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Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso

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1) A descoberta de riquezas no subsolo da África Austral, no final do século XIX, determinou por parte da Inglaterra uma política agressiva contra os “Boers”, fato que

  • A) culminou com a derrota inglesa ante as forças “boers” do Orange e Transvaal.

  • B) contrariou a política do presidente “boer” Krugger, favorável aos imigrantes do Transvaal.

  • C) modificou a posição inglesa que era, até então, a de amparar os colonos “boers” naquela região.

  • D) culminou na intervenção da Inglaterra ao lado dos colonos que lutavam contra os “boers”.

  • E) levou à vitória inglesa, passando os territórios de Orange e Transvaal a fazer parte dos domínios britânicos.

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2) Na perspectiva do mundo ocidental, a Idade Contemporânea se iniciou, sob o ponto de vista econômico, com a Revolução Industrial e, em termos políticos, com as revoluções liberais burguesas, cujo símbolo mais expressivo foi a Revolução Francesa de 1789. Ao longo do século XVIII, as idéias iluministas prepararam o terreno para o embate que, ao final, jogou por terra os elementos que sustentavam o Antigo Regime. O século XIX assistiu à consolidação do capitalismo como sistema dominante, cujo permanente processo de expansão levou ao imperialismo. Relativamente a esse cenário histórico, julgue o item seguinte.

  • A) Certo
  • B) Errado
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B) Errado

O item afirma que o imperialismo correspondeu à fase do expansionismo capitalista, iniciada em meados do século XIX, e que o caráter amistoso dessa expansão deveu-se à preocupação das grandes potências em evitar um clima de acirrada competição que pudesse levar a guerras. No entanto, essa afirmação não é verdadeira.

O imperialismo, na verdade, foi caracterizado por uma política de expansão agressiva e competitiva das potências europeias, que buscavam dominar e explorar os recursos naturais e humanos de outras regiões do mundo. A competição entre as potências europeias foi um dos principais motivos que levaram ao imperialismo, e não uma preocupação em evitar guerras.

Além disso, o imperialismo foi marcado por uma série de práticas violentas e opressivas, como a conquista de territórios, a exploração de recursos naturais, a imposição de culturas e instituições ocidentais, e a repressão de movimentos de independência e libertação.

Portanto, a afirmação do item é errada, pois o imperialismo não foi caracterizado por um caráter amistoso ou uma preocupação em evitar guerras, mas sim por uma política de expansão agressiva e competitiva.

3) A política de expansão e domínio territorial entre povos e nações encontrou formas diversas de expressão na história mundial, mas somente no século XIX pôde-se perceber a formação de uma certa unidade de ação que é denominada política imperialista.

  • A) O fundamento da política imperialista foi a procura de mercados consumidores e a busca de novas áreas para investimento do excedente de capitais.
  • B) O imperialismo também significou a ocupação direta de inúmeros territórios e a submissão dos povos coloniais, sob a pretensão da superioridade racial dos europeus.
  • C) O imperialismo tinha por objetivo fundamental a obtenção de especiarias e gêneros tropicais produzidos no mundo colonial.
  • D) A política imperialista promoveu a partilha do mundo entre as principais potências européias. No entanto, os conflitos internos promoveram um clima de disputas e alianças secretas propiciadoras da eclosão da Primeira Grande Guerra.

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A alternativa correta é a letra C) O imperialismo tinha por objetivo fundamental a obtenção de especiarias e gêneros tropicais produzidos no mundo colonial.

Essa afirmação está correta porque, durante o século XIX, o imperialismo europeu se caracterizou pela busca de recursos naturais e materiais raros em suas colônias. As especiarias e gêneros tropicais eram alguns dos principais produtos que os europeus buscavam nas colônias, como por exemplo, o café, o açúcar, o algodão, entre outros. Esses produtos eram fundamentais para a economia europeia e seu consumo era muito alto.

Além disso, a obtenção desses produtos permitia que as potências europeias controlassem os mercados e estabelecessem um sistema de comércio desigual, onde as colônias eram obrigadas a produzir esses produtos a baixo custo e vendê-los às potências europeias a preços altos. Isso gerava um grande lucro para as potências europeias e permitia que elas financiassem suas atividades imperiais.

