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Ao preparar uma aula sobre as dimensões da intolerância religiosa na época Moderna, o professor faz uso dessa citação: “Todas as inquisições sofreram críticas aos seus procedimentos, à sua jurisdição e à sua existência. No caso da inquisição portuguesa, diversas foram as frentes que essa instituição teve de encarar no grande século XVII. Embora existissem eclesiásticos que criticassem o Tribunal, o clero secular foi amiúde partidário da Inquisição […]. A crítica, neste caso, fez-se apenas por uma ordem: os jesuítas. Nesse sentido, percebe-se que até o episódio da suspensão da Inquisição – que alguns jesuítas se empenharam bastante para conseguir –, já na década de 1670, os inacianos pelejaram com o Santo Ofício. […]Nos pedidos de perdão-geral de 1605 e 1674, os cristãos-novos utilizaram-se de estratégias semelhantes, porém, com resultados bem diferentes. Nota-se, em seus memoriais e opúsculos, a mudança do discurso utilizado: deixa-se a misericórdia para adotar uma postura mais ligada à política e ao direito. Os escritos ganhavam, assim, uma linguagem fundamentada juridicamente, na qual condenavam os estilos do Tribunal, sobretudo o segredo no processo, a infâmia e o uso de testemunhas singulares ou mesmo falsas. Politicamente, declaravam que os inquisidores eram completamente parciais ao julgarem os cristãos-novos, imputando a injustiça dessa “mácula de sangue”. Os descendentes dos judeus portugueses foram incansáveis nessa luta e causaram muita dor de cabeça aos inquisidores. Eles resistiram e criaram sua estratégia para – nessa ordem – amenizar, desqualificar e dilapidar o Tribunal”. MATTOS, Yllan de. A Inquisição contestada: críticos e críticas ao Santo Ofícioportuguês. Rio de Janeiro: Mauad-x/Faperj, 2014 (adaptado). A leitura do trecho selecionado permite corretamente concluir que:

Ao preparar uma aula sobre as dimensões da intolerância religiosa na época Moderna, o professor faz uso dessa citação:
“Todas as inquisições sofreram críticas aos seus procedimentos, à sua jurisdição e à sua existência. No caso da inquisição
portuguesa, diversas foram as frentes que essa instituição teve
de encarar no grande século XVII. Embora existissem eclesiásticos que criticassem o Tribunal, o clero secular foi amiúde
partidário da Inquisição […]. A crítica, neste caso, fez-se apenas por uma ordem: os jesuítas. Nesse sentido, percebe-se
que até o episódio da suspensão da Inquisição – que alguns
jesuítas se empenharam bastante para conseguir –, já na década de 1670, os inacianos pelejaram com o Santo Ofício. […]
Nos pedidos de perdão-geral de 1605 e 1674, os cristãos-novos utilizaram-se de estratégias semelhantes, porém, com
resultados bem diferentes. Nota-se, em seus memoriais e opúsculos, a mudança do discurso utilizado: deixa-se a misericórdia para adotar uma postura mais ligada à política e ao direito.
Os escritos ganhavam, assim, uma linguagem fundamentada
juridicamente, na qual condenavam os estilos do Tribunal,
sobretudo o segredo no processo, a infâmia e o uso de testemunhas singulares ou mesmo falsas. Politicamente, declaravam que os inquisidores eram completamente parciais ao julgarem os cristãos-novos, imputando a injustiça dessa “mácula
de sangue”. Os descendentes dos judeus portugueses foram
incansáveis nessa luta e causaram muita dor de cabeça aos
inquisidores. Eles resistiram e criaram sua estratégia para –
nessa ordem – amenizar, desqualificar e dilapidar o Tribunal”.
MATTOS, Yllan de. A Inquisição contestada: críticos e críticas ao Santo Ofício
português. Rio de Janeiro: Mauad-x/Faperj, 2014 (adaptado).
A leitura do trecho selecionado permite corretamente concluir que:

Resposta:

A alternativa correta é C)

O trecho apresentado sobre a Inquisição portuguesa no século XVII revela um cenário complexo em relação à intolerância religiosa durante a época Moderna. A análise do texto permite concluir que, embora a Inquisição fosse uma instituição poderosa e amplamente apoiada por setores como o clero secular, ela não atuou sem enfrentar resistências. Os jesuítas, por exemplo, emergiram como críticos contundentes, chegando a contribuir para a suspensão temporária do Tribunal na década de 1670. Além disso, os cristãos-novos desenvolveram estratégias jurídicas e políticas para contestar os métodos inquisitoriais, como o sigilo processual e o uso de testemunhas questionáveis. Esses grupos demonstraram que, mesmo em um contexto de predominância da intolerância, havia vozes dissonantes e formas organizadas de oposição. Portanto, a alternativa C) é a correta, pois evidencia que a intolerância não era unânime e que existiam focos de resistência em diferentes estratos da sociedade portuguesa daquele período.

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