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“O fim último, causa final de desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com a vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária […] das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis da natureza […]”. “Portanto todo homem, pelo ato de [concordar] […] com outros em formar um corpo político debaixo de um governo, se obriga para com cada um dos membros dessa sociedade a se submeter à determinação da maioria, e a ser governado por ela”.Pela análise dos excertos, conclui-se que

“O fim último, causa final de desígnio dos homens (que amam
naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir
aquela restrição sobre si mesmos sob a qual vemos viver nos Estados,
é o cuidado com sua própria conservação e com a vida mais satisfeita.
Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a
consequência necessária
[…] das paixões naturais dos homens, quando
não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por
medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas
leis da natureza
[…]”.

“Portanto todo homem, pelo ato de [concordar] […] com outros em
formar um corpo político debaixo de um governo, se obriga para com
cada um dos membros dessa sociedade a se submeter à determinação
da maioria, e a ser governado por ela”.

Pela análise dos excertos, conclui-se que

Resposta:

A alternativa correta é C)

A análise dos excertos apresentados revela uma discussão fundamental sobre a natureza do governo e sua relação com os indivíduos em sociedade. O primeiro trecho, de inspiração absolutista, apresenta o governo como uma entidade necessária para conter as paixões humanas e evitar o estado de guerra permanente. Já o segundo excerto reflete ideias iluministas, defendendo a formação do governo a partir do consentimento da maioria.

A alternativa correta (C) identifica precisamente esta diferença de fundamentos teóricos entre os dois trechos. O primeiro fragmento, de fato, reflete o pensamento absolutista de Thomas Hobbes, que via no governo forte e centralizado a única forma de garantir a ordem social. O poder soberano, nessa concepção, atua como um freio às paixões naturais dos homens através do medo da punição.

O segundo excerto, por sua vez, apresenta características claras do pensamento iluminista, particularmente a ideia de contrato social desenvolvida por pensadores como Locke e Rousseau. Aqui, o governo surge como produto de um acordo entre os indivíduos, submetendo-se às decisões da maioria - conceito fundamental para a democracia representativa que emergiria posteriormente.

As demais alternativas incorrem em equívocos de interpretação. Não há elementos que sustentem leituras anarquistas (A) ou liberais no sentido moderno (B). Também não é correto afirmar que ambos negam práticas coercitivas (D), já que o primeiro trecho claramente as defende. Por fim, a alternativa (E) inverte erroneamente as características atribuídas a cada pensamento.

Portanto, a alternativa C é a única que capta adequadamente a distinção entre as duas correntes de pensamento político representadas nos excertos: de um lado o absolutismo hobbesiano, do outro o contratualismo iluminista.

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