O etanol é considerado um biocombustível promissor, pois, sob o ponto de vista do balanço de carbono, possui uma taxa de emissão praticamente igual a zero. Entretanto, esse não é o único ciclo biogeoquímico associado à produção de etanol. O plantio da cana- de-açúcar, matéria-prima para a produção de etanol, envolve a adição de macronutrientes como enxofre, nitrogênio, fósforo e potássio, principais elementos envolvidos no crescimento de um vegetal. Revista Química Nova na Escola. no 28, 2008. O nitrogênio incorporado ao solo, como consequência da atividade descrita anteriormente, é transformado em nitrogênio ativo e afetará o meio ambiente, causando

O etanol é frequentemente destacado como um biocombustível sustentável devido ao seu baixo impacto no balanço de carbono, apresentando emissões próximas a zero quando considerado todo o ciclo de produção e consumo. No entanto, sua produção envolve uma série de processos que afetam outros ciclos biogeoquímicos, especialmente devido ao cultivo da cana-de-açúcar, sua principal matéria-prima. Durante o plantio, são adicionados ao solo macronutrientes essenciais para o crescimento vegetal, como enxofre, nitrogênio, fósforo e potássio. Embora esses elementos sejam fundamentais para a agricultura, seu uso excessivo ou inadequado pode gerar consequências ambientais significativas.

Um dos principais problemas associados à produção de etanol é o impacto do nitrogênio no meio ambiente. Quando incorporado ao solo, o nitrogênio pode ser transformado em formas ativas, como nitrato (NO₃^-) e amônio (NH₄⁺), que são altamente solúveis em água. Esses compostos podem ser facilmente transportados pela chuva ou irrigação, contaminando corpos d'água próximos, como rios e lagos. Esse fenômeno, conhecido como lixiviação, contribui para a eutrofização, um processo que causa o crescimento excessivo de algas e a posterior degradação dos ecossistemas aquáticos.

Dentre as alternativas apresentadas, a contaminação de rios e lagos devido à alta solubilidade de íons como NO₃^- e NH₄⁺ em água (alternativa C) é a mais coerente com os impactos ambientais descritos. As outras opções apresentam equívocos ou situações menos prováveis: a salinificação do solo (A) está mais relacionada ao acúmulo de sódio e outros sais; a eliminação de microrganismos desnitrificadores (B) não é uma consequência direta da adição de nitrogênio; a alteração do pH do solo (D) ocorre em menor escala; e a diminuição da oxigenação do solo (E) não é um efeito direto do nitrogênio ativo.

Portanto, embora o etanol seja uma alternativa energética com vantagens em termos de emissões de carbono, seu cultivo demanda atenção aos impactos colaterais, especialmente no que diz respeito ao manejo adequado de fertilizantes nitrogenados para evitar a degradação de ecossistemas aquáticos.