Questões Sobre Saúde Pública - Enfermagem - concurso

A hipersonia é um distúrbio relacionado ao sono, caracterizado por uma sonolência excessiva durante o dia, mesmo após uma noite de sono adequada. Ela se enquadra como um transtorno de vigília, pois afeta diretamente o estado de alerta e a capacidade de permanecer acordado.

Entre as opções apresentadas:

• A) Digestão: Não está relacionada à hipersonia, pois envolve o sistema gastrointestinal.
• B) Equilíbrio: Refere-se a problemas de coordenação motora, como vertigem ou labirintite, não tendo conexão com a sonolência excessiva.
• C) Vigília: Correta. A hipersonia é um transtorno que compromete a manutenção do estado de alerta.
• D) Pele: Envolve condições dermatológicas, sem relação com distúrbios do sono.
• E) Urina: Relaciona-se ao sistema urinário, como infecções ou incontinência, não tendo ligação com a hipersonia.

Portanto, a alternativa correta é C) Vigília, já que a hipersonia está diretamente associada a um desequilíbrio nos mecanismos reguladores do sono e da vigília.

O monitoramento de qualidade em saúde pública é um processo essencial para garantir a eficácia das políticas e ações voltadas à proteção da população. Entre as alternativas apresentadas, a opção B) "Acompanhamento dos possíveis impactos decorrentes da atividade fiscalizatória" é a que melhor exemplifica esse tipo de monitoramento, conforme indicado pelo gabarito.

Essa alternativa demonstra uma abordagem proativa e contínua, focada em analisar os efeitos das ações fiscalizatórias na saúde pública. Ao acompanhar os impactos, os gestores podem identificar falhas, ajustar estratégias e promover melhorias, assegurando que as atividades regulatórias cumpram seu propósito de proteger a saúde coletiva.

As demais alternativas não representam adequadamente o conceito de monitoramento de qualidade. A autuação (A) e a avaliação quantitativa de autuações (C) são ações punitivas ou burocráticas, sem foco na análise de resultados. A preocupação exclusiva com condições ambientais urbanas (D) é limitada, enquanto a validação de metodologias de impacto ambiental (E) está mais relacionada a questões ambientais do que à saúde pública em si.

Portanto, o acompanhamento de impactos (B) é a alternativa que melhor reflete um processo de monitoramento qualificado, alinhado com os princípios da saúde pública e da melhoria contínua dos serviços.

O método "Planejamento Estratégico Situacional (PES)" é uma abordagem amplamente utilizada no campo da gestão em saúde, especialmente em unidades de saúde que buscam melhorar sua eficiência e eficácia. Neste contexto, o PES é dividido em diferentes momentos, cada um com suas características e objetivos específicos.

A fase descrita no enunciado, que envolve a identificação dos atores envolvidos no problema, seus recursos e o peso de cada um, corresponde ao momento Normativo do PES. Este momento é crucial porque estabelece as bases para a tomada de decisões, definindo quem são os principais agentes envolvidos e como eles podem influenciar a resolução do problema.

É importante destacar que o momento Normativo difere dos outros momentos do PES:

• O momento Explicativo é dedicado à compreensão profunda do problema
• O momento Estratégico foca na definição de ações para enfrentar o problema
• O momento Tático-operacional trata da implementação das ações planejadas
• O momento Decisório envolve a escolha entre alternativas estratégicas

Portanto, a alternativa correta para a fase descrita é realmente a letra E) Normativo, pois esta etapa do PES tem como objetivo principal estabelecer quem são os atores relevantes e qual seu poder de influência no problema em questão, criando assim o marco normativo que orientará as decisões estratégicas posteriores.

O texto descreve uma estratégia de educação em saúde realizada por equipes de saúde da família (eSF) nas unidades básicas. A abordagem consiste em eleger temas semanais para discussão com os usuários que aguardam atendimento, permitindo que participem livremente do grupo educativo enquanto esperam sua consulta ou retornem após serem atendidos. Essa dinâmica caracteriza um grupo educativo de sala de espera, conforme indicado pela alternativa correta B).

