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A Comuna é, assim, um órgão executivo e legislativo ao mesmo tempo, onde os poderes não estão “divididos”, mas sim “descentralizados”. (…) nasce como prefeitura e age como tal. Mas acima dela nada existe. (…) A Comuna toma funções próprias do Estado centralizador e, ao projetá-lo em uma dimensão municipal, converte-se, de fato, em uma reformulação fundamental da relação entre o poder e a sociedade. (…) seria o “governo dos produtores”, a “república do trabalho”.(Horácio González. A Comuna de Paris, 1982) A partir do excerto e do que se sabe sobre a Comuna, é correto afirmar que

A Comuna é, assim, um órgão executivo e legislativo ao
mesmo tempo, onde os poderes não estão “divididos”, mas
sim “descentralizados”. (…) nasce como prefeitura e age
como tal. Mas acima dela nada existe. (…) A Comuna toma
funções próprias do Estado centralizador e, ao projetá-lo
em uma dimensão municipal, converte-se, de fato, em uma
reformulação fundamental da relação entre o poder e a
sociedade. (…) seria o “governo dos produtores”, a “república
do trabalho”.
(Horácio González. A Comuna de Paris, 1982)
A partir do excerto e do que se sabe sobre a Comuna, é
correto afirmar que

Resposta:

A alternativa correta é C)

A Comuna de Paris, conforme descrito no excerto de Horácio González, representa uma experiência política singular na história, marcada pela descentralização do poder e pela reformulação radical das relações entre Estado e sociedade. O texto destaca que a Comuna atuava simultaneamente como órgão executivo e legislativo, eliminando a divisão tradicional de poderes e assumindo funções antes concentradas no Estado centralizador. Essa estrutura permitiu que a Comuna se tornasse um "governo dos produtores", uma república do trabalho, onde os trabalhadores assumiram o controle direto da gestão pública.

Analisando as alternativas, a opção correta é a letra C, pois ela reflete com precisão os aspectos históricos e políticos da Comuna. A Comuna de Paris surgiu em 1871, durante a Guerra Franco-Prussiana, como uma reação dos trabalhadores e setores populares ao abandono de Paris pelo governo de Thiers. Seu objetivo era transformar as estruturas do Estado, substituindo a centralização por uma organização comunal baseada na participação direta e na solidariedade. Apesar de sua breve existência, a Comuna representou uma tentativa de construir uma sociedade alternativa, embora tenha sido derrotada militarmente pelas forças conservadoras.

As demais alternativas apresentam erros históricos ou interpretativos. A letra A incorre ao situar a Comuna na Primeira Guerra Mundial (1914) e ao atribuir-lhe um caráter centralizador e liberal burguês. A letra B também erra ao mencionar 1914 e ao sugerir que a Comuna defendia a ordem liberal burguesa. A letra D, embora acerte o ano, equivoca-se ao afirmar que a Comuna visava impedir o avanço alemão e que foi vitoriosa. Por fim, a letra E contém múltiplos equívocos, como a localização em Versalhes, a data de 1866 e a suposta defesa de um governo antidemocrático.

Portanto, a Comuna de Paris foi um experimento político revolucionário que buscava substituir o Estado centralizado por uma gestão comunal descentralizada, protagonizada pelos trabalhadores. Sua derrota não apaga seu legado como referência para movimentos que almejam transformações sociais profundas.

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