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“A história do garfo, da lavagem da roupa, das formas de fazer amor (que podem dar origem a belos estudos) pode ser tão comezinha e tão pouco história – embora enfeite com ouropéis que dão uma certa cor local – como a história das batalhas, dos congressos diplomáticos e dos debates parlamentares, tal como a descreveu uma certa historiografia, que desejaríamos completamente ultrapassada”. [Le GOFF, J. A História do Cotidiano. In: DUBY, G, et alii. História e Nova História. Porto: Teorema, s/d., 92]Reconhecendo a existência de diferentes formas de se produzir e escrever o conhecimento histórico, é possível afirmar que o autor faz crítica e gostaria de ver ultrapassada a concepção:

“A história do garfo, da lavagem da roupa, das formas
de fazer amor (que podem dar origem a belos estudos)
pode ser tão comezinha e tão pouco história –
embora enfeite com ouropéis que dão uma certa
cor local – como a história das batalhas, dos congressos diplomáticos e dos debates parlamentares,
tal como a descreveu uma certa historiografia, que
desejaríamos completamente ultrapassada”.

[Le GOFF, J. A História do Cotidiano. In: DUBY, G, et alii. História
e Nova História. Porto: Teorema, s/d., 92]

Reconhecendo a existência de diferentes formas
de se produzir e escrever o conhecimento histórico,
é possível afirmar que o autor faz crítica e gostaria
de ver ultrapassada a concepção:

Resposta:

A alternativa correta é C)

No trecho apresentado, Jacques Le Goff critica uma abordagem historiográfica tradicional que privilegia eventos políticos e militares, como batalhas, congressos diplomáticos e debates parlamentares, em detrimento de aspectos do cotidiano e da vida comum. O autor defende que temas aparentemente banais, como o uso do garfo, os hábitos de higiene ou as práticas amorosas, também possuem relevância histórica e merecem ser estudados com a mesma seriedade.

A crítica de Le Goff está direcionada especificamente à concepção positivista (alternativa C) da história, que predominou no século XIX e enfatizava fatos políticos, grandes personalidades e documentos oficiais como únicos objetos válidos do conhecimento histórico. Essa visão, que o autor deseja ver ultrapassada, menosprezava a análise de práticas sociais, cultura material e comportamentos do dia a dia.

Ao contrário do que poderia sugerir uma leitura superficial, Le Goff não critica a abordagem do cotidiano (alternativa D) - pelo contrário, ele a valoriza. Também não se refere a concepções mitológicas (A) ou materialistas (B), mas sim a uma historiografia positivista que reduzia a história ao estudo formal de eventos políticos e institucionais.

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