“O conceito de Estado – sua natureza, seus poderes, seu direito de exigir obediência – passara a ser considerado o mais importante objeto de análise no pensamento político europeu”. SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político Moderno. São Paulo:Companhia das Letras, 1996. De acordo com o historiador citado, as afirmações abaixo, sobre as teorias do poder monárquico, podem ser relacionadas, respectivamente, aos seguintes pensadores: I. A educação de um príncipe só pode ser concebida se pautada em uma ética dos valores cristãos. II. Assim como a soberania divina é exercida por um só Deus, apenas o governo de um só homem é capaz de manter a unidade política.
direito de exigir obediência – passara a ser considerado o
mais importante objeto de análise no pensamento político
europeu”.
sobre as teorias do poder monárquico, podem ser relacionadas, respectivamente, aos seguintes pensadores:
apenas o governo de um só homem é capaz de manter a
unidade política.
- A)I. Martinho Lutero; II. Jacques Bossuet
- B)I. Giovanni Botero; II. Thomas Hobbes
- C)I. Erasmo de Roterdã; II. Jean Bodin
- D)I. Francisco Suárez; II. Maquiavel
Resposta:
A alternativa correta é C)
O trecho citado de Quentin Skinner destaca a centralidade do Estado como objeto de análise no pensamento político europeu moderno, especialmente no que diz respeito às teorias sobre o poder monárquico. A partir dessa perspectiva, é possível relacionar as afirmações apresentadas aos pensadores corretos, conforme a alternativa C.
A primeira afirmação, que associa a educação do príncipe a uma ética cristã, remete diretamente ao humanista Erasmo de Roterdã. Em sua obra "A Educação do Príncipe Cristão" (1516), Erasmo defende que o governante deve ser instruído segundo os princípios morais do cristianismo, enfatizando a virtude, a sabedoria e o compromisso com o bem comum. Essa visão reflete o ideal renascentista de unir valores clássicos e cristãos na formação do líder político.
Já a segunda afirmação, que compara a soberania divina ao governo de um único homem, corresponde ao pensamento de Jean Bodin. Em "Os Seis Livros da República" (1576), Bodin desenvolve sua teoria da soberania, argumentando que o poder político deve ser indivisível, assim como a autoridade de Deus no universo. Para ele, apenas um governo centralizado e unitário - preferencialmente a monarquia - poderia garantir a ordem e a estabilidade do Estado.
Essa combinação entre Erasmo e Bodin exemplifica a diversidade de abordagens sobre o poder monárquico no período moderno, que iam desde preocupações ético-religiosas até argumentos de natureza jurídico-política. Ambos os pensadores, cada um a seu modo, contribuíram para as discussões sobre a legitimidade e o exercício do poder soberano que marcaram o pensamento político europeu.
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