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Leia o texto a seguir: Os padres ali [nas missões jesuíticas do Paraguai] têm tudo, e o povo nada; é a obra prima da razão e da justiça. Quanto a mim, não conheço nada mais divino do que os padres, que aqui fazem guerra ao rei da Espanha e ao rei de Portugal, e que na Europa confessam esses reis; que aqui matam espanhóis e em Madri os mandam para o céu: isto me encanta. VOLTAIRE. Cândido. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/cv000009.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.O texto citado é um trecho do conto filosófico “Cândido”, publicado por Voltaire em 1759. Nesse trecho o filósofo

Leia o texto a seguir:

Os padres ali [nas missões jesuíticas do Paraguai] têm tudo, e o povo nada; é a obra prima da razão e da justiça.
Quanto a mim, não conheço nada mais divino do que os padres, que aqui fazem guerra ao rei da Espanha e ao
rei de Portugal, e que na Europa confessam esses reis; que aqui matam espanhóis e em Madri os mandam para
o céu: isto me encanta.

VOLTAIRE. Cândido. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/cv000009.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.

O texto citado é um trecho do conto filosófico “Cândido”, publicado por Voltaire em 1759. Nesse trecho o filósofo

Resposta:

A alternativa correta é D)

O trecho de "Cândido", obra de Voltaire, apresenta uma crítica contundente à atuação dos jesuítas nas missões do Paraguai, revelando a contradição entre suas ações nas colônias e sua postura na Europa. O filósofo iluminista utiliza a ironia para expor a duplicidade da Igreja Católica, que, por um lado, combatia os reis ibéricos nas Américas e, por outro, os legitimava no Velho Mundo por meio da confissão e da absolvição.

A alternativa correta (D) aponta justamente para essa dubiedade da Igreja, que se envolvia em conflitos coloniais enquanto apoiava o absolutismo monárquico na Europa. Voltaire não está analisando o Tratado de Tordesilhas (A), nem criticando a Inquisição diretamente (B), tampouco defendendo o Marquês de Pombal (C). Sua crítica é dirigida à hipocrisia institucional, não à simbiose entre razão e religião (E).

A genialidade de Voltaire reside em sua capacidade de, através do humor ácido, desnudar as contradições do poder religioso e político de seu tempo. A passagem exemplifica como o filósofo usava a literatura como arma de crítica social, característica marcante do Iluminismo.

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