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Catorze potências participaram da Conferência de Berlim (1884-1885), que no essencial estabeleceu uma espécie de “gentleman’s agreement”: cada potência europeia comprometia-se a não mais fazer aquisições selvagens sem notificar as outras, para permitir que estas apresentassem seus pleitos. Os povos ou reis africanos, considerados “res nullius”, não foram sequer consultados ou informados de todas essas discussões. (Marc Ferro, História das colonizações: das conquistas às independências, séculos XIII a XX) Acerca dos resultados dessa conferência, sabe-se

Catorze potências participaram da Conferência de Berlim
(1884-1885), que no essencial estabeleceu uma espécie de “gentleman’s agreement”: cada potência europeia
comprometia-se a não mais fazer aquisições selvagens
sem notificar as outras, para permitir que estas apresentassem seus pleitos. Os povos ou reis africanos, considerados “res nullius”, não foram sequer consultados ou
informados de todas essas discussões.
(Marc Ferro, História das colonizações: das conquistas
às independências, séculos XIII a XX)
Acerca dos resultados dessa conferência, sabe-se

Resposta:

A alternativa correta é A)

A Conferência de Berlim (1884-1885) foi um marco na história do colonialismo europeu na África, reunindo catorze potências que buscaram estabelecer regras para a partilha do continente africano. O acordo principal consistia em um "gentleman’s agreement", pelo qual as nações europeias se comprometiam a evitar anexações desordenadas de territórios sem prévia comunicação às demais potências. No entanto, como destacado no texto de Marc Ferro, os povos africanos e seus líderes foram completamente excluídos dessas negociações, tratados como "res nullius"—coisa de ninguém—sem direito a voz ou participação.

Entre os resultados mais significativos da conferência, destaca-se o reconhecimento do rei Leopoldo II da Bélgica como soberano proprietário do Estado Livre do Congo (alternativa A). Esse arranjo, longe de ser benéfico para a população local, resultou em um dos regimes coloniais mais brutais da história, marcado pela exploração extrema e violações sistemáticas dos direitos humanos. As demais alternativas apresentadas não correspondem aos fatos históricos: a Grã-Bretanha não sofreu uma derrota diplomática em relação às colônias portuguesas (B), Portugal não obteve reconhecimento para o Mapa Cor-de-Rosa (C), a Alemanha não conquistou territórios britânicos por meio de acordos bilaterais (D), e a França não tomou controle de territórios britânicos na África Central (E).

Assim, a Conferência de Berlim consolidou a dominação europeia na África sob um véu de legalidade internacional, ignorando completamente a soberania e os interesses dos povos africanos. O caso do Congo sob Leopoldo II exemplifica como esses acordos serviram, acima de tudo, aos interesses imperialistas das potências europeias, com consequências devastadoras para o continente africano.

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