A natureza desse grupo se diferencia de outras modalidades por sua flexibilidade e contexto específico. Enquanto grupos interativos (A) enfatizam trocas mais dinâmicas, e grupos de convivência (C) focam em relações sociais prolongadas, o modelo descrito se adapta ao fluxo irregular da sala de espera. Também não se configura como grupo aberto (D) ou fechado (E), pois não há processo de inscrição ou término definido, mas sim uma participação circunstancial vinculada ao momento do atendimento.

Essa prática demonstra como os princípios da educação em saúde podem ser aplicados de forma criativa no cotidiano dos serviços, aproveitando espaços ociosos para promover diálogos sobre prevenção e cuidado, sem prejudicar o fluxo assistencial da unidade.

O princípio da integralidade na assistência à saúde é um dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS) e pressupõe que os serviços de saúde devem oferecer um atendimento completo, abrangendo promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, de forma articulada e contínua. Analisando as alternativas apresentadas, a opção E) é a que melhor exemplifica esse princípio.

A alternativa E) descreve ações que vão desde a orientação comunitária até o diagnóstico e tratamento de tuberculose, demonstrando uma abordagem integral. A Unidade Básica de Saúde não apenas educa a população, mas também realiza busca ativa de sintomáticos, diagnostica a doença e garante o tratamento até a cura, cumprindo todas as etapas necessárias para uma assistência completa.

As demais alternativas, embora relevantes, não representam plenamente a integralidade:

• A) Refere-se a uma ação focalizada em grupos vulneráveis, mas não demonstra um cuidado abrangente.
• B) Mostra equidade no atendimento, porém não evidencia ações integrais de saúde.
• C) Indica eficiência no acolhimento, mas não necessariamente uma abordagem integral.
• D) Descreve uma ação específica durante uma campanha, sem abranger outras necessidades de saúde.

Portanto, a alternativa E) é a correta por representar de forma mais ampla o princípio da integralidade, contemplando desde a prevenção até a resolução do problema de saúde de maneira coordenada e contínua.

A Política Nacional de Segurança do Paciente estabelece diretrizes fundamentais para a prevenção de eventos adversos na assistência à saúde, com ênfase na segurança na administração de medicamentos. Originalmente, os "cinco certos" eram amplamente adotados pela equipe de Enfermagem: paciente certo, medicamento certo, dose certa, via certa e horário certo. Em 2016, essa prática foi ampliada com a inclusão de mais dois elementos essenciais: documentação certa e razão (justificativa clínica para a administração do medicamento).

A alternativa correta é D) Documentação certa e razão, pois essas duas novas prerrogativas reforçam a necessidade de registro adequado de todas as etapas do processo medicamentoso e da avaliação crítica da indicação terapêutica. A documentação correta garante rastreabilidade e comunicação efetiva entre a equipe, enquanto a "razão" assegura que o medicamento seja administrado com base em evidências clínicas, reduzindo riscos desnecessários ao paciente.

Essa atualização reflete uma visão mais ampla da segurança, integrando não apenas aspectos técnicos, mas também a dimensão do cuidado baseado em evidências e da responsabilidade profissional. A implementação desses "sete certos" representa um avanço significativo na prevenção de erros de medicação e na promoção da cultura de segurança nas instituições de saúde.

O conceito ampliado de saúde, ao incorporar os Determinantes Sociais da Saúde (DSS), revela como as condições sociais influenciam diretamente o bem-estar individual e coletivo. Esses determinantes não apenas refletem desigualdades estruturais, mas também funcionam como um mecanismo de justiça social, conforme destacado por Ceballos (2015). Nesse contexto, compreender os DSS é fundamental para enfrentar os desafios da saúde pública, pois eles demonstram que fatores como ambiente, renda, educação e relações sociais têm impacto direto na qualidade e na expectativa de vida.