Portanto, a afirmação de que o imperialismo tinha por objetivo fundamental a obtenção de especiarias e gêneros tropicais produzidos no mundo colonial é correta, pois esses produtos eram fundamentais para a economia europeia e permitiam que as potências europeias controlassem os mercados e estabelecessem um sistema de comércio desigual.

4) A penetração britânica tornou-se dominante na índia durante o século XVIII. Nessa época, o governo britânico na Índia estava baseado em dois pilares: um sistema administrativo inovador e uma forte instituição econômica. Trata-se, respectivamente, do sistema de:

  • A) Domínio e da Companhia das Índias Ocidentais.
  • B) Protetorado e da Companhia das Índias Orientais.
  • C) Vice-Reino e da Instituição Financeira de Calcutá.
  • D) Mandato e da Organização Colonizadora de Bombaim.
  • E) Commonwealth e da Companhia de Comércio de Nova Délhi.

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Here is the response:

A resposta correta é a letra B) Protetorado e da Companhia das Índias Orientais.

Para entender por que essa é a resposta correta, é importante contextualizar a penetração britânica na Índia durante o século XVIII. Nesse período, o governo britânico na Índia estava baseado em dois pilares: um sistema administrativo inovador e uma forte instituição econômica.

O sistema administrativo inovador se refere ao Protetorado, que era uma forma de governo indireto em que a Companhia das Índias Orientais britânica exercia o poder em nome do governo britânico. Isso permitiu que a Grã-Bretanha estabelecesse um controle efetivo sobre a Índia sem precisar impor uma administração direta.

Já a instituição econômica forte se refere à Companhia das Índias Orientais, que era uma empresa comercial que monopolizava o comércio entre a Grã-Bretanha e a Índia. A Companhia das Índias Orientais foi fundamental para a expansão do império britânico na Índia, pois permitiu que a Grã-Bretanha explorasse os recursos naturais da região e estabelecesse uma base econômica sólida.

Portanto, a combinação do Protetorado e da Companhia das Índias Orientais foi fundamental para a penetração britânica na Índia durante o século XVIII.

5) Atentando para FALCON e MOURA, observa-se que a expansão imperialista do fim do século XIX e início do século XX teve as seguintes modalidades de domínio colonial, EXCETO:

  • A) os protetorados, onde o país colonizador assegurava a manutenção aparente da estrutura política e social preexistente, sendo o país colonizado apenas um "aliado" a receber ajuda da potência colonizadora.
  • B) as áreas ou zonas de influência, em que o país colonizador garantia a proteção dos interesses de seus nacionais, preservando o estado preexistente e com ele negociando os privilégios especiais (tratados, convenções, etc) em detrimento dos demais competidores europeus.
  • C) as colônias estratégicas, que refletiam ainda a preocupação dominante nos meios navais em fins do século XIX na obtenção de portos, ilhas e outros pequenos territórios capazes de assegurar o tráfego e a segurança do seu comércio marítimo, incluindo-se o abastecimento dos navios de guerra necessários à manutenção dos mercados conquistados.
  • D) as colônias de povoamento e de exploração, diferenciadas das demais modalidades pela inexistência de matéria-prima e mercado consumidor no país colonizado, obrigando a potência colonizadora a efetivamente ocupar o território com a transferência maciça de mão-de-obra da metrópole para as "colônias".
  • E) as colônias propriamente ditas, áreas em que o país colonizador dominava todos os setores das atividades políticas e econômicas do país colonizado.

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A resposta correta é a letra D) as colônias de povoamento e de exploração.

Essa modalidade de domínio colonial se caracteriza pela inexistência de matérias-primas e mercado consumidor no país colonizado, o que obriga a potência colonizadora a efetivamente ocupar o território com a transferência maciça de mão-de-obra da metrópole para as "colônias". Isso significa que a potência colonizadora assume o controle total sobre o país colonizado, ocupando o território e explorando seus recursos.

