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Tomemos o exemplo da industrialização da Grã-Bretanha, digamos, por volta de 1780 a 1870. De fato, todo historiador tratará a Revolução Industrial, provavelmente sem discussão, como uma realização grande e progressista. Ele também descreverá a expulsão dos camponeses da terra, o arrebanhamento de trabalhadores em fábricas insalubres e residências anti-higiênicas, a exploração do trabalho infantil. Mas presumirá, mais uma vez sem reconhecê-lo, que, seja como for, as medidas de coerção e exploração nos primeiros estágios fora uma parte inevitável do preço da industrialização.E. H. Carr. Que é história? São Paulo: Paz e Terra, 1985, p. 69 (com adaptações).Tomando como referência inicial esse texto, assinale a opção correta.

Tomemos o exemplo da industrialização da Grã-Bretanha,
digamos, por volta de 1780 a 1870. De fato, todo historiador
tratará a Revolução Industrial, provavelmente sem discussão,
como uma realização grande e progressista. Ele também
descreverá a expulsão dos camponeses da terra, o
arrebanhamento de trabalhadores em fábricas insalubres e
residências anti-higiênicas, a exploração do trabalho infantil. Mas
presumirá, mais uma vez sem reconhecê-lo, que, seja como for,
as medidas de coerção e exploração nos primeiros estágios fora
uma parte inevitável do preço da industrialização.

E. H. Carr. Que é história? São Paulo: Paz e Terra, 1985, p. 69 (com adaptações).

Tomando como referência inicial esse texto, assinale a opção correta.

Resposta:

A alternativa correta é D)

O texto de E. H. Carr sobre a Revolução Industrial britânica entre 1780 e 1870 destaca um paradoxo histórico: enquanto o processo de industrialização é celebrado como um avanço progressista, ele também foi marcado por violências sociais, como a expulsão de camponeses, condições degradantes de trabalho e a exploração infantil. Carr aponta que muitos historiadores tratam essas consequências negativas como um "preço inevitável" do desenvolvimento industrial, sem questionar a naturalização dessa narrativa.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a D), que reconhece a persistência de formas de coerção no capitalismo contemporâneo, mesmo que em contextos específicos. Essa opção dialoga com a crítica implícita no texto: a industrialização não superou totalmente a exploração, apenas transformou suas manifestações. Enquanto a Revolução Industrial consolidou o trabalho fabril coercitivo, o capitalismo global ainda reproduz mecanismos análogos em cadeias produtivas periféricas, evidenciando uma continuidade histórica das desigualdades.

As demais alternativas são incorretas: a A) ignora a influência global do modelo britânico; a B) distorce a cronologia do socialismo como política de Estado (que só emergiria no século XX); e a C) inverte o fato de que o trabalho infantil foi amplamente utilizado nas origens do industrialismo, não no capitalismo avançado. A análise de Carr, portanto, convida a refletir sobre como os discursos históricos podem naturalizar violências em nome do "progresso".

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