Questões Sobre Urbanização em países subdesenvolvidos - Geografia - concurso

O fenômeno da metropolização nos países pobres é um processo complexo, marcado pela concentração populacional e econômica em grandes centros urbanos. Conforme o texto base, esse crescimento acelerado está diretamente relacionado à incapacidade de geração de empregos em zonas rurais e cidades menores, além de altas taxas de natalidade, que impulsionam o êxodo para as metrópoles.

Entre as alternativas apresentadas, a B) é a correta, pois a metropolização reflete justamente a centralização política e econômica em uma cidade principal, que polariza a região. Essa dinâmica é típica de países subdesenvolvidos, onde a falta de oportunidades em outras áreas reforça a atração exercida pelas metrópoles, consolidando desigualdades regionais.

As demais alternativas não se aplicam: a rede de empregos não se amplia de forma equilibrada (A), as comunidades rurais não se tornam produtivas o suficiente para reter a população (C), e as taxas de natalidade permanecem altas (D), agravando a pressão sobre as grandes cidades.

A formação inicial do território brasileiro foi marcada por um processo de colonização profundamente ligado à exploração de recursos naturais, conforme destacado no texto. Desde os primeiros momentos da ocupação litorânea, a economia colonial se estruturou em torno do extrativismo e, posteriormente, da empresa açucareira, que se tornou a base da riqueza da colônia. A busca por metais preciosos e a expansão da pecuária também atraíram um grande número de colonos europeus, consolidando a exploração dos recursos naturais como principal motivação socioeconômica desse período.

A alternativa correta, portanto, é a B) exploração de recursos naturais, pois reflete a dinâmica econômica que impulsionou a colonização. O desenvolvimento de centros urbanos (A) foi uma consequência, não a causa, enquanto a proteção de indígenas (D) ou o abrigo de refugiados políticos (C) não foram fatores relevantes nesse contexto histórico. A extração de riquezas naturais, como pau-brasil, açúcar e ouro, foi o eixo central que moldou a ocupação e a expansão territorial brasileira.

O trecho da canção "Meu nome é favela", de Delgado, retrata a realidade das comunidades urbanas marginalizadas, destacando a identidade cultural e a vivência das pessoas que habitam esses espaços. A letra evoca imagens de becos, vielas e a simplicidade da vida no gueto, elementos que caracterizam a formação das favelas como um fenômeno urbano marcado pela ocupação irregular do solo.

A questão apresentada aborda a origem desse tipo de organização espacial, e a alternativa correta é a A) expansão de habitações irregulares. Isso porque as favelas surgem, historicamente, a partir da ocupação desordenada de terrenos, muitas vezes em áreas de risco ou sem infraestrutura adequada, por populações de baixa renda que não têm acesso à moradia formal.

As outras alternativas não correspondem à realidade das favelas: a concentração de infraestrutura básica (B) é geralmente precária nesses locais, condomínios exclusivos (C) representam um modelo oposto ao da favela, e o planejamento governamental (D) muitas vezes chega tardiamente ou de forma insuficiente a essas áreas.

Portanto, a canção não apenas celebra a cultura das favelas, mas também reflete, mesmo que indiretamente, o processo de formação desses espaços urbanos marcados pela desigualdade social e pela falta de políticas públicas eficientes.

A urbanização na América Latina apresenta uma característica marcante: a macrocefalia urbana, fenômeno no qual algumas cidades, como a Cidade do México e São Paulo, concentram populações enormes, figurando entre as maiores do mundo. Esse crescimento desproporcional é resultado de um processo histórico e socioeconômico complexo, cuja principal causa foi o intenso êxodo rural ocorrido ao longo do século XX.

Durante esse período, milhões de pessoas migraram do campo para as cidades, impulsionadas pela industrialização, pela busca de melhores condições de vida e, em muitos casos, pela expulsão decorrente de transformações no meio rural. No entanto, as cidades não estavam preparadas para absorver esse fluxo massivo, resultando em inchaço urbano, favelização e infraestrutura precária. Os problemas que antes estavam dispersos no campo passaram a se concentrar nos grandes centros urbanos, gerando desigualdades e desafios estruturais.