As outras opções não são corretas porque:

  • A) os protetorados são uma modalidade de domínio colonial em que a potência colonizadora assegura a manutenção aparente da estrutura política e social preexistente no país colonizado, mas mantém o controle sobre os aspectos mais importantes.
  • B) as áreas ou zonas de influência são regiões em que a potência colonizadora garante a proteção dos interesses de seus nacionais, preservando o estado preexistente e negociando privilégios especiais com o país colonizado.
  • C) as colônias estratégicas são territórios que refletem a preocupação dominante nos meios navais em fins do século XIX, visando à obtenção de portos, ilhas e outros pequenos territórios capazes de assegurar o tráfego e a segurança do comércio marítimo.
  • E) as colônias propriamente ditas são áreas em que a potência colonizadora domina todos os setores das atividades políticas e econômicas do país colonizado.

Portanto, a letra D) é a resposta correta porque as colônias de povoamento e de exploração se caracterizam pela inexistência de matérias-primas e mercado consumidor no país colonizado, o que obriga a potência colonizadora a efetivamente ocupar o território.

6) Leia os fragmentos abaixo.

  • A) o domínio da África expressou interesses econômicos e culturais dos europeus e teve que enfrentar vozes dissonantes de poderosos africanos.
  • B) a colonização da África no século XIX significou, para europeus e africanos, um fardo a ser carregado em nome do desenvolvimento industrial.
  • C) a superioridade racial européia, visível nos equipamentos de guerra, foi o aspecto determinante da partilha da África quando da corrida imperialista.
  • D) por natureza submissos, os africanos acabaram por se curvar aos europeus no processo conhecido como neocolonialismo.

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A contextualização histórica dos dois fragmentos apresentados PERMITE afirmar que

A alternativa correta é A) o domínio da África expressou interesses econômicos e culturais dos europeus e teve que enfrentar vozes dissonantes de poderosos africanos.

Essa afirmação é verdadeira porque os dois fragmentos apresentados revelam a postura dos europeus em relação à África no século XIX. No primeiro fragmento, Cecil Rhodes, um inglês e fundador da Rodésia, expressa sua visão de superioridade racial e cultural em relação aos africanos, acreditando que estes devem ser dominados e tratados como crianças.

Já no segundo fragmento, Machemba, rei dos yaos de Tanganica, se recusa a se submeter ao comando alemão, alegando que é um sultão em sua própria terra e que não caíra aos pés de um europeu, pois também é uma criatura de Deus. Essa resposta de Machemba mostra que os africanos não eram submissos e que havia vozes dissonantes que se opunham ao domínio europeu.

Portanto, a contextualização histórica dos dois fragmentos permite afirmar que o domínio da África expressou interesses econômicos e culturais dos europeus e teve que enfrentar vozes dissonantes de poderosos africanos.

7) O documento abaixo é um fragmento do Tratado de Bardo assinado entre a França e a Tunísia no processo conhecido como “Partilha” da África, durante a expansão imperialista dos países europeus no Continente Africano. Leia-o com atenção:

  • A) intervenção militar dos colonizados, mais bem aparelhados belicamente, nos interesses dos colonizadores, tendo inclusive de manter a segurança dos portos e das fronteiras para o devido restabelecimento da ordem, medida fundamental para os negócios imperialistas.

  • B) transferência do excedente populacional das colônias para as metrópoles, para melhor desenvolvimento dos negócios entre as duas potências, o que exigia portos bem aparelhados e ausência de problemas sociais.

  • C) estratégia de fundar áreas de influências, onde o colonizador, mantendo o poder nas mãos do governante local, o Bei, permitia o controle dos negócios pelas elites locais, ficando com o que elas achassem justo na mediação entre os dois países, sem interferir na administração da colônia.

  • D) diferentes formas de administrar as colônias adotadas pelas potências imperialistas, como, por exemplo, o Protetorado francês na Tunísia, que mantinham os governantes locais (Bei) no poder, mas, para defender interesses imperialistas, era nomeado um representante, residente no país, que de fato governaria.

