“Os escravos tudo perdem sob seus grilhões, até o desejo de escapar deles. (…) A força fez os primeiros escravos, sua covardia os perpetuou”. Fonte: ROUSSEAU, J.J. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1999. p. 57.No trecho acima, o filósofo iluminista, Jean-Jacques Rousseau, toma posição sobre um tema muito debatido nos círculos intelectuais do seu tempo, a escravidão. Sua reflexão esclarece que:
escravos, sua covardia os perpetuou”.
nos círculos intelectuais do seu tempo, a escravidão. Sua reflexão esclarece que:
- A)a desigualdade deve ser mantida.
- B)a apatia contribui para a libertação.
- C)a escravidão é produto das relações humanas.
- D)alguns nascem para ser escravos e outros para dominar.
Resposta:
A alternativa correta é C)
No trecho apresentado, Jean-Jacques Rousseau, um dos principais pensadores do Iluminismo, aborda a questão da escravidão de forma crítica e filosófica. Sua afirmação de que "a força fez os primeiros escravos, sua covardia os perpetuou" revela uma análise profunda sobre as estruturas de dominação e submissão nas relações humanas. Rousseau não apenas condena a escravidão como um ato de violência inicial, mas também aponta para a passividade dos oprimidos como fator de sua continuidade.
A alternativa correta, C) a escravidão é produto das relações humanas, reflete a visão de Rousseau de que a escravidão não é um fenômeno natural ou inevitável, mas sim uma construção social resultante de dinâmicas de poder e coerção. O filósofo rejeita a ideia de que alguns indivíduos nasceram para dominar e outros para servir, como sugere a alternativa D, assim como nega a apatia como caminho para a libertação (alternativa B). Sua perspectiva iluminista valoriza a liberdade e a igualdade, contrariando qualquer justificativa para a manutenção da desigualdade (alternativa A).
Ao analisar a citação, fica claro que Rousseau entende a escravidão como uma relação de dominação estabelecida pela força e mantida pela submissão, não por uma suposta inferioridade natural. Sua crítica está alinhada com os ideais de autonomia e contrato social que fundamentam sua obra, defendendo que nenhum ser humano tem o direito legítimo de subjugar outro. Portanto, a escravidão é, de fato, um produto das relações humanas e de estruturas de poder injustas, não uma condição inerente à humanidade.
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