As demais alternativas apresentam explicações incorretas ou parciais. O genocídio das culturas nativas (A) não está diretamente relacionado ao crescimento urbano desordenado. O relevo acidentado (B) pode influenciar a localização das cidades, mas não explica sua superpopulação. A valorização do patrimônio histórico (C) tampouco justifica a macrocefalia, já que muitas metrópoles latino-americanas não são necessariamente as mais antigas. Por fim, a política de Getúlio Vargas (D) focou na industrialização, mas não no renascimento do espaço rural – pelo contrário, acelerou a urbanização.

Portanto, a alternativa correta é a E), que identifica o êxodo rural como o principal fator por trás da concentração populacional nos grandes centros urbanos latino-americanos, um legado que ainda hoje desafia o planejamento e a equidade social na região.

O processo de urbanização nos países do Terceiro Mundo apresenta características distintas em comparação com o modelo clássico observado no Primeiro Mundo. Conforme destacado por Vesentini (2004), essa urbanização acelerada não é acompanhada por um ritmo equivalente de industrialização e geração de empregos, resultando em desafios socioeconômicos significativos.

Dentre as alternativas apresentadas, a afirmação correta é a letra B), que indica que Argentina e Uruguai estão entre os países subdesenvolvidos mais urbanizados do mundo, com mais de 90% de sua população vivendo em áreas urbanas. Essa informação está alinhada com os dados demográficos recentes e reflete a realidade de urbanização acelerada em certas regiões da América Latina.

As demais alternativas apresentam incorreções:

• A) A urbanização generalizada ocorreu principalmente a partir do século XVIII, vinculada à Revolução Industrial, e não no século XVII.
• C) Nos países subdesenvolvidos, o êxodo rural está mais relacionado à falta de oportunidades no campo do que à mecanização agrícola ou à oferta de empregos urbanos.
• D) O crescimento das metrópoles nos países desenvolvidos (Norte) está estabilizado, enquanto nos países em desenvolvimento (Sul) continua acelerado.
• E) Embora muitas nações ex-socialistas tenham elevada urbanização, a economia planificada já não predomina na maioria delas após as transformações do final do século XX.

Portanto, a alternativa B é a única que corresponde plenamente à realidade da urbanização contemporânea nos países subdesenvolvidos.

O tema em questão aborda a relação entre campo e cidade, analisando diferentes afirmações sobre urbanização e desenvolvimento. A primeira proposição afirma que o campo precedeu as cidades e era mais importante no passado, concentrando riquezas e população. Essa afirmação é verdadeira (V), pois historicamente o campo foi a base econômica antes da ascensão das cidades, fornecendo excedentes agrícolas e sustentando a população.

A segunda proposição diz que a urbanização hoje é mais acelerada em países da África e da Ásia, onde ainda há predomínio rural. Essa afirmação também é verdadeira (V), pois essas regiões estão passando por um intenso processo de migração para as cidades, apesar de ainda manterem grandes contingentes populacionais no campo.

A terceira proposição afirma que a urbanização, que começou nos países desenvolvidos, hoje é mais acelerada nas nações subdesenvolvidas. Essa afirmação é igualmente verdadeira (V), pois os países em desenvolvimento estão experimentando um crescimento urbano mais rápido do que o ocorrido nos países industrializados no passado.

Por fim, a quarta proposição sugere que a urbanização nos países subdesenvolvidos reflete modernização, com mecanização do campo e progresso social. Essa afirmação é falsa (F), pois, apesar da migração para as cidades, muitos desses países enfrentam urbanização precária, com falta de infraestrutura e empregos formais, sem necessariamente indicar melhoria social.

Portanto, a sequência correta é V V V F, correspondente à alternativa D).