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A alternativa correta é letra D) diferentes formas de administrar as colônias adotadas pelas potências imperialistas, como, por exemplo, o Protetorado francês na Tunísia, que mantinham os governantes locais (Bei) no poder, mas, para defender interesses imperialistas, era nomeado um representante, residente no país, que de fato governaria.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

O documento abaixo é um fragmento do Tratado de Bardo assinado entre a França e a Tunísia no processo conhecido como “Partilha” da África, durante a expansão imperialista dos países europeus no Continente Africano. Leia-o com atenção:

 

“Art. 2 – Para facilitar ao governo da República Francesa a realização das medidas que ele deve tomar para atingir o fim a que se propõem as altas partes contratantes, S. A. o Bey de Túnis consente que a autoridade militar francesa faça ocupar os portos que ela julgar necessários para assegurar o restabelecimento da ordem e a segurança das fronteiras e do litoral [...]

 

Art. 5 – O governo da República Francesa será representado junto a S. A. o Bey de Túnis por um ministro residente, que velará pela execução do presente ato e que será intermediário dos contatos do governo francês com as autoridades tunisianas para todos os negócios comuns dos dois países.”

 

PRECLIN, Edmond et al. Textes et documents d’histoire: l’époque contemporaine (1871-1914), p. 177-181 apud MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismo europeu no século XIX. São Paulo: Atual Editora, 1994, p. 34-35.

 

Glossário:

Bei (Bey): título de soberanos vassalos do sultão turco; governadores.

Sultão: antigo título do imperador da Turquia; título dado a alguns príncipes maometanos e tártaros.

 
  • Um dos aspectos referentes à “Partilha” da África mencionado no documento é a(s)

Note o estudante que o próprio enunciado delimitava o espectro da resposta: deveria o candidato se ater aos aspectos presentes no documento citado, e não fazer digressões muito amplas sobre o contexto da corrida imperialista sobre a África. Ter clareza sobre isso, em grande medida, reduz a questão a um esforço de interpretação de texto, ainda que o candidato não tenha conhecimentos mais aprofundados sobre o imperialismo europeu. Assim, observemos as alternativas propostas.

 
  • a)  intervenção militar dos colonizados, mais bem aparelhados belicamente, nos interesses dos colonizadores, tendo inclusive de manter a segurança dos portos e das fronteiras para o devido restabelecimento da ordem, medida fundamental para os negócios imperialistas.

Especificamente no século XIX, havia um salto tecnológico dos equipamentos militares que foi crucial na sorte da expansão europeia na África e na Ásia: a produção em grande escala de armas de repetição. Ainda que as armas de fogo estivessem muito difundidas no mundo inteiro àquela altura, as armas de repetição davam uma vantagem devastadora aos exércitos europeus, o que desequilibrou as batalhas de maneira decisiva. Além disso, fica claro, no texto, que se tratava de movimentações de tropas francesas nos territórios tunisianos; ou seja, os colonizadores instalando bases e exércitos para controlar pontos estratégicos. Não faz sentido algum, portanto, dizer que havia superioridade militar dos colonizados ou que o tratado estava privilegiando os lugares das forças tunisianas. Alternativa errada.

 
  • b)  transferência do excedente populacional das colônias para as metrópoles, para melhor desenvolvimento dos negócios entre as duas potências, o que exigia portos bem aparelhados e ausência de problemas sociais.

Não existe referência alguma de transferência de contingentes populacionais em qualquer um dos sentidos no texto citado. Além disso, pelo contrário, o esforço de colonização pressupunha o envio de pessoas das metrópoles em direção às colônias. Isso, em grande medida, aliviava as pressões domésticas, já que o processo de industrialização e as transformações no mundo rural criaram grandes excedentes populacionais nas potências europeias durante as décadas de paz do século XIX. A densidade populacional chegava a níveis alarmantes sem que a atividade econômica como um todo conseguisse absorver todos esses contingentes. Ao mesmo tempo, o empreendimento colonial permitia a tomada de terras para a redistribuição entre os metropolitanos e a formação de uma nova elite urbana na instalação de uma administração colonial. Alternativa errada.

