Questões Sobre Doenças Hematológicas - Enfermagem - concurso

A doação de sangue é um ato de solidariedade que salva vidas, mas exige cuidados específicos para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor. No caso apresentado, em que um candidato à doação informa ter sido vacinado contra influenza, é fundamental seguir as normas estabelecidas pelos órgãos de saúde.

Conforme as diretrizes vigentes no Brasil, após a administração da vacina contra influenza, o doador fica inapto temporariamente por um período de 48 horas. Esse intervalo é necessário para evitar possíveis interferências nos exames laboratoriais realizados no sangue doado e assegurar que não haja reações adversas pós-vacinação que possam comprometer o bem-estar do doador.

Portanto, a alternativa correta é a D) 48 horas, conforme indicado no gabarito. As outras opções apresentadas (3 meses, 72 horas, 15 dias ou 6 meses) não correspondem ao período de inaptidão estabelecido para essa situação específica.

É importante ressaltar que a equipe de saúde deve sempre orientar os candidatos sobre esses critérios, garantindo transparência e segurança no processo de doação de sangue.

A transfusão de hemoderivados é um procedimento médico essencial em diversas situações clínicas, mas que pode acarretar efeitos adversos significativos. Essas reações são classificadas em agudas ou tardias, dependendo do tempo de manifestação após a transfusão. No contexto das reações transfusionais, é fundamental compreender suas causas para garantir um manejo adequado e minimizar riscos aos pacientes.

Entre as alternativas apresentadas, a hemossiderose (alternativa B) destaca-se como a afirmação correta. Essa condição ocorre devido ao acúmulo excessivo de ferro em órgãos vitais, como coração, fígado e baço, resultante de múltiplas transfusões sanguíneas. O ferro presente nos hemocomponentes transfundidos não pode ser adequadamente excretado pelo organismo, levando à sua deposição progressiva nos tecidos e, consequentemente, a danos orgânicos. Esse processo é característico de pacientes que dependem de transfusões crônicas, como aqueles com anemias hemolíticas ou síndromes mielodisplásicas.

As demais alternativas apresentam informações incorretas sobre as causas das reações transfusionais. A reação alérgica (alternativa A), por exemplo, está geralmente associada a hipersensibilidade a proteínas plasmáticas do doador, e não a erros de rotulagem. Já a reação não hemolítica febril (alternativa C) é causada pela interação entre os anticorpos do receptor e os leucócitos do doador, e não o contrário. Por fim, a mieloplasia e paraparesia espástica tropical (alternativa D) está relacionada ao vírus linfotrópico de células T humano (HTLV), e não ao vírus Epstein-Barr.

Portanto, o reconhecimento preciso das causas das reações transfusionais é crucial para a prática médica segura. A hemossiderose representa um desafio importante no acompanhamento de pacientes politransfundidos, exigindo monitoramento rigoroso e, quando necessário, terapia quelante de ferro para prevenir complicações graves.

A anemia é uma condição clínica caracterizada pela redução da concentração de hemoglobina no sangue, conforme destacado por Brunner & Suddarth (2011). Entre os diversos tipos de anemia, aquela causada pela deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico é conhecida como anemia megaloblástica. Essa condição ocorre devido à produção inadequada de DNA durante a eritropoiese, resultando em células sanguíneas anormalmente grandes (megaloblastos) e imaturas.

A anemia megaloblástica difere de outras formas de anemia, como a anemia ferropriva (causada por deficiência de ferro), a anemia aplásica (relacionada à falência da medula óssea), a síndrome mielodisplásica (um distúrbio da produção de células sanguíneas) e a anemia falciforme (uma doença hereditária que afeta a estrutura da hemoglobina). A resposta correta para a pergunta apresentada é, portanto, a alternativa E) Anemia Megaloblástica.

O transplante de medula óssea alogênico é um procedimento complexo que envolve a substituição da medula óssea doente do paciente por células saudáveis de um doador compatível. Esse processo frequentemente inclui quimioterapia em altas doses, que tem como objetivo eliminar as células doentes e suprimir o sistema imunológico para evitar a rejeição do enxerto. No entanto, esses tratamentos intensivos podem resultar em diversos efeitos colaterais, tanto agudos quanto crônicos.

