Leia o texto a seguir. O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades. […] Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião […]. O príncipe não deve se desviar do bem, se possível, mas deve estar pronto a fazer o mal, se necessário. MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1986. Sobre o pensamento político de Maquiavel e o contexto histórico em que se insere, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente
possuir tais qualidades. […] Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados
os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir
contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião […]. O príncipe não deve se desviar do bem, se
possível, mas deve estar pronto a fazer o mal, se necessário.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1986.
Sobre o pensamento político de Maquiavel e o contexto histórico em que se insere, assinale a alternativa correta.
- A)Os reis precisavam de autonomia e não poderiam estar submetidos a nenhuma instituição para alcançar a plenitude política.
- B)Os princípios da representação popular e dos ideais democráticos eram amplamente defendidos.
- C)A ação violenta por parte dos governantes contra os seus súditos era censurada.
- D)A política estava desvinculada dos princípios cristãos, mantendo-se a legitimidade dos reis pelos princípios da representatividade.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O pensamento político de Maquiavel, expresso em sua obra O Príncipe, reflete um momento de transformação na Europa do século XVI, marcado pela formação dos Estados nacionais e pela necessidade de centralização do poder. A alternativa correta, que afirma que "os reis precisavam de autonomia e não poderiam estar submetidos a nenhuma instituição para alcançar a plenitude política", está em sintonia com as ideias maquiavelianas.
Maquiavel rompeu com a tradição medieval que subordinava o poder secular à autoridade religiosa, defendendo que o governante deveria agir de acordo com as exigências da realidade política, mesmo que isso significasse afastar-se de valores morais ou religiosos. Sua visão pragmática enfatizava a eficácia do poder, independentemente de sua submissão a instituições como a Igreja. A autonomia do príncipe era essencial para a estabilidade e a unidade do Estado, especialmente em um contexto de fragmentação política e conflitos constantes.
As demais alternativas não correspondem ao pensamento de Maquiavel ou ao contexto histórico da época. A representação popular e os ideais democráticos (B) não eram centrais em sua obra, que focava na figura do governante. A ação violenta (C) não era censurada, mas sim considerada um instrumento legítimo quando necessária. Por fim, a política ainda estava vinculada aos princípios cristãos (D), embora Maquiavel defendesse sua separação prática em nome da razão de Estado.
Portanto, a alternativa A é a que melhor sintetiza o pensamento maquiaveliano e o cenário político do período, no qual a consolidação do poder real exigia independência frente a outras instituições.
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