 
  • c)  estratégia de fundar áreas de influências, onde o colonizador, mantendo o poder nas mãos do governante local, o Bei, permitia o controle dos negócios pelas elites locais, ficando com o que elas achassem justo na mediação entre os dois países, sem interferir na administração da colônia.

O espírito geral do texto citado é diametralmente oposto ao que propõe a alternativa: a França impondo condições e fortes restrições à soberania da Tunísia e constrangendo o governo local a aceitar as movimentações metropolitanas. Sequer sobre quais portos a autoridade francesa tomaria para si o Bey de Túnis poderia arbitrar, sendo previamente submetido ao jugo e às arbitrariedades metropolitanas. As elites locais também estariam dramaticamente constrangidas pelas forças metropolitanas sob a representação de um governo colonial sem maiores espaços para a justa mediação de conflitos. Alternativa errada.

 
  • d)  diferentes formas de administrar as colônias adotadas pelas potências imperialistas, como, por exemplo, o Protetorado francês na Tunísia, que mantinham os governantes locais (Bei) no poder, mas, para defender interesses imperialistas, era nomeado um representante, residente no país, que de fato governaria.

A alternativa é bastante completa e deixa pouquíssimo espaço para dúvidas. O documento citado representa um dos vários modelos ensejados para a organização das administrações coloniais. No caso específico da Tunísia, submetia-se o antigo soberano à condição de Protetorado francês, mantendo-se a autoridade local para fins representativos, mas transferindo as funções realmente sensíveis para um representante metropolitano ("um ministro residente"). Ou seja, ainda que se fornecesse aspectos simbólicos de respeito às formas políticas locais, a prática as autoridades de Túnis estavam sob controle metropolitano, fazendo triunfar a vontade imperialista. Em outras regiões, no entanto, havia o estabelecimento direto de governos coloniais, negando qualquer forma de representação aos colonizados. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Como dito no comentário preliminar, todas as alternativas erradas poderiam ser adequadamente desmontadas por um simples esforço de interpretação de texto, o que ficava subentendido já no enunciado. Ter esse tipo de percepção sem cair em desesperos por não dominar o tema pode ser um fator decisivo no momento da prova. Afinal, mesmo um candidato pouco preparado no campo da História conseguiria perfeitamente superar esta questão com uma leitura adequada do enunciado e das alternativas. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

8) O Imperialismo, um dos principais processos iniciado no século XIX, teve repercussões profundas em vários continentes, principalmente na Ásia e África.

  • A) Vítima da exploração desenfreada de seus recursos, a África, apesar da independência de seus países, ainda se ressente do passado colonial. Muitos estados desse continente ainda figuram entre os que possuem os piores indicadores sociais e econômicos do mundo.
  • B) A China foi invadida, humilhada e perdeu sua autonomia e parte de seu território no século XIX. Na segunda metade do século XX recuperou sua força e poder e é na atualidade um exemplo de crescimento econômico acelerado, apesar dos graves problemas que o país herdou do passado.
  • C) A Índia foi uma das principais colônias britânicas durante o processo imperialista. Desde 1947 tornou-se independente e é um dos mais importantes países em desenvolvimento da atualidade.
  • D) O Brasil, depois da independência em 1822, tornou-se um dos principais países patrocinadores do Imperialismo. Isso ocorreu devido à aliança com Grã-Bretanha e EUA. Tal fato explica as várias colônias que o Brasil criou na América Central (Guiana e Cisplatina) e África (Angola e Moçambique).

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A alternativa correta é letra D) O Brasil, depois da independência em 1822, tornou-se um dos principais países patrocinadores do Imperialismo. Isso ocorreu devido à aliança com Grã-Bretanha e EUA. Tal fato explica as várias colônias que o Brasil criou na América Central (Guiana e Cisplatina) e África (Angola e Moçambique).

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

O Imperialismo, um dos principais processos iniciado no século XIX, teve repercussões profundas em vários continentes, principalmente na Ásia e África.


Acerca das origens, aspectos e principais conseqüências desse processo, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

  • a) Vítima da exploração desenfreada de seus recursos, a África, apesar da independência de seus países, ainda se ressente do passado colonial. Muitos estados desse continente ainda figuram entre os que possuem os piores indicadores sociais e econômicos do mundo.

