tens ainda um eupátrida por chefe; na própria família, na gens em que os teus antepassados nasceram e da qual não podes sair, encontras ainda a autoridade de um eupátrida.”
FUSTEL DE COULANGES, A cidade antiga. São Paulo:
Martins Claret, 2004, p.308.
“Impunha-se preencher duas condições para ingressar na Ekklêsia: 1) era preciso ser ateniense, isto é, cidadão […]. 2) era preciso ser maior […]. O controle era facilmente efetuado: bastava consultar o pínax ekklêsiastikós, que era a cópia dos registros afixados nos dêmoi.”
GUSTAVE GLOTZ, A cidade grega. Rio de Janeiro: DIFEL,
1980, p.127.
Sobre a democracia ateniense, pode-se afirmar corretamente que
- A) a participação dos habitantes de Atenas na Assembleia ou Eclésia era livre, exigindo-se, apenas, que fossem maiores de idade e nascidos na cidade.
- B) a única exigência é que tivessem um eupátrida como chefe de sua fratria e estar sob a autoridade de um eupátrida em seu genos (gens).
- C) era bastante restritiva uma vez que mulheres, metecos e escravos estavam impedidos de participar da assembleia ou Eclésia.
- D) era bastante inclusiva, pois todos os inscritos nos dêmoi podiam participar da Assembleia ou Eclésia.
Resposta:
A alternativa correta é a letra C) era bastante restritiva uma vez que mulheres,, (metecos) e escravos estavam impedidos de participar da assembleia ou Eclésia.
Essa afirmação é verdadeira porque, na democracia ateniense, a participação na Assembleia ou Eclésia era restrita a cidadãos atenienses do sexo masculino, maiores de idade e nascidos na cidade. Mulheres, metecos (estrangeiros residentes em Atenas) e escravos estavam excluídos desse processo.
Os fragmentos apresentados na questão comprovam essa restrição. No primeiro fragmento, Fustel de Coulanges destaca a importância do eupátrida (chefe de uma fratria) na vida do cidadão ateniense, o que reforça a ideia de que a autoridade era exercida por homens. Já no segundo fragmento, Gustave Glotz explica que, para ingressar na Eclésia, era preciso ser ateniense e maior de idade, o que excluía mulheres, metecos e escravos.
Portanto, a afirmação de que a democracia ateniense era restritiva é correta, pois havia grupos que estavam excluídos do processo democrático.
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