No mundo islâmico medieval, se mantinham numerosos elementos não muçulmanos na população e, dentre eles, judeus e cristãos se beneficiavam de um estatuto particular: “povos da Bíblia”. Eram considerados como sendo crentes do mesmo deus, ainda que lhes faltasse a revelação suprema e derradeira, a de Maomé. (George Tate. O Oriente das Cruzadas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado) O trecho apresenta uma característica fundamental do mundo árabe islâmico no contexto da expansão muçulmana, corretamente identificada como
e cristãos se beneficiavam de um estatuto particular: “povos
da Bíblia”. Eram considerados como sendo crentes do mesmo deus, ainda que lhes faltasse a revelação suprema e derradeira, a de Maomé.
Adaptado)
- A)obscurantismo dogmático.
- B)preconceito racial.
- C)comportamento xenofóbico.
- D)intolerância religiosa.
- E)coexistência com a diferença.
Resposta:
A alternativa correta é E)
O texto apresentado descreve uma característica marcante do mundo islâmico medieval: a capacidade de convivência entre diferentes grupos religiosos, especialmente judeus e cristãos, que eram reconhecidos como "povos da Bíblia". Essa abordagem reflete uma postura de tolerância e aceitação relativa dentro de uma sociedade majoritariamente muçulmana, permitindo que essas comunidades mantivessem suas crenças, ainda que sob certas condições. Essa dinâmica histórica contrasta com visões simplistas que associam o mundo islâmico medieval apenas a intolerância ou perseguição religiosa.
A alternativa correta, E) coexistência com a diferença, destaca justamente essa característica de pluralismo presente no período. Embora houvesse hierarquias e limitações impostas aos não muçulmanos, o fato de judeus e cristãos serem tolerados e até mesmo protegidos em certos aspectos demonstra uma complexidade social que vai além de estereótipos como obscurantismo dogmático ou xenofobia. Essa convivência, mesmo que desigual, permitiu trocas culturais e intelectuais significativas, contribuindo para o desenvolvimento do mundo islâmico medieval.
Portanto, a análise do trecho reforça a importância de compreender as nuances históricas, evitando generalizações que obscurecem a riqueza das relações inter-religiosas no passado. A escolha da alternativa E está correta porque capta essencialmente essa ideia de coexistência, ainda que dentro de um contexto de dominação islâmica.
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