A alternativa não impõe muitas dificuldades ao candidato. O passado colonial da África deixou marcas profundas na realidade desses países mesmo após a independência. A exploração colonial desarticulou formas locais de organização social e impôs um sistema de exploração de riquezas, mas isso veio desacompanhado de um programa de desenvolvimento local sério e sistematizado. Quando das independências múltiplas, esses novos Estados se viram sem um aparato estatal organizado e com economias altamente dependentes de suas antigas metrópoles. Os dez piores índices de desenvolvimento humano se concentram na África. Sem erros na alternativa.

 
  • b) A China foi invadida, humilhada e perdeu sua autonomia e parte de seu território no século XIX. Na segunda metade do século XX recuperou sua força e poder e é na atualidade um exemplo de crescimento econômico acelerado, apesar dos graves problemas que o país herdou do passado.

O império chinês experimentou um importante declínio no século XIX, quando foi agredido por potências ocidentais em busca de novos mercados. A abertura forçada de portos chineses para o comércio com o Ocidente se deu por meio das armas, o que incluiu as duas guerras do ópio. Partes dos seus territórios como Macau e Hong Kong foram anexadas por potências europeias após os enfrentamentos militares. No início do século XX, ainda seria alvo do expansionismo japonês, que imporia duras derrotas aos chineses e praticaria horrores ao longo da Segunda Guerra Mundial. Com a conclusão da Revolução Chinesa na década de 1940, o país entraria no seu período comunista, que passaria a ter um importante crescimento industrial e comercial a partir da década de 1970. Experimentando um crescimento econômico muito acelerado no final do século XX e no início do atual século, a China ascenderia como uma das grandes potências contemporâneas, ainda que enfrente dificuldades domésticas importantes, como a miséria nos interiores rurais do país e um complexo processo de concentração de renda. Sem erros na alternativa.

 
  • c) A Índia foi uma das principais colônias britânicas durante o processo imperialista. Desde 1947 tornou-se independente e é um dos mais importantes países em desenvolvimento da atualidade.

Chamada de joia da Coroa do império britânico, a Índia foi a chave fundamental para o desenvolvimento do imperialismo europeu do século XIX. A historiografia costuma associar a coração da rainha Vitória como imperatriz das Índias como o marco inicial do imperialismo. Epicentro da estratégia geopolítica e comercial britânica, a Índia se tornaria independente depois de um longo processo de resistência civil em 1947, outro importante marco na história das independências múltiplas do século XX. Contemporaneamente, a Índia, apesar de gravíssimas contradições socioeconômicas, emergiu como uma importante força econômica do Sul global, estabelecendo-se como um mercado dinâmico e como polo de exportações de alta tecnologia. Sem erros na alternativa.

 
  • d) O Brasil, depois da independência em 1822, tornou-se um dos principais países patrocinadores do Imperialismo. Isso ocorreu devido à aliança com Grã-Bretanha e EUA. Tal fato explica as várias colônias que o Brasil criou na América Central (Guiana e Cisplatina) e África (Angola e Moçambique).

A alternativa é completamente despropositada. Em primeiro lugar, Guiana e Cisplatina (Uruguai) ficam na América do Sul. Em 1822, a província da Cisplatina era parte do território da América portuguesa e o novo país tentaria manter o controle sobre a região. No entanto, os dois levantes ocorridos na Cisplatina culminariam com a independência uruguaia. Angola e Moçambique continuariam sendo colônias portuguesas até 1975 e jamais passaram perto de ser colônias brasileiras. Inclusive, era uma das cláusulas do tratado de reconhecimento português da independência brasileira o compromisso do Brasil em não incentivar a independência de outras áreas do império português. Por conter erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA D.

9) William James Herschel, coletor do governo inglês, iniciou na Índia seus estudos sobre as impressões digitais ao tomar as impressões digitais dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impressões serviam de assinatura. Aplicou-as, então, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prisões inglesas, na Índia, para reconhecimento dos fugitivos. Henry Faulds, outro inglês, médico de hospital em Tóquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia. Examinando impressões digitais em peças de cerâmica pré-histórica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificação das linhas papilares e preconizou uma técnica para a tomada de impressões digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.

