Segundo Leila Leite Hernandez, “A partir do momento que foram utilizadas as noções de “brancos” e “negros” para nomear, de maneira genérica, os europeus colonizadores e os africanos colonizados, os segundos têm de enfrentar uma dupla servidão: como ser humano e no mundo do trabalho”.
(Fonte: HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea.
São Paulo: Selo Negro, 2008, p 23.)
Com base na obra citada, a autora conclui que:
- A) o negro e o branco, marcados pela pigmentação da pele, por imposição transformaram-se em mercadorias destinados a diversas formas compulsórias de trabalho.
- B) o negro, marcado pela pigmentação da pele, transformado em mercadoria e destinado a diversas formas compulsórias de trabalho, também é símbolo de uma essência racial imaginária, ilusoriamente inferior.
- C) tanto na África Subsaariana e Setentrional, o negro transformou o próprio negro em mercadorias e o destinou a diversas formas compulsórias de trabalho, tendo como base as políticas de apartheid.
- D) na África Subsaariana e Setentrional, a pigmentação da pele era determinante e selava o destino daqueles que poderiam tornar-se mercadorias ou aderir ao trabalho compulsório escravista.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) o negro, marcado pela pigmentação da pele, transformado em mercadoria e destinado a diversas formas compulsórias de trabalho, também é símbolo de uma essência racial imaginária, ilusoriamente inferior.
Gabarito: Letra B
Trata-se de uma questão específica retirada do livro da autora.
Leila Leite Hernandez menciona que havia uma construção de visões e discursos de superioridade dos europeus em relação aos africanos. Uma supremacia do branco sobre o negro.
Assim, aos negros seria reservado tudo o que o mantivesse em condição inferior, como a realização de trabalhos compulsórios ou mesmo a negação de direitos sociais. O extremo seria a segregação social dentro de um país como no caso do Apartheid, na África do Sul.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o negro e o branco, marcados pela pigmentação da pele, por imposição transformaram-se em mercadorias destinados a diversas formas compulsórias de trabalho.
Somente o negro, em função da pigmentação da pele que relembrava a história bíblica da maldição de Cam. Este era um dos filhos de Noé, que havia zombado do pai por ter bebido além da conta. Por essa atitude toda a sua descendência foi condenada a viver com a pele da cor escura. Assim, os africanos seriam descendentes de Cam e, portanto, por direito a serem escravizados.
Letra C: tanto na África Subsaariana e Setentrional, o negro transformou o próprio negro em mercadorias e o destinou a diversas formas compulsórias de trabalho, tendo como base as políticas de apartheid.
O branco transformou o negro em mercadoria, mão de obra e tutela, tendo como base os discursos religiosos, como da maldição de Cam ou discursos humanitários de levar o progresso e a civilização aos povos mais atrasados. Além disso, o apartheid foi uma política específica da África do Sul.
Letra D: na África Subsaariana e Setentrional, a pigmentação da pele era determinante e selava o destino daqueles que poderiam tornar-se mercadorias ou aderir ao trabalho compulsório escravista.
Na África Subsaariana apenas.
Referência:
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
Deixe um comentário