Entre as opções apresentadas, a esterilidade (alternativa D) se destaca como um efeito colateral crônico. Isso ocorre porque a quimioterapia em altas doses pode causar danos irreversíveis aos órgãos reprodutivos, afetando a produção de gametas e levando à infertilidade permanente. Esse é um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, especialmente para aqueles em idade reprodutiva.

As outras alternativas representam efeitos colaterais que, embora graves, são geralmente temporários. A alopecia (A), estomatite grave (B), náuseas (C) e diarreia (E) são complicações agudas que costumam melhorar após o término do tratamento. A esterilidade, por outro lado, persiste mesmo após a recuperação do paciente, caracterizando-se como uma consequência crônica do transplante alogênico com quimioterapia em altas doses.

Portanto, a alternativa correta é de fato a D) Esterilidade, que representa um dos impactos de longo prazo mais relevantes deste tipo de tratamento.

O sistema ABO é fundamental para a compatibilidade sanguínea em transfusões, sendo composto por quatro tipos principais: A, B, AB e O. Essas classificações são determinadas pela presença ou ausência de aglutinogênios nas hemácias e de aglutininas no plasma. Para garantir a segurança em procedimentos transfusionais, é essencial realizar testes de tipagem sanguínea que identifiquem corretamente esses marcadores.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a A), que menciona a Prova direta ou globular (Beth Vincent) e a Prova reversa, sérica (Simonin). A Prova direta identifica os aglutinogênios presentes nas hemácias, enquanto a Prova reversa detecta as aglutininas no plasma. Juntas, essas provas fornecem uma análise completa do tipo sanguíneo, evitando reações adversas em transfusões.

As demais alternativas incluem métodos como o teste de Coombs ou a hemólise, que, embora relevantes em outros contextos hematológicos, não são os testes padrão para a tipagem ABO. Portanto, a combinação das provas direta e reversa permanece como o método mais preciso e amplamente utilizado na determinação dos grupos sanguíneos do sistema ABO.

O sistema de grupo sanguíneo Rh é um dos mais importantes na medicina transfusional e na obstetrícia, sendo fundamental para a compatibilidade sanguínea e a prevenção de complicações como a doença hemolítica do recém-nascido. Analisando as afirmativas apresentadas, podemos compreender melhor suas características e funções.

A primeira afirmativa indica que a expressão do sistema Rh provavelmente ocorre apenas em hemácias. Isso está correto, pois os antígenos Rh são predominantemente encontrados na superfície das hemácias, diferentemente de outros sistemas que podem se expressar em outros tecidos.

A segunda afirmativa menciona as prováveis funções do sistema Rh, como a manutenção da integridade da membrana e o transporte. Essas funções são consistentes com estudos que sugerem que as proteínas Rh estão envolvidas na estrutura da membrana celular e possivelmente no transporte de moléculas, como a amônia.

A terceira afirmativa afirma que os anticorpos Rh normalmente não se ligam a baixas temperaturas, o que é verdadeiro. Os anticorpos anti-Rh são tipicamente do tipo IgG e reagem melhor em temperatura corporal (37°C), sendo considerados anticorpos quentes, ao contrário dos anticorpos IgM, que podem aglutinar em temperaturas mais baixas.

Já a quarta afirmativa está incorreta, pois afirma que os anticorpos Rh são na maioria das vezes IgM e não ativam complemento. Na realidade, os anticorpos anti-Rh são predominantemente IgG, que podem ativar o sistema complemento, embora de forma menos eficiente do que os anticorpos IgM.

Portanto, as afirmativas corretas são a 1, 2 e 3, tornando a alternativa A a resposta adequada. Essa análise reforça a importância do sistema Rh na prática clínica e no entendimento das reações imunológicas relacionadas aos grupos sanguíneos.

O sistema de grupo sanguíneo ABO é fundamental na medicina transfusional e foi pioneiro na descoberta dos grupos sanguíneos. Ele é caracterizado pela presença de antígenos específicos na superfície das hemácias e de anticorpos correspondentes no plasma. Entre as alternativas apresentadas, a única incorreta é a letra D, que afirma que os antígenos do sistema ABO são proteínas comuns na natureza.

