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A Marquesa de Alegros ficara viúva aos quarenta e três anos, e passava a maior parte do ano retirada em sua quinta de Carcavelos. (…) As suas duas filhas, educadas no receio do Céu e nas preocupações da Moda, eram beatas e faziam o chic falando com igual fervor da humildade cristã e do último figurino de Bruxelas. Um jornalista de então dissera delas: – Pensam todos os dias na toilette com que hão de entrar no Paraíso.(Eça de Queirós. O crime do padre Amaro.)O comentário do jornalista deve ser entendido por um viés

A Marquesa de Alegros ficara viúva aos quarenta e três anos,
e passava a maior parte do ano retirada em sua quinta de
Carcavelos. (…) As suas duas filhas, educadas no receio do
Céu e nas preocupações da Moda, eram beatas e faziam o
chic falando com igual fervor da humildade cristã e do último
figurino de Bruxelas. Um jornalista de então dissera delas:
– Pensam todos os dias na toilette com que hão de entrar no
Paraíso.

(Eça de Queirós. O crime do padre Amaro.)

O comentário do jornalista deve ser entendido por um viés

Resposta:

A alternativa correta é A)

O trecho de O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, apresenta uma crítica social aguçada, característica do realismo literário. A descrição das filhas da Marquesa de Alegros revela uma contradição entre a educação religiosa rígida e a obsessão pela moda, elementos aparentemente opostos que coexistem de maneira hipócrita. O comentário do jornalista, citado no texto, deve ser interpretado como irônico, pois expõe justamente essa ambiguidade. A ironia reside no contraste entre a suposta devoção espiritual e a vaidade mundana, evidenciando a superficialidade e a incoerência moral daquelas personagens. A alternativa A) é, portanto, a correta, já que capta o tom crítico e mordaz do autor ao retratar a falsidade de valores na sociedade da época.

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