Questões Sobre Protistas e algas - Biologia - concurso

A leishmaniose visceral, antes considerada uma doença predominantemente rural e restrita ao Nordeste brasileiro, expandiu-se para áreas urbanas nas últimas décadas, tornando-se um problema de saúde pública em todo o país. Causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi, a doença exige medidas eficazes de prevenção para conter seu avanço.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C), que propõe o descarte adequado do lixo orgânico para dificultar o desenvolvimento das larvas do mosquito transmissor. Essa medida é fundamental, pois o vetor da leishmaniose visceral, o mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis), se reproduz em matéria orgânica em decomposição. Ao eliminar esses criadouros, reduz-se a proliferação do inseto e, consequentemente, o risco de transmissão da doença.

As demais alternativas não se aplicam à leishmaniose visceral. A opção A) refere-se à doença de Chagas, transmitida pelo barbeiro. A alternativa B) é incorreta porque o tratamento da água não elimina o protozoário, já que a transmissão ocorre pela picada do mosquito infectado. Já a opção D) está equivocada, pois os principais reservatórios da leishmaniose são cães e animais silvestres, não pombos.

Portanto, o manejo ambiental, incluindo o correto destino do lixo orgânico, é uma estratégia essencial no combate à leishmaniose visceral, complementando outras ações como o uso de repelentes, telas em janelas e o controle da população canina infectada.

A história da vacinação no Brasil remonta a mais de um século, com a primeira campanha em massa realizada em 1904, liderada por Oswaldo Cruz, pioneiro da saúde pública no país. Seu objetivo era combater a varíola, doença que assolava a população do Rio de Janeiro na época. No entanto, as primeiras iniciativas de imunização enfrentavam desafios como descontinuidade e baixa cobertura, limitando seu impacto.

Atualmente, o cenário é bem diferente. O Brasil oferece 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), distribuindo mais de 300 milhões de doses anualmente por meio do Ministério da Saúde. Esse esforço visa proteger crianças, adolescentes, adultos e idosos contra uma variedade de doenças, demonstrando a evolução e o compromisso do país com a saúde pública.

A ciência continua avançando no desenvolvimento de vacinas para combater agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias, protozoários e fungos. Esses microrganismos são responsáveis por enfermidades que variam em gravidade e forma de transmissão, exigindo estratégias específicas de prevenção e tratamento.

Ao relacionar os agentes causadores com as doenças correspondentes, temos:

• Tracoma (3) – causado por bactérias.
• Hidrófobia (4) – causada por vírus (raiva).
• Hanseniase (3) – causada por bactérias.
• Histoplasmose (2) – causada por fungos.
• Toxoplasmose (1) – causada por protozoários.
• Caxumba (4) – causada por vírus.

Portanto, a sequência correta é C) 3 4 3 2 1 4, conforme indicado no gabarito. Essa correlação destaca a importância de entender os diferentes patógenos e suas respectivas doenças para promover estratégias eficazes de imunização e saúde pública.

A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos através da picada de mosquitos Anopheles. Um dos aspectos mais característicos dessa enfermidade são os ciclos febris, que ocorrem devido à liberação de merozoítos e substâncias tóxicas durante a ruptura das hemácias infectadas. O padrão desses episódios de febre varia conforme a espécie do parasita, sendo um critério importante para o diagnóstico clínico.

No caso do Plasmodium vivax, responsável pela malária terçã benigna, os acessos febris ocorrem a cada 48 horas, caracterizando um padrão de três dias (um dia de febre seguido por dois sem sintomas). Esse intervalo corresponde ao ciclo de desenvolvimento assexuado do parasita no hospedeiro humano. Já o Plasmodium falciparum, causador da forma mais grave da doença (terçã maligna), geralmente apresenta febres irregulares ou cíclicas a cada 36-48 horas, com maior risco de complicações. O Plasmodium malariae, por sua vez, provoca a febre quartã, com crises a cada 72 horas.

Portanto, a alternativa correta é a letra A), que associa corretamente o Plasmodium vivax à febre terçã benigna com intervalos de 48 horas entre os episódios febris. As demais opções apresentam equívocos quanto à classificação dos tipos de malária ou à periodicidade das crises de febre características de cada espécie de plasmódio.

O ciclo biológico do Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, é complexo e envolve diferentes fases de desenvolvimento tanto no hospedeiro vertebrado quanto no inseto vetor. No vertebrado, o parasito apresenta uma fase intracelular, em que se multiplica no interior de células, especialmente macrófagos e células musculares, assumindo a forma de amastigotas. Posteriormente, transforma-se em tripomastigotas, que são liberados na corrente sanguínea e podem infectar outros tecidos ou ser ingeridos pelo inseto vetor, popularmente conhecido como barbeiro.

No inseto vetor, o T. cruzi passa por uma fase extracelular, multiplicando-se no tubo digestivo do artrópode e diferenciando-se em epimastigotas e, posteriormente, em tripomastigotas metacíclicos, forma infectante para os vertebrados. Portanto, a afirmação de que o parasito apresenta uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado e extracelular no vetor está correta, justificando a alternativa C) CERTO como gabarito.

O estudo dos ciclos biológicos de invertebrados causadores de doenças é fundamental para compreender a transmissão e o controle de diversas enfermidades. No caso das leishmanioses humanas, o parasito responsável pertence ao gênero Leishmania, um protozoário que possui um ciclo de vida complexo, envolvendo obrigatoriamente um hospedeiro invertebrado: o flebótomo.

