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Já observamos que, de 1929 ao ponto mais baixo da depressão, a renda monetária no Brasil se reduziu entre 25 e 30 por cento. Nesse mesmo período, o índice de preços dos produtos importados subiu 33 por cento. Compreende-se, assim, que a redução no quantum das importações tenha sido superior a 60 por cento. Depreende-se facilmente a importância crescente que, como elemento dinâmico, irá logrando a procura interna nessa etapa de depressão. Ao manter-se a procura interna com maior firmeza que a externa, o setor que produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de inversão que o setor exportador. Cria-se, em consequência, uma situação praticamente nova na economia brasileira. (Celso Furtado. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Adaptado) A “situação praticamente nova na economia brasileira”, segundo Furtado, refere-se

Já observamos que, de 1929 ao ponto mais baixo da
depressão, a renda monetária no Brasil se reduziu entre 25 e 30 por cento. Nesse mesmo período, o índice
de preços dos produtos importados subiu 33 por cento.
Compreende-se, assim, que a redução no quantum das
importações tenha sido superior a 60 por cento.
Depreende-se facilmente a importância crescente que,
como elemento dinâmico, irá logrando a procura interna
nessa etapa de depressão. Ao manter-se a procura interna com maior firmeza que a externa, o setor que produzia
para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de inversão que o setor exportador. Cria-se,
em consequência, uma situação praticamente nova na
economia brasileira.
(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Adaptado)
A “situação praticamente nova na economia brasileira”,
segundo Furtado, refere-se

Resposta:

A alternativa correta é E)

O trecho de Celso Furtado analisa uma transformação estrutural na economia brasileira durante a Grande Depressão (1929-1933), evidenciando como a crise internacional alterou os fluxos de investimento e dinamismo econômico no país. A queda drástica das importações (superior a 60%) e a relativa estabilidade da demanda interna criaram condições inéditas: o setor voltado ao mercado doméstico passou a atrair mais capitais que o setor exportador, tradicionalmente hegemônico.

Essa "situação praticamente nova" (alternativa E correta) representa um ponto de inflexão no modelo primário-exportador. A preponderância do mercado interno na formação de capital, ainda que circunstancial, antecipa tendências que se consolidariam com a industrialização substitutiva de importações. As demais alternativas distorcem a análise de Furtado: não há menção a políticas agrícolas (A), transferências para o setor financeiro (B), disparidades regionais (C) ou suposto protagonismo industrial nordestino (D) – o eixo do argumento reside na mudança estrutural nos incentivos econômicos.

O texto ilustra como choques externos podem reconfigurar economias periféricas, deslocando investimentos para setores antes secundários. Essa dinâmica seria crucial para entender o desenvolvimento brasileiro posterior.

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