Questões Sobre Infecção Hospitalar - Enfermagem - concurso

O controle das infecções hospitalares é um processo complexo e essencial para garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) desempenha um papel central nessa tarefa, utilizando diversas estratégias para monitorar, prevenir e combater infecções relacionadas à assistência à saúde.

Entre as principais atividades da CCIH, destacam-se:

• A) Vigilância Epidemiológica - monitoramento sistemático de casos de infecção
• B) Controle e notificação de infecção - registro e análise dos casos identificados
• C) Controle do emprego dos antimicrobianos - gestão do uso racional de antibióticos

No entanto, conforme indicado no gabarito, a alternativa D) Supervisão das normas técnicas de controle principalmente em enfermarias e ambulatórios não representa uma função direta da CCIH. Embora a comissão estabeleça diretrizes e protocolos, a supervisão cotidiana da aplicação dessas normas em unidades específicas geralmente cabe às equipes locais e à administração do hospital.

Este entendimento é crucial para diferenciar as atribuições da CCIH das responsabilidades operacionais das unidades de saúde, evidenciando a importância de uma abordagem multidisciplinar no combate às infecções hospitalares.

Dentre os fatores que se destacam como fontes que contribuem para infecções hospitalares associadas ao cateter venoso, a resposta correta é:

• D) mãos dos profissionais de saúde

Isso ocorre porque a higienização inadequada das mãos pelos profissionais de saúde é uma das principais vias de transmissão de microrganismos, levando a infecções relacionadas ao uso de cateteres venosos. Embora outros fatores possam influenciar, como o calibre do cateter, a contaminação por meio das mãos é um ponto crítico evitável com medidas simples de higiene.

O Staphylococcus aureus é um dos principais agentes envolvidos em infecções hospitalares, destacando-se pela sua capacidade de desenvolver resistência a múltiplos antibióticos. Entre as cepas mais preocupantes estão as classificadas como MRSA (Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus), que apresentam resistência à meticilina e outros antibióticos β-lactâmicos, limitando as opções terapêuticas disponíveis.

No contexto da resistência bacteriana, as cepas MRSA são caracterizadas pela ineficácia de antibióticos como penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos, mesmo quando o antibiograma sugere sensibilidade. Isso ocorre devido à presença do gene mecA, que codifica uma proteína de ligação à penicilina alterada (PBP2a), impedindo a ação desses fármacos.

Dentre as alternativas terapêuticas para infecções por MRSA, os antibióticos glicopeptídeos, como a vancomicina e a teicoplanina, permanecem como opções eficazes. Esses fármacos atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana por um mecanismo distinto dos β-lactâmicos, tornando-os uma escolha segura para o tratamento dessas infecções.

Portanto, a alternativa correta é a B) antibióticos glicopeptídeos, já que as cepas MRSA mantêm sensibilidade a essa classe de antimicrobianos, ao contrário das demais opções listadas, que são ineficazes devido aos mecanismos de resistência desenvolvidos por essas bactérias.

A infecção hospitalar, também conhecida como infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), é uma complicação grave que pode ocorrer durante a internação do paciente, manifestando-se após 48 a 72 horas da admissão. Sua prevenção é um desafio constante para os serviços de saúde, exigindo medidas rigorosas de controle e educação contínua da equipe.

No contexto dos serviços de emergência, onde os procedimentos são frequentemente invasivos e de alto risco, a qualidade da assistência está diretamente ligada à adoção de protocolos bem estruturados. A elaboração e divulgação de diretrizes para o uso racional de antimicrobianos são fundamentais para evitar a resistência bacteriana e reduzir as taxas de infecção. Além disso, o treinamento periódico da equipe sobre medidas preventivas específicas, como higienização das mãos, técnicas assépticas e manejo adequado de dispositivos invasivos, é essencial para garantir a segurança do paciente.

Portanto, a afirmação de que a qualidade da assistência nos serviços de emergência está relacionada à elaboração de protocolos para uso de antimicrobianos e ao treinamento da equipe é correta. Essas estratégias são pilares na prevenção de infecções hospitalares e na promoção de uma assistência mais segura e eficaz.

A infecção hospitalar, também conhecida como infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), é um grave problema de saúde pública, caracterizada por infecções adquiridas durante a internação, que não estavam presentes ou em incubação no momento da admissão do paciente. Geralmente, manifestam-se entre 48 e 72 horas após a hospitalização, sendo um indicador importante da qualidade dos serviços de saúde.

No contexto da prevenção de infecções em procedimentos de risco, é fundamental avaliar a exposição dos profissionais de saúde a agentes infecciosos. O item em questão afirma que o risco de exposição a patógenos veiculados pelo sangue é maior entre profissionais de unidades clínicas em comparação aos profissionais de unidades de emergência. Essa afirmação está incorreta, conforme indicado pelo gabarito (E).

Os profissionais das unidades de emergência estão frequentemente expostos a situações de alto risco, como atendimentos de urgência, procedimentos invasivos realizados sob pressão e contato com pacientes cujo status infeccioso é desconhecido. Por outro lado, as unidades clínicas geralmente possuem protocolos mais controlados e pacientes com diagnósticos estabelecidos, reduzindo a imprevisibilidade e, consequentemente, o risco de exposição acidental a agentes infecciosos.