  • A)  De fraternidade, já que ambos visavam aos mesmos fins, ou seja, autenticar contratos.

  • B)  De dominação, já que os nativos puderam identificar os ingleses falecidos com mais facilidade.

  • C)  De controle cultural, já que Faulds usou a técnica para libertar os detidos nas prisões japonesas.

  • D)  De colonizador-colonizado, já que, na Índia, a invenção foi usada em favor dos interesses da coroa inglesa.

  • E)  De médico-paciente, já que Faulds trabalhava em um hospital de Tóquio.

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A alternativa correta é letra D)  De colonizador-colonizado, já que, na Índia, a invenção foi usada em favor dos interesses da coroa inglesa.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

William James Herschel, coletor do governo inglês, iniciou na Índia seus estudos sobre as impressões digitais ao tomar as impressões digitais dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impressões serviam de assinatura. Aplicou-as, então, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prisões inglesas, na Índia, para reconhecimento dos fugitivos. Henry Faulds, outro inglês, médico de hospital em Tóquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia. Examinando impressões digitais em peças de cerâmica pré-histórica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificação das linhas papilares e preconizou uma técnica para a tomada de impressões digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.

 

Internet: <www.fo.usp.br> (com adaptações).

 
  • Que tipo de relação orientava os esforços que levaram à descoberta das impressões digitais pelos ingleses e, posteriormente, à sua utilização nos dois países asiáticos?

A proposta do enunciado é bastante pobre, o que chega a dificultar a compreensão. Por isso, organizemos, antes, o que se tem em tela. O texto traz a história dos primórdios da datiloscopia, isto é, da técnica de identificação de indivíduos a partir das suas impressões digitais. Ambos es pesquisadores eram ingleses e atuavam no Extremo Oriente num período em que o Império Britânico se estendia por todos os continentes. As preocupações imediatas de ambos, no ambiente colonial, era de identificação e de controle inequívoco de indivíduos, permitindo uma rotina policial e administrativa bastante eficiente e sem espaços para refutação. Assim, observemos as alternativas que seguem.

 
  • a)  De fraternidade, já que ambos visavam aos mesmos fins, ou seja, autenticar contratos.

O caminho mais fácil para eliminar esta alternativa seria a observação de que a pesquisa de Henry Faulds tinha como preocupação maior o estabelecimento de uma técnica que permitisse a identificação de criminosos pelas impressões digitais; ou seja, não se prestava à autenticação de contratos. Além disso, em nenhum dos dois casos pode ser compreendido espírito fraterno pautando as relações coloniais. Alternativa errada.

 
  • b)  De dominação, já que os nativos puderam identificar os ingleses falecidos com mais facilidade.

Segundo o texto apresentado no enunciado, as técnicas eram pesquisadas e dominadas pelos britânicos nas colônias, sem nenhuma forma de transferência para os povos colonizados. A aplicação da datiloscopia ao registro de falecimentos não estava restrita aos óbitos de cidadãos britânicos, mas sim estava ligada a toda a estrutura administrativa britânica na região. Alternativa errada.

 
  • c)  De controle cultural, já que Faulds usou a técnica para libertar os detidos nas prisões japonesas.

A técnica de Faulds foi empregada para imputar culpabilidade em criminosos por meio do reconhecimento das impressões digitais. Foram os estudos de Herschel que se dedicaram à administração das prisões na Índia para que o governo pudesse empreender buscas contra fugitivos e ter maior controle sobre a população carcerária. Alternativa errada.

 
  • d)  De colonizador-colonizado, já que, na Índia, a invenção foi usada em favor dos interesses da coroa inglesa.

