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      Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido. Jerônimo, também posto de pé, respondeu altivo com um gesto igual. Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens, perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio.                                       (AZEVEDO, Aluísio. trecho de O cortiço. São Paulo, Ed. Hartra, 2009. p. 106-107) Afirma-se corretamente sobre as características do texto acima:

      Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo,
requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e
atrevido. Jerônimo, também posto de pé, respondeu altivo com um gesto igual. Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo
silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril,
os dois homens, perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio.

                                      (AZEVEDO, Aluísio. trecho de O cortiço. São Paulo, Ed. Hartra, 2009. p. 106-107) 

Afirma-se corretamente sobre as características do texto acima:

Resposta:

A alternativa correta é E)

O trecho de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, apresenta uma cena marcante que ilustra as tensões sociais e humanas presentes na obra. A narrativa, ambientada em um cortiço do Rio de Janeiro do século XIX, captura os conflitos e as relações entre os personagens, revelando um retrato fiel da sociedade brasileira da época.

A alternativa E) é a correta, pois o romance se destaca por seu vivo interesse social e humano, retratando as contradições e desigualdades da realidade nacional. Azevedo constrói uma narrativa que funciona como uma "fotografia da sociedade", expondo as dinâmicas de poder, os vícios e as paixões que permeiam a vida no cortiço. A cena em questão, com o confronto entre Firmo e Jerônimo, exemplifica essa abordagem, mostrando como as relações humanas são influenciadas pelo ambiente opressivo e pela disputa por espaço e afeto.

As outras alternativas não se aplicam adequadamente ao trecho ou à obra como um todo. O Cortiço não se concentra na análise psicológica profunda (C), nem na busca pela beleza estética pela palavra (D). Também não é um romance que mistura o objetivo e o subjetivo de forma surreal (B), nem se inspira nas contradições interiores do homem com liberdade formal (A). Sua força está justamente na representação crua e realista da vida coletiva, marcada pela luta pela sobrevivência e pelos instintos humanos em um contexto social determinado.

Portanto, a obra de Azevedo se consolida como um marco do Naturalismo brasileiro, em que a realidade social é exposta sem idealizações, revelando as feridas e as complexidades da sociedade brasileira do período.

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