Entre as alternativas apresentadas, a opção A) é a correta, pois evidencia como circunstâncias estressantes, como ansiedade crônica, insegurança e isolamento social, podem ter efeitos profundamente negativos na saúde, inclusive contribuindo para mortes prematuras. Essa afirmação está alinhada com a literatura sobre DSS, que reconhece o estresse psicossocial como um fator crítico na deterioração da saúde. Por outro lado, as demais alternativas apresentam equívocos: a opção B) inverte a relação entre posição social e saúde, já que evidências mostram que quanto mais alta a posição social, maior a expectativa de vida e menor a incidência de doenças. A alternativa C) ignora a complexa interação entre comportamentos individuais e condições sociais, enquanto a D) subestima o papel do suporte social, amplamente reconhecido como protetor da saúde. Por fim, a opção E) desconsidera a relação bem estabelecida entre desemprego e piores indicadores de saúde.

Portanto, a resposta correta reforça a importância de abordar os DSS de forma integrada, considerando tanto os aspectos estruturais quanto psicossociais que moldam a saúde das populações.

A descrição apresentada sobre a Política Nacional de Atenção Básica destaca o papel central da Atenção Básica como porta de entrada preferencial do SUS e sua responsabilidade em organizar o fluxo dos usuários na rede de saúde, além de atuar como centro de comunicação e coordenação do cuidado. Essas características estão diretamente associadas ao conceito de coordenação do cuidado, que consiste em garantir a integração e continuidade da assistência, articulando os diferentes níveis de atenção para assegurar que o usuário receba o atendimento adequado em cada etapa.

Embora outras funções, como territorialização e longitudinalidade, sejam importantes na Atenção Básica, a ênfase no acompanhamento do fluxo dos usuários e na organização da rede aponta claramente para a coordenação do cuidado (alternativa C). A ordenação das redes, por sua vez, é um conceito mais amplo relacionado à estruturação dos serviços, enquanto a longitudinalidade refere-se ao vínculo contínuo entre profissionais e pacientes. Portanto, a resposta correta é a alternativa C).

A promoção da saúde vai além do tratamento de doenças, envolvendo ações que estimulam hábitos saudáveis e melhoram a qualidade de vida. Entre as alternativas apresentadas, a B) Ampliar academias e espaços de lazer é a que melhor representa uma medida de promoção da saúde, pois incentiva a prática de atividades físicas e o convívio social, fatores essenciais para o bem-estar.

As outras opções, apesar de importantes, estão mais relacionadas a ações assistenciais ou preventivas específicas. Consultas e remédios (A) tratam problemas existentes, a eliminação da dengue (C) é uma medida de prevenção, e a doação de fraldas (D) é um apoio pontual. A promoção da saúde, no entanto, busca criar condições para que as pessoas adotem estilos de vida mais saudáveis de forma sustentável.

As Redes de Atenção à Saúde representam um modelo organizacional fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS), visando promover a integração entre serviços, tecnologias e profissionais em prol da integralidade do cuidado. Esse modelo foi concebido para superar a fragmentação do sistema, garantindo maior eficiência e resolutividade na assistência à população. Ao contrário do que sugere a alternativa A, as redes facilitam a comunicação entre os serviços, estabelecendo fluxos e protocolos compartilhados. A alternativa B também está incorreta, pois a Atenção Primária à Saúde (APS) atua como coordenadora do cuidado e porta de entrada preferencial do sistema, e não como nível terciário – este último é composto por serviços especializados e de alta complexidade.

A alternativa C está correta, pois as Redes de Atenção foram efetivamente desenhadas para agilizar a resposta às demandas de saúde, organizando os serviços em níveis de complexidade articulados e reduzindo tempos de espera. A afirmação da alternativa D é equivocada, já que o uso de dados populacionais e informações em saúde é justamente um dos pilares para o planejamento e a qualificação das redes, permitindo a tomada de decisões baseadas em evidências. Portanto, a estrutura em rede potencializa a capacidade de resposta do SUS, alinhando-se aos princípios de universalidade, equidade e integralidade.