De fato, os jogos de dominação e de controle administrativo é que estavam em evidência no desenvolvimento destes estudos de datiloscopia. No caso indiano, era de interesse da Coroa britânica empregar técnicas que auxiliassem no cotidiano da administração colonial, seja na repressão (perseguição a fugitivos) seja no controle sobre os contratos e num sistema de validação de identidades. Portanto, estas relações dialogavam diretamente com as relações de colonizar e colonizado, estando o primeiro no domínio da técnica enquanto o segundo era alvo da vigilância sem poder compreender seus mecanismos. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  De médico-paciente, já que Faulds trabalhava em um hospital de Tóquio.

Faulds, de fato, trabalhava num hospital em Tóquio. Mas o desenvolvimento de sua técnica de identificação datiloscópica não estava a serviço de suas habilidades clínicas ou de sua interação com o processo terapêutico do paciente, mas sim a um projeto de identificação individual e inequívoco. A preocupação de Faulds quanto à datiloscopia não estava propriamente no âmbito da medicina voltada para o paciente, mas sim da medicina legal, campo mais preocupado com a criminalística. Alternativa errada.

  

É bem claro nesta questão a preocupação do ENEM em verificar a capacidade de interpretação de texto do candidato sem observar tanto o conhecimento da disciplina específica. É fundamental que o estudante se habitue a ler toda a prova no ENEM, assim pode superar muitas questões sem nem mesmo dominar integralmente alguns dos seus temas. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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10) Leia esse texto.

  • A) absolutismo.
  • B) imperialismo.
  • C) mercantilismo.
  • D) anglicanismo.

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A alternativa correta é letra B) imperialismo.

Gabarito: ALTERNATIVA B

   

 

HOBSBAWN, Eric – A Era das Revoluções – Ed. Paz e Terra.

 
  • Quando a burguesia financeira, aliada ao Estado, partiu para a conquista de novos mercados fora de seus limites territoriais, teve início a política conhecida como

A "expansão do capitalismo" de meados do século XIX a que o enunciado faz referência está intimamente ligado com o fenômeno do imperialismo e ao aumento do alcance dos mercados financeiros. Quanto ao imperialismo, nada havia mais óbvio do que a proeminência da ação estatal carregando a reboque a expansão privada. A formação dos impérios coloniais na África e na Ásia seria crucial para a inclusão dessas outras regiões no sistema capitalista europeu, mas isso se deu pela ação direta dos Estados nacionais. Sobre isso, é fundamental que o estudante compreenda que se tratou de uma empresa muito cara e difícil, envolvendo a mobilização de tropas e a formação de novos aparatos burocráticos. Ainda que, de fato, a iniciativa privada tenha estabelecido vínculos comerciais e realizado investimentos nessas regiões, o estudante precisa ter claro de que a ação direta do Estado sempre esteve muito presente. Sobre isso, há de se observar que importantes esforços militares e diplomáticos foram feitos para garantir o controle e a estabilidade sobre essas novas regiões integradas ao capitalismo.

 

Mas ainda que observemos a expansão capitalista para a América Latina e para a Ásia independente, enquadrando países recém-independentes na lógica maior do capitalismo, não se pode descartar a ação estatal. As grandes potências europeias envidaram importantes esforços para garantir os chamados tratados assimétricos em países como Brasil e China, o que garantia aos comerciantes europeus expressivas vantagens comerciais. Nesses casos, de fato, a atuação comercial e os investimentos das burguesias nacionais europeias foram muito importantes, mas, ainda assim, o Estado precisou agir para abrir mercados (caso dramático da China) e para estabelecer vantagens comerciais excepcionais (caso do Brasil na década de 1820).

 

Sobre as crises do capitalismo, é incorreto se dizer que não ocorreram. Em diversos pontos do século XIX, os investimentos sofreram reveses e dificuldades importantes, o que ia desde superaquecimento da oferta até o excesso de capital não empregado. Além disso, ocorreram choques e dificuldades durante a corrida imperialista, cujas rivalidades seriam levadas ao extremo na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 

 

a)  absolutismo.
b)  imperialismo.
c) 
 mercantilismo.
d)  anglicanismo.

 

Por fim, note o estudante que o absolutismo e o mercantilismo pertenciam ao Antigo Regime, que foi derrotado pela ascensão da burguesia entre os séculos XVIII e XIX. Assim, está correta a ALTERNATIVA B.

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