A afirmação de que o ciclo biológico da Leishmania não inclui hospedeiros invertebrados está incorreta. Na realidade, esses protozoários dependem dos flebótomos (insetos vetores) para completar seu desenvolvimento. O ciclo se inicia quando o flebótomo fêmea infectado pica um hospedeiro vertebrado, inoculando as formas promastigotas do parasito. Dentro do hospedeiro vertebrado, essas formas se transformam em amastigotas, que se multiplicam nas células do sistema imunológico. Quando outro flebótomo pica um hospedeiro infectado, ingere as amastigotas, que no intestino do inseto se diferenciam novamente em promastigotas, fechando o ciclo.

Portanto, a alternativa correta é E) ERRADO, pois o ciclo biológico das leishmanioses humanas exige a participação ativa de hospedeiros invertebrados, os flebótomos, para sua transmissão e perpetuação na natureza.

O reino Protista é um grupo diversificado de organismos eucariontes, que inclui desde algas unicelulares fotossintetizantes até protozoários heterótrofos. Essa classificação abrange seres vivos com características distintas, mas que compartilham a complexidade celular típica dos eucariontes. A alternativa correta, E), descreve com precisão as características da Euglena, um representante típico das euglenófitas, que exibe adaptações únicas em sua estrutura e fisiologia.

A Euglena possui uma película flexível, formada por listas proteicas associadas à membrana plasmática, que lhe confere capacidade de locomoção e mudança de forma. Diferentemente de muitas algas, não apresenta parede celular rígida, o que aumenta sua versatilidade morfológica. Além disso, seu comportamento fototrópico positivo – movimento em direção à luz – é uma adaptação crucial para sua sobrevivência, desde que a intensidade luminosa não seja excessiva.

Esses organismos são capazes de formar grandes populações em condições ambientais favoráveis, criando aquelas "nuvens verdes" características em corpos d'água. A combinação de características animais (locomoção) e vegetais (fotossíntese) torna as euglenófitas um grupo fascinante para estudo, ilustrando perfeitamente a diversidade e complexidade do reino Protista.

A Doença de Chagas e a Importância da Prevenção

O recente caso de contaminação por doença de Chagas no Amazonas, associado ao consumo de açaí, trouxe à tona a necessidade de reforçar os conhecimentos sobre essa enfermidade ainda presente em regiões pobres do Brasil e do mundo. A transmissão ocorre principalmente por meio do inseto conhecido como barbeiro, que carrega o parasita Trypanosoma cruzi, mas também pode acontecer via ingestão de alimentos contaminados, como demonstrado no episódio em Lábrea.

A alternativa correta para prevenção, conforme indicado no gabarito, é a proteção de portas e janelas com telas (E), medida eficaz para impedir a entrada do barbeiro nas residências. Essa abordagem é fundamental, pois o inseto vetor costuma habitar frestas em casas de pau-a-pique e áreas rurais, sendo sua eliminação ou bloqueio uma estratégia comprovada de controle.

As demais alternativas apresentam equívocos graves: a doença não se transmite por via aérea (A), não existe vacina para humanos (B), o Aedes aegypti não tem relação com a doença de Chagas (C), e cães não são os principais reservatórios do parasita (D). O caso do açaí contaminado reforça ainda a necessidade de higiene no processamento de alimentos, mostrando que a conscientização e medidas simples podem salvar vidas.

A malária é uma doença grave, mas evitável e tratável, desde que sejam adotadas as medidas de prevenção e tratamento adequadas. No Brasil, a região Amazônica concentra a maioria dos casos, porém a doença não deve ser subestimada em outras áreas, onde a letalidade pode ser ainda maior. Entre as estratégias de prevenção individual, a alternativa correta é a B), que inclui o uso de mosquiteiros, roupas protetoras, telas em portas e janelas, além de repelentes. Essas medidas são eficazes para reduzir o contato com o mosquito transmissor, principal forma de evitar a infecção.

As outras opções apresentam informações incorretas ou incompletas. A limpeza de criadouros (A) é importante, mas não é suficiente sem a proteção individual. Evitar nadar em águas possivelmente infectadas (C) ou não frequentar áreas de mata (D) não são medidas eficazes contra a malária, já que o mosquito pode proliferar em diversos ambientes. Já a alimentação (E), apesar de ser essencial para a saúde geral, não tem relação direta com a prevenção da doença. Portanto, a resposta correta reforça a importância de barreiras físicas e químicas contra o vetor.

Os organismos patogênicos, como vírus, bactérias e protozoários, representam uma ameaça significativa à saúde humana quando transmitidos por meio da ingestão de água contaminada. Cada um desses microrganismos está associado a doenças específicas, e compreender essa relação é fundamental para a prevenção e o tratamento adequados.

No caso dos vírus, um exemplo clássico é o da poliomielite, uma doença grave que afeta o sistema nervoso e pode levar à paralisia. Já as bactérias, como a Salmonella typhi, são responsáveis pela febre tifoide, uma infecção sistêmica que causa febre alta, dor abdominal e outros sintomas debilitantes. Por fim, os protozoários, como a Entamoeba histolytica, provocam a disenteria amebiana, caracterizada por diarreia intensa e cólicas abdominais.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção A) é a única que relaciona corretamente cada grupo de patógenos com as doenças correspondentes: poliomielite (vírus), febre tifoide (bactéria) e disenteria amebiana (protozoário). As demais alternativas apresentam combinações incorretas, como associar a hepatite B ou C à transmissão por água contaminada, ou incluir doenças como a hanseníase, que não é transmitida por essa via.

Portanto, o conhecimento sobre os mecanismos de transmissão e as doenças causadas por esses patógenos é essencial para a saúde pública, permitindo a implementação de medidas eficazes de saneamento básico e educação sanitária.