Leia o trecho de autoria do economista John Keynes: Concebo pois que uma socialização abrangente do investimento será o único meio de assegurar uma situação aproximada de pleno emprego (…) Mas, além disso, não se vê argumento que justifique um socialismo de Estado que abranja a maior parte da vida econômica da comunidade. Não é a propriedade dos instrumentos de produção que importa o Estado assumir. Se o Estado estiver em condições de determinar o montante agregado dos recursos destinados a aumentar estes instrumentos e a taxa básica de remuneração dos seus detentores, terá realizado tudo que é necessário. (KEYNES, J. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 344) Conforme o autor, para superar o desemprego causado pela grande depressão de 1929, as principais medidas deveriam ter sido
pleno emprego (…) Mas, além disso, não se vê argumento que justifique um socialismo de Estado que abranja a maior parte da
vida econômica da comunidade. Não é a propriedade dos instrumentos de produção que importa o Estado assumir. Se o Estado
estiver em condições de determinar o montante agregado dos recursos destinados a aumentar estes instrumentos e a taxa
básica de remuneração dos seus detentores, terá realizado tudo que é necessário.
- A)a atuação do Estado como regulador das atividades econômicas, combinando a manutenção dos instrumentos de produção e propriedades privadas com a regulamentação do lucro e do investimento.
- B)a socialização abrangente dos lucros das atividades privadas, combinada à expropriação de meios de produção e à estatização das atividades essenciais da economia.
- C)a presença do Estado como fiscal dos investimentos e da vida econômica da comunidade, assegurando o pleno emprego, ainda que para isso sejam necessárias a proibição de lucros privados e a intervenção nas fábricas e serviços.
- D)o controle da inflação e do câmbio pelo Estado, somado à geração de empregos corretamente remunerados e à distribuição dos instrumentos de produção a fim de equilibrar a situação econômica da comunidade.
- E)a moderação do Estado no controle dos investimentos bancários e o estabelecimento de um teto para os gastos públicos, determinando o fim das empresas estatais.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O trecho de John Keynes apresenta uma visão equilibrada sobre o papel do Estado na economia, especialmente no contexto da Grande Depressão de 1929. Keynes defende que o Estado deve atuar como regulador, garantindo o pleno emprego sem necessariamente estatizar toda a economia. Sua proposta não é a de um socialismo radical, mas sim de uma intervenção estratégica, focada no controle do investimento agregado e na remuneração justa dos detentores dos meios de produção.
A alternativa correta, conforme o gabarito, é a A), pois reflete a ideia keynesiana de que o Estado deve regular as atividades econômicas sem abolir a propriedade privada. Keynes não propõe a expropriação dos meios de produção ou a estatização generalizada, como sugerido na alternativa B. Também não defende a proibição de lucros privados ou intervenção direta nas fábricas, como na alternativa C. A alternativa D menciona medidas como controle de inflação e distribuição de instrumentos de produção, que não estão no cerne da argumentação de Keynes. Por fim, a alternativa E vai contra a essência da teoria keynesiana, que prega justamente a atuação ativa do Estado, e não sua moderação ou redução.
Portanto, a resposta correta é a A), que sintetiza a proposta de Keynes: um Estado regulador, sem abrir mão da iniciativa privada, mas garantindo o equilíbrio econômico e o pleno emprego.
Deixe um comentário