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Pois, a partir de 1917, a Revolução Francesa não é mais essa matriz de probabilidades a partir da qual pode e deve ser elaborada uma outra revolução, definitivamente libertadora; ela não é mais esse campo de possibilidades descoberto e descrito por Jaurès em toda a riqueza de suas virtualidades. Ela se torna a mãe de um acontecimento real, e seu filho tem um nome: Outubro de 1917, e de forma geral, Revolução Russa. Já em 1920, numa pequena brochura, Mathiez ressalta o parentesco entre o governo da Montanha, de junho de 93 a julho de 94, e a ditadura bolchevique dos anos de guerra civil: ‘jacobinismo e bolchevismo são, da mesma forma, duas ditaduras, nascidas da guerra civil e da guerra estrangeira, duas ditaduras de classe, operando, pelos mesmos meios, o terror, a requisição e os impostos, propondo-se, em última análise, um objetivo semelhante, a transformação da sociedade e não somente da sociedade russa ou da sociedade francesa, mas da sociedade universal’. FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, pp. 103-104. A partir da leitura do texto acima, conclui-se que o autor se refere à:

Pois, a partir de 1917, a Revolução Francesa não é mais essa matriz de probabilidades a partir da qual pode e deve ser elaborada uma outra revolução, definitivamente libertadora; ela não é mais esse campo de possibilidades descoberto e descrito por Jaurès em toda a riqueza de suas virtualidades. Ela se torna a mãe de um acontecimento real, e seu filho tem um nome: Outubro de 1917, e de forma geral, Revolução Russa. Já em 1920, numa pequena brochura, Mathiez ressalta o parentesco entre o governo da Montanha, de junho de 93 a julho de 94, e a ditadura bolchevique dos anos de guerra civil: ‘jacobinismo e bolchevismo são, da mesma forma, duas ditaduras, nascidas da guerra civil e da guerra estrangeira, duas ditaduras de classe, operando, pelos mesmos meios, o terror, a requisição e os impostos, propondo-se, em última análise, um objetivo semelhante, a transformação da sociedade e não somente da sociedade russa ou da sociedade francesa, mas da sociedade universal’.
FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, pp. 103-104.

A partir da leitura do texto acima, conclui-se que o autor se refere à:

Resposta:

A alternativa correta é E)

O texto apresentado, extraído da obra Pensando a Revolução Francesa de François Furet, aborda uma mudança significativa na interpretação histórica da Revolução Francesa após 1917. Segundo o autor, a Revolução Russa, particularmente o evento conhecido como Outubro de 1917, reconfigurou o entendimento da Revolução Francesa, transformando-a de um campo de possibilidades teóricas em um precedente concreto para a Revolução Bolchevique. Essa relação é destacada por Albert Mathiez, que compara o governo jacobino durante o Terror com a ditadura bolchevique, apontando semelhanças em métodos e objetivos, como o uso do terror, requisições e a busca por uma transformação social universal.

Essa análise sugere que o autor está se referindo a uma interpretação da Revolução Russa que busca vinculá-la aos significados das lutas de classe presentes na Revolução Francesa. Portanto, a alternativa correta é a E), que identifica essa abordagem historiográfica. As outras alternativas não se alinham com o conteúdo do texto: a linha dos Annales (A) enfatiza novas metodologias e não essa comparação; a historiografia marxista (B) poderia ser próxima, mas o foco aqui é na associação entre as revoluções, não em antecipações; a visão positivista (C) não é mencionada; e a tradição liberal (D) critica o autoritarismo, mas o texto não assume esse viés crítico explicitamente.

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