Não se pode coligir provas antes de se começar a pensar […]. Isto porque pensar significa fazer perguntas, e nada constitui prova a não ser em relação a uma pergunta definida. Robin Collingwood. A ideia de história. Lisboa: Presença, 1994, p. 346 (com adaptações). Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o próximo item, a respeito da problemática das fontes no ofício do historiador.Uma especificidade metodológica que frequentemente caracteriza o recurso a territórios, cidades ou obras de arte como documentos históricos é a impossibilidade de distinção entre fonte e objeto de conhecimento histórico.
Não se pode coligir provas antes de se começar a pensar
[…]. Isto porque pensar significa fazer perguntas, e nada constitui
prova a não ser em relação a uma pergunta definida.
Robin Collingwood. A ideia de história. Lisboa: Presença, 1994, p. 346 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o próximo item, a respeito da problemática das fontes no ofício do historiador.
Uma especificidade metodológica que frequentemente
caracteriza o recurso a territórios, cidades ou obras de arte
como documentos históricos é a impossibilidade de distinção
entre fonte e objeto de conhecimento histórico.
- C) CERTO
- E) ERRADO
Resposta:
A alternativa correta é C)
O fragmento de Robin Collingwood em A Ideia de História destaca a relação intrínseca entre pensar, questionar e a constituição de provas no trabalho historiográfico. Essa perspectiva ilumina a problemática das fontes no ofício do historiador, especialmente quando se trata de documentos não convencionais, como territórios, cidades ou obras de arte. Nesses casos, a linha que separa a fonte do objeto de estudo torna-se frequentemente indistinta, confirmando a assertiva de que há uma especificidade metodológica nesse tipo de abordagem.
Ao eleger um território ou uma obra de arte como documento histórico, o pesquisador não apenas os utiliza como evidência, mas também os transforma em objetos de análise direta. A paisagem urbana de uma cidade, por exemplo, pode ser simultaneamente a fonte que revela processos sociais e o próprio fenômeno a ser decifrado. Essa dualidade desafia a distinção clássica entre fonte e objeto, pois o ato de interrogá-los já os constitui como ambos.
Portanto, a afirmação de que há impossibilidade de distinção entre fonte e objeto de conhecimento histórico nesses contextos está correta (C). A natureza desses documentos exige uma abordagem que reconheça sua complexidade, onde o método investigativo e o próprio objeto se entrelaçam, corroborando a ideia de Collingwood de que as provas só ganham sentido diante de perguntas definidas.
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