“Artigo onze: A livre comunicação dos pensamentos e das opiniões constitui um dos direitos mais preciosos da mulher, dado que esta liberdade garante legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode, portanto, dizer livremente: ‘eu sou a mãe de um filho que lhe pertence, sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade, sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei’”. “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, proposta por Olimpe de Gouges em 1791”. In: Interhesis (Revista Internacional Interdisciplinar. V. 4. n. 1, Florianópolis jan/jun – 2007). A reivindicação expressa na Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, datada do final do século XVIII na França, informa, indiretamente, que as mulheres daquele período
“Artigo onze: A livre comunicação dos
pensamentos e das opiniões constitui um dos direitos
mais preciosos da mulher, dado que esta liberdade
garante legitimidade dos pais em relação aos filhos.
Toda cidadã pode, portanto, dizer livremente: ‘eu sou a
mãe de um filho que lhe pertence, sem que um
preconceito bárbaro a force a esconder a verdade, sob
pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos
casos estabelecidos pela lei’”.
“Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, proposta por Olimpe
de Gouges em 1791”. In: Interhesis (Revista Internacional
Interdisciplinar. V. 4. n. 1, Florianópolis jan/jun – 2007).
Direitos da Mulher e da Cidadã, datada do final do
século XVIII na França, informa, indiretamente, que as
mulheres daquele período
- A)tinham os mesmos direitos em relação aos homens, tanto na vida privada como na vida pública, pois um dos preceitos da Revolução Francesa era a ‘igualdade’.
- B)recebiam um tratamento desigual que as impedia de se equiparar aos homens nas atividades públicas de suas comunidades, porque a elas cabia a administração do lar.
- C)tinham, tal como os homens, a obrigação de cuidar dos filhos, porquanto a linha que separava os papeis sexuais entre o casal era muito tênue em relação a este quesito.
- D)tinham o direito de comunicar, opinar e se constituir como entidade pública, desde que apresentassem uma autorização dos pais ou dos maridos.
- E)recebiam o apoio e a solidariedade da Igreja na luta pela igualdade de direitos, uma vez que a instituição religiosa advogava a favor dos pobres e dos marginalizados.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O trecho da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrito por Olympe de Gouges em 1791, revela uma realidade histórica marcada pela desigualdade de gênero. O artigo onze enfatiza a importância da liberdade de expressão para as mulheres, especialmente no que diz respeito à legitimidade materna, destacando que elas eram obrigadas a esconder sua condição devido a preconceitos arraigados na sociedade da época. Esse contexto indica claramente que as mulheres não desfrutavam dos mesmos direitos que os homens, tanto na esfera pública quanto na privada.
A alternativa correta, B), aponta para o tratamento desigual sofrido pelas mulheres, que eram confinadas ao espaço doméstico e excluídas das atividades públicas. A Revolução Francesa, embora pregasse os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, não estendeu esses princípios às mulheres de forma equitativa. A Declaração de Gouges surge justamente como um contraponto à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, evidenciando a exclusão feminina dos direitos civis e políticos.
As demais alternativas não correspondem à realidade histórica. A opção A) é incorreta porque, apesar do discurso revolucionário, a igualdade não foi aplicada às mulheres. A alternativa C) desconsidera a rígida divisão de papéis de gênero, que atribuía às mulheres a responsabilidade exclusiva pelo cuidado dos filhos. Já a opção D) é anacrônica, pois as mulheres não tinham autonomia para agir publicamente sem a permissão masculina. Por fim, a alternativa E) é equivocada, uma vez que a Igreja, naquele período, não defendia a igualdade de direitos para as mulheres, mantendo-se alinhada aos valores patriarcais.
Portanto, a resposta correta é B), que reflete a condição de subordinação feminina no século XVIII, contra a qual Olympe de Gouges lutou, tornando-se uma pioneira do feminismo moderno.
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