Na realidade, os antígenos do sistema ABO são glicolipídios ou glicoproteínas, e não proteínas simples. Eles estão presentes não apenas nas hemácias, mas também em diversos tecidos do corpo, o que os torna importantes na histocompatibilidade (alternativa B). Além disso, esses antígenos podem ser encontrados de forma solúvel em secreções como saliva e sêmen (alternativa E), um traço determinado pelo gene secretor.

Os anticorpos do sistema ABO são naturais e regulares (alternativa A), ou seja, desenvolvem-se espontaneamente sem necessidade de exposição prévia a hemácias incompatíveis. Esses anticorpos são responsáveis por reações transfusionais graves (alternativa C) quando há incompatibilidade entre doador e receptor, tornando o sistema ABO crítico para a segurança em transfusões sanguíneas.

Portanto, a alternativa D está incorreta porque os antígenos ABO não são proteínas, mas sim estruturas carboidratadas ligadas a lipídios ou proteínas, uma distinção bioquímica essencial para compreender sua função e relevância clínica.

A hemaglutinação é um fenômeno crucial em diagnósticos laboratoriais, caracterizado pela aglutinação de eritrócitos devido a reações específicas (como anticorpos) ou inespecíficas (causadas por substâncias químicas ou enzimas). Entre os reagentes listados, a solução fisiológica (0,9%) é a alternativa incorreta, pois sua composição isotônica não induz hemaglutinação. Seu papel é justamente manter a estabilidade das hemácias, sem provocar agregação.

Reagentes como polietilenoglicol (PEG) e soluções de baixa força iônica (LISS) potencializam reações antígeno-anticorpo, facilitando a hemaglutinação. Enzimas como papaína ou bromelina modificam a superfície dos eritrócitos, expondo antígenos e aumentando a aglutinação. Já a albumina bovina reduz a repulsão eletrostática entre hemácias, promovendo agregação. A solução fisiológica, portanto, destoa como opção, já que seu uso é voltado à diluição ou lavagem de células, sem efeito aglutinante.

O sistema de grupos sanguíneos ABO é fundamental na medicina transfusional e no entendimento de reações imunológicas. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar os aspectos corretos e incorretos de cada uma delas.

A afirmativa I está incorreta, pois os anticorpos do sistema ABO não estão presentes ao nascimento. Eles começam a ser produzidos apenas após a exposição a antígenos bacterianos no ambiente, geralmente nos primeiros meses de vida. Os antígenos ABO, por outro lado, começam a se desenvolver ainda na vida fetal, mas sua expressão é mais fraca em recém-nascidos.

A afirmativa II está correta. De fato, os antígenos A e B nos recém-nascidos apresentam expressão reduzida em comparação com adultos. Essa diferença na intensidade da expressão antigênica é um fator importante a ser considerado em testes de tipagem sanguínea em neonatos.

A afirmativa III também está correta. A Doença Hemolítica do Recém-nascido (DHRN) por incompatibilidade ABO tende a ser menos grave do que a causada pelo sistema Rh, pois os antígenos ABO estão amplamente distribuídos em tecidos fetais, diluindo assim o efeito dos anticorpos maternos. Além disso, a imaturidade das hemácias neonatais contribui para essa menor severidade.

Portanto, a alternativa correta é a E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas, já que a afirmativa I contém informações incorretas sobre a presença de anticorpos ABO ao nascimento.

A incompatibilidade materno-fetal ABO ocorre quando há diferença entre os grupos sanguíneos da mãe e do feto, levando à produção de anticorpos maternos que podem atravessar a placenta e causar complicações. No caso do sistema ABO, os anticorpos envolvidos são principalmente do tipo IgG, que são pequenos o suficiente para atravessar a barreira placentária e atingir a circulação fetal.

Embora anticorpos IgM também sejam produzidos naturalmente em resposta a antígenos ABO estranhos, eles não são relevantes para a incompatibilidade materno-fetal, pois sua estrutura molecular grande impede a passagem pela placenta. Portanto, a resposta correta é a alternativa E) Somente IgG, já que apenas esses anticorpos estão diretamente envolvidos na patologia da doença hemolítica do recém-nascido relacionada ao sistema ABO.