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“Muita gente no chamado mundo ocidental ou metropolitano, bem como seus parceiros do Terceiro Mundo ou das ex-colônias, concorda que a época do grande imperialismo clássico, o qual atingiu seu clímax na “era do império”, segundo a descrição de Eric Hobsbawm, e terminou mais ou menos formal com o desmantelamento das grandes estruturas coloniais após a Segunda Guerra Mundial, continua a exercer, de uma ou outra maneira, uma influência cultural considerável no presente. Pelas mais variadas razões, sente-se uma nova premência de entender o que permanece ou não permanece do passado, e essa premência se introduz nas percepções do presente e do futuro” (SAID, E. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 38”.

 

Sobre o imperialismo é INCORRETO afirmar que:

Resposta:

A alternativa correta é letra A) entre 1870 e 1914, a Europa Ocidental e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, da Ásia, da Oceania e da América Latina.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

“Muita gente no chamado mundo ocidental ou metropolitano, bem como seus parceiros do Terceiro Mundo ou das ex-colônias, concorda que a época do grande imperialismo clássico, o qual atingiu seu clímax na “era do império”, segundo a descrição de Eric Hobsbawm, e terminou mais ou menos formal com o desmantelamento das grandes estruturas coloniais após a Segunda Guerra Mundial, continua a exercer, de uma ou outra maneira, uma influência cultural considerável no presente. Pelas mais variadas razões, sente-se uma nova premência de entender o que permanece ou não permanece do passado, e essa premência se introduz nas percepções do presente e do futuro” (SAID, E. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 38”.

 

Sobre o imperialismo é INCORRETO afirmar que:

  • a)  entre 1870 e 1914, a Europa Ocidental e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, da Ásia, da Oceania e da América Latina.

Como fica claro no enunciado, não se pode resumir o imperialismo clássico, que emerge na década de 1870 e entrará em crise definitiva a a partir de 1945, à influência ou ao predomínio político, econômico e cultural; mas sim ao estabelecimento de administração colonial direta a partir do poder metropolitano. Eram impérios coloniais de fato, dividindo territórios e formando soberanias europeias em vários pontos do planeta. Entre os europeus, Reino Unido e França formara a vanguarda da corrida colonial, dividindo territorialmente a África e a Ásia em vastas porções de suas administrações coloniais. No caso dos Estados Unidos, houve, de fato, uma expansão na direção do Caribe e, principalmente, para o Pacífico no final do século XIX. No entanto, é bastante incorreto dizer que a América Latina foi um grande alvo da corrida imperialista, já que as independências das repúblicas da região jamais foram realmente ameaçadas, ainda que houvesse um importante predomínio econômico das potências centrais. Por ser a única a apresentar erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  esse período ficou conhecido como imperialista, e as causas dessa expansão foram diversas. No entanto, todas se relacionam com o desenvolvimento do capitalismo industrial nos países imperialistas.

A primeira frase da alternativa é uma platitude e é difícil compreender o que o avaliador buscava aqui. Mas, de fato, não é possível definir uma causa única para a corrida imperialista, afinal envolveu diferentes potências em diferentes contextos. No entanto, há uma importante covariação entre todas as potências imperialistas: estavam todas profundamente envolvidas com o desenvolvimento da Segunda Revolução Industrial, disputando mercados internacionais e buscando desenvolver seus parques domésticos, o que envolvia acesso a matérias primas e a dinamização dos mercados. Sem erros na alternativa.

 
  • c)  o imperialismo tinha outras máscaras e razões mais sutis e menos transparentes. A conquista militar e política de milhões de seres humanos de outras raças e culturas era induzida pela exportação de capitais que não rendiam juros suficientes na Europa.

Os vultuosos lucros dos parques industriais europeus geravam excedentes de capitais que já não encontravam espaços financeiros adequados nos mercados centrais. A possibilidade de realizar novos investimentos em infraestrutura, de controlar novos mercados consumidores e ampliar suas áreas de atuação era uma pressão importante na corrida imperialista: o sistema capitalista como um todo precisava transbordar os limites do desenvolvimento das economias centrais - que também ampliavam suas capacidades comerciais. Os lucros e a dinamização econômica oriundos desse processo ofereciam grandes atrativos econômicos para o estabelecimento dos impérios coloniais. Sem erros na alternativa.

 
  • d)  jogo político significou que qualquer mudança de posição, de poder, dentro e fora da Europa, prejudicaria o vizinho. Nesse sentido, a formação de um império colonial por parte de um país foi vista como instrumento de força e prestígio que podia romper o equilíbrio entre as potências.

O quarto final do século XIX na Europa foi marcado por um tenso equilíbrio político-militar entre as potências centrais. A ascensão alemã, a força comercial britânica e a estabilização política francesa reforçavam as tensões centrais na política internacional. Nesse contexto a expansão imperialista era um novo fator de incerteza: o pioneirismo de uma das potências poderia significar uma vantagem irreversível dentro desse equilíbrio. A amplitude dos impérios coloniais foi, de fato, uma componente de prestígio e de demonstração de força entre essas potências, mas também um fator de acirramento decisivo das rivalidades. Sem erros na alternativa.

 
  • e)  o temor de que uma potência estrangeira ameaçasse uma possessão colonial estimulava a conquista de uma fronteira mais extensa. Foi a esse elemento a que alguns historiadores chamaram de um “acumulativo processo preventivo”

Esta alternativa é, praticamente, um corolário da anterior. O "acumulativo processo preventivo" é uma resultante direta da incerteza estrutural resultante da expansão imperialista -  daí, o reforço da lógica da corrida imperialista para se evitar um desvantagem definitiva no frágil equilíbrio central. Ou seja, as duas alternativas acabam por se anular mutuamente, já que, dado que estão conectadas, as duas não poderiam estar simultaneamente erradas. Sem erros na alternativa.

  

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA A.

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