O trecho apresentado aborda a chamada "vantagem urbana" em relação às condições de vida de crianças em áreas urbanas versus rurais, destacando que, em média, as crianças nas cidades têm melhores oportunidades de saúde e educação. No entanto, o texto também chama atenção para as profundas desigualdades existentes dentro das próprias áreas urbanas, que podem ser tão ou mais graves do que as encontradas no meio rural. Essas disparidades podem, em muitos casos, neutralizar os benefícios associados à vida urbana, especialmente para as populações mais pobres.

A alternativa E) é a que melhor reflete os argumentos do texto, pois reconhece que, embora exista uma vantagem urbana em termos gerais, as desigualdades sociais e as situações de privação vividas por parte da população infantil nas cidades – principalmente em países mais pobres – podem anular parcialmente essa vantagem. Isso está em consonância com a preocupação expressa no relatório da ONU sobre as diferenças entre ricos e pobres nas áreas urbanas, que muitas vezes superam as desigualdades rurais.

As outras alternativas não capturam adequadamente a complexidade do argumento apresentado. A alternativa A) ignora as desigualdades urbanas, enquanto a B) desloca o foco para a urbanização como causa da pobreza, o que não é o cerne do texto. A C) simplifica a questão ao afirmar que a pobreza rural é sempre pior, e a D) incorre no erro de sugerir que as áreas rurais são homogêneas em termos de riqueza, o que não é abordado no trecho. Portanto, a alternativa E) é a única que sintetiza corretamente a mensagem central do texto.

O processo de colonização da América Latina deixou marcas profundas que ainda hoje se refletem nas estruturas socioeconômicas da região. A exploração de recursos naturais e a subjugação dos povos originários criaram bases para desigualdades persistentes, que se manifestam até nas dinâmicas urbanas contemporâneas.

No contexto atual, mesmo quando cidades latino-americanas alcançam o status de "cidades globais", isso não significa que ocupem posições equivalentes na hierarquia mundial. A rede global de cidades é marcada por assimetrias de poder econômico e influência política, onde centros urbanos da América Latina frequentemente ocupam posições subordinadas em relação a metrópoles do Norte global.

Portanto, a afirmação de que existe uma hierarquia entre as cidades globais, inclusive entre as latino-americanas, está correta. Essa realidade reflete as desigualdades históricas que remontam ao período colonial e que continuam a moldar as relações de poder no sistema urbano global.

As megacidades representam um fenômeno urbano marcante no século XXI, caracterizado por aglomerações com mais de 10 milhões de habitantes. Na América Latina, esse fenômeno é particularmente relevante devido ao rápido processo de urbanização e crescimento populacional que a região experimentou nas últimas décadas.

Entre as opções apresentadas, a Cidade do México, São Paulo e Rio de Janeiro são reconhecidas como megacidades há vários anos, figurando entre os maiores centros urbanos do mundo. Buenos Aires, embora não alcance o mesmo patamar populacional que as anteriores, também se enquadra nessa categoria devido à sua extensa região metropolitana.

Montevidéu, no entanto, destoa desse grupo. Com uma população significativamente menor, a capital uruguaia não atinge o critério mínimo para ser considerada uma megacidade. Sua escala humana e características urbanas diferenciadas a colocam em outro patamar de desenvolvimento urbano, preservando aspectos de qualidade de vida que muitas megacidades perderam em seu processo de expansão desenfreada.

Essa distinção é importante para compreender as diferentes dinâmicas urbanas na América Latina, onde cidades como Montevidéu oferecem um contraponto interessante ao modelo das megacidades, demonstrando que o desenvolvimento urbano pode seguir caminhos diversos.

NÃO corresponde a uma característica da população da África Subsaariana:

• A) Variedade de religiões.
• B) Predomínio dos grupos negroides, que se dividem em várias etnias.
• C) Desigual distribuição da população no território.
• D) Predomínio da população urbana sobre a rural.
• E) Condições de vida e indicadores pouco satisfatórios.

O gabarito correto é D).