Portanto, a afirmação apresentada no item é equivocada, reforçando a importância de medidas de biossegurança adequadas em todos os setores hospitalares, especialmente naqueles com maior potencial de exposição a fluidos corporais e agentes infecciosos.

A infecção hospitalar, também conhecida como infecção nosocomial, é uma complicação grave que ocorre durante a internação do paciente, manifestando-se após 48 a 72 horas da admissão. Ela surge quando microrganismos patogênicos infectam o paciente em um ambiente hospitalar, sendo que essa infecção não estava presente nem em período de incubação no momento da internação.

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de infecções hospitalares estão os procedimentos invasivos, como a colocação de cateteres, dispositivos intravasculares, tubo endotraqueal e monitorização. Esses procedimentos, embora essenciais em muitos casos, podem facilitar a entrada de microrganismos no corpo do paciente, especialmente se não forem realizados com as devidas técnicas de assepsia e esterilização.

Em serviços de emergência, onde a demanda é alta e os procedimentos muitas vezes são realizados em situações críticas, o risco de infecção hospitalar aumenta significativamente. A urgência do atendimento pode levar a uma menor adesão aos protocolos de prevenção, como a higienização adequada das mãos e a utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Portanto, a afirmação de que procedimentos invasivos são fatores de risco para infecção hospitalar em serviços de emergência está correta. A prevenção dessas infecções exige a implementação rigorosa de medidas de controle, como a capacitação contínua da equipe, a adoção de protocolos de higiene e a fiscalização constante das práticas assistenciais.

As infecções de corrente sanguínea representam um desafio significativo na prática clínica devido à sua complexidade e potencial gravidade. Quando essas infecções atingem consequências sistêmicas graves e não apresentam um foco primário identificável, são classificadas como infecções primárias da corrente sanguínea, conforme indicado pela alternativa correta B).

Essa distinção é crucial, pois diferencia as infecções que se originam diretamente na corrente sanguínea daquelas secundárias, que surgem a partir de outros focos infecciosos no organismo. As infecções primárias frequentemente estão associadas a procedimentos invasivos, como o uso de cateteres vasculares, mas sua definição baseia-se justamente na ausência de um foco infeccioso inicial detectável.

O reconhecimento preciso desse tipo de infecção é fundamental para orientar a abordagem terapêutica adequada, incluindo a escolha de antibióticos e a remoção de possíveis fontes de contaminação. Além disso, essa classificação possui implicações importantes para medidas preventivas e para o prognóstico do paciente.

Acerca do controle de infecção hospitalar, o item em análise afirma que a desinfecção de alto nível é um processo físico ou químico capaz de eliminar microbactérias e fungos em artigos semicríticos, mas não destrói um grande número de esporos bacterianos. Essa afirmação está correta, conforme o gabarito indicado (C).

A desinfecção de alto nível é uma etapa essencial no controle de infecções em ambientes hospitalares, especialmente para artigos semicríticos, que entram em contato com mucosas ou pele não íntegra. Embora esse processo seja eficaz contra uma ampla gama de microrganismos, como bactérias vegetativas, fungos e alguns vírus, ele não garante a eliminação completa de esporos bacterianos, que são formas altamente resistentes. Portanto, o item está correto ao destacar essa limitação.

Em resumo, a afirmação reflete com precisão as características da desinfecção de alto nível, reafirmando sua importância e suas limitações no contexto da prevenção de infecções hospitalares.

Acerca do controle de infecção hospitalar, o item apresentado afirma que a limpeza consiste na remoção exclusiva de sujidade inorgânica, com redução da carga microbiana em produtos para saúde, utilizando água, desinfetantes e acessórios de limpeza. No entanto, essa definição está incorreta.

A limpeza hospitalar não se restringe apenas à remoção de sujidades inorgânicas, mas também inclui matéria orgânica, como secreções, sangue e outros fluidos corporais. Além disso, embora a limpeza reduza a carga microbiana, seu objetivo principal é a remoção mecânica de resíduos, e não a desinfecção ou esterilização, que são processos distintos.

Portanto, o gabarito correto é E) ERRADO, pois a definição apresentada no item é incompleta e não reflete adequadamente os princípios da limpeza no contexto do controle de infecção hospitalar.

Acerca do controle de infecção hospitalar, o item apresentado afirma que a barreira técnica consiste em um conjunto de medidas comportamentais adotadas pelos profissionais de saúde para prevenir a contaminação cruzada entre ambientes sujos e limpos, especialmente quando não há barreiras físicas disponíveis.

Essa definição está correta, pois a barreira técnica refere-se justamente às práticas e protocolos seguidos pelos profissionais para minimizar riscos de infecção, como higienização das mãos, uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) e técnicas assépticas. Essas medidas são fundamentais em situações onde a separação física entre áreas contaminadas e limpas não é possível.

Portanto, a alternativa C) CERTO é a correta, conforme indicado no gabarito.