Muitos escritores preocuparam-se em defender um ideário artístico que servisse de orientação para outros companheiros. Podemos dizer, grosso modo, que esses ideários assemelham-se a manuais. Pensando nisso, leia os versos a seguir, em que o autor defende a liberdade estética na criação da poesia, e identifique o período literário a que esses versos pertencem. (…) Não acho mais graça nenhuma nisso da gente submeter comoções a um leito de Procusto(1) para que obtenham, em ritmo convencional, número convencional de sílabas. Já, primeiro livro, usei indiferentemente, sem obrigação de retorno periódico, os diversos metros pares. Agora liberto-me também desse preconceito. (…) Marinetti (2) foi grande quando redescobriu o poder sugestivo, associativo, simbólico, universal, musical da palavra em liberdade. Aliás: velha como Adão. Marinetti errou: fez dela sistema. É apenas auxiliar poderosíssimo. Uso palavras em liberdade. (…) (1) Na mitologia grega, Procusto era um bandido que tinha, em sua casa, uma cama (leito) de ferro na qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem muito altos, ele amputava o excesso de comprimento do corpo desses viajantes para ajustá-los à cama e, se tinham pequena estatura, eram esticados até atingirem o comprimento determinado. (2) Fillipo Tommaso Marinetti.
Muitos escritores preocuparam-se em defender um ideário artístico que servisse de orientação para outros companheiros. Podemos dizer, grosso modo, que esses ideários assemelham-se a manuais. Pensando nisso, leia os versos a seguir, em que o autor defende a liberdade estética na criação da poesia, e identifique o período literário a que esses versos pertencem.
(…) Não acho mais graça nenhuma nisso da gente submeter comoções a um leito de Procusto(1) para que obtenham, em ritmo convencional, número convencional de sílabas. Já, primeiro livro, usei indiferentemente, sem obrigação de retorno periódico, os diversos metros pares. Agora liberto-me também desse preconceito.
(…) Marinetti (2) foi grande quando redescobriu o poder sugestivo, associativo, simbólico, universal, musical da palavra em liberdade. Aliás: velha como Adão. Marinetti errou: fez dela sistema. É apenas auxiliar poderosíssimo. Uso palavras em liberdade.
(…) (1) Na mitologia grega, Procusto era um bandido que tinha, em sua casa, uma cama (leito) de ferro na qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem muito altos, ele amputava o excesso de comprimento do corpo desses viajantes para ajustá-los à cama e, se tinham pequena estatura, eram esticados até atingirem o comprimento determinado. (2) Fillipo Tommaso Marinetti.
- A)Barroco.
- B)Romantismo.
- C)Parnasianismo.
- D)Realismo.
- E)Modernismo.
Resposta:
A alternativa correta é E)
O texto apresentado revela uma clara defesa da liberdade estética na criação poética, rejeitando as convenções rígidas e propondo uma ruptura com as formas tradicionais. Essa postura é característica do Modernismo, movimento literário que surgiu no início do século XX e pregava a inovação, a experimentação e a liberdade de expressão.
Os versos destacados criticam a submissão da poesia a estruturas fixas, como o uso obrigatório de métricas e sílabas poéticas, comparando essa prática ao "leito de Procusto", uma metáfora que ilustra a violência de enquadrar a arte em moldes pré-estabelecidos. Além disso, o autor menciona Marinetti, figura central do Futurismo, movimento precursor do Modernismo, que defendia a liberdade das palavras e sua capacidade de sugerir, associar e transcender.
Embora o texto faça referência a elementos de outros períodos literários, como a crítica ao formalismo do Parnasianismo, sua essência está alinhada com os ideais modernistas: a busca por uma linguagem livre, a valorização da subjetividade e a rejeição às regras tradicionais. Portanto, o período literário a que esses versos pertencem é o Modernismo, conforme indicado pela alternativa E).
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