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Leia o fragmento para responder a QUESTÃO . Horácio não gostava de ser contestado, mas compreendeu não era bom tema de conversa. Voltou à literatura, aconselhando os outros a lerem Drummond de Andrade, na sua opinião o melhor poeta de língua portuguesa de sempre. Qual Camões, qual Pessoa, Drummond é que era, tudo estava nele, até a situação de Angola se podia inferir na sua poesia. Por isso vos digo, os portugueses passam a vida a querer-nos impingir a sua poesia, temos de a estudar na escola, e escondem-nos os brasileiros, nossos irmãos, poetas e prosadores sublimes, relatando os nossos problemas e numa linguagem bem mais próxima da que falamos nas cidades. Quem não leu Drummond é um analfabeto. Os outros iam comendo, trocando de vez em quando olhares cúmplices. Até que Malongo e Vítor terminaram a refeição. Malongo despediu-se, levantando-se, um analfabeto vos saúda. Vítor e Furtado riram, Horácio fingiu que não ouviu. Agarrou no braço de Furtado e continuou a cultivá-lo com versos de Drummond e os seus próprios, dedicados ao grande brasileiro.Fonte: PEPETELA. A geração da utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2000, p. 30-31 (fragmento).No fragmento do romance do escritor angolano Pepetela, Horácio aconselha seus amigos Malongo, Vítor e Furtado a lerem o poeta Drummond de Andrade. Analise as afirmativas a seguir. I. A poesia de Drummond é melhor que a de Camões e de Pessoa. II. Há uma aproximação entre a literatura de Drummond e a realidade angolana. III. Nas escolas portuguesas se estuda a poesia de Drummond. IV. A poesia de Drummond está sendo usada para alfabetizar nas escolas angolanas. V. As obras dos literatos brasileiros possuem uma linguagem próxima a dos angolanos nas cidades. Assinale a alternativa CORRETA.

Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .
Horácio não gostava de ser contestado, mas compreendeu não
era bom tema de conversa. Voltou à literatura, aconselhando
os outros a lerem Drummond de Andrade, na sua opinião o
melhor poeta de língua portuguesa de sempre. Qual Camões,
qual Pessoa, Drummond é que era, tudo estava nele, até a
situação de Angola se podia inferir na sua poesia. Por isso vos
digo, os portugueses passam a vida a querer-nos impingir a
sua poesia, temos de a estudar na escola, e escondem-nos os
brasileiros, nossos irmãos, poetas e prosadores sublimes,
relatando os nossos problemas e numa linguagem bem mais
próxima da que falamos nas cidades. Quem não leu
Drummond é um analfabeto. Os outros iam comendo, trocando
de vez em quando olhares cúmplices. Até que Malongo e Vítor
terminaram a refeição. Malongo despediu-se, levantando-se,
um analfabeto vos saúda. Vítor e Furtado riram, Horácio fingiu
que não ouviu. Agarrou no braço de Furtado e continuou a
cultivá-lo com versos de Drummond e os seus próprios,
dedicados ao grande brasileiro.
Fonte: PEPETELA. A geração da utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2000,
p. 30-31 (fragmento).
No fragmento do romance do escritor angolano Pepetela,
Horácio aconselha seus amigos Malongo, Vítor e Furtado a
lerem o poeta Drummond de Andrade.
Analise as afirmativas a seguir.
I. A poesia de Drummond é melhor que a de Camões e de
Pessoa.
II. Há uma aproximação entre a literatura de Drummond e a
realidade angolana.
III. Nas escolas portuguesas se estuda a poesia de
Drummond.
IV. A poesia de Drummond está sendo usada para alfabetizar
nas escolas angolanas.
V. As obras dos literatos brasileiros possuem uma linguagem
próxima a dos angolanos nas cidades.
Assinale a alternativa CORRETA.

Resposta:

A alternativa correta é C)

No fragmento do romance A Geração da Utopia, de Pepetela, o personagem Horácio defende veementemente a superioridade da poesia de Carlos Drummond de Andrade em relação a grandes nomes da língua portuguesa, como Camões e Fernando Pessoa. Essa posição, expressa na afirmativa I, reflete uma opinião subjetiva do personagem, que considera Drummond o "melhor poeta de língua portuguesa de sempre". Embora seja uma visão pessoal, o texto deixa claro que Horácio acredita nessa afirmação, tornando a alternativa I correta no contexto da narrativa.

A afirmativa II também está correta, pois o trecho menciona que, segundo Horácio, a situação de Angola podia ser inferida na poesia de Drummond. Isso indica uma aproximação entre a obra do poeta brasileiro e a realidade angolana, sugerindo que sua literatura dialoga com questões relevantes para o país africano, ainda que de forma indireta.

Já a afirmativa III é incorreta, pois o texto critica justamente o fato de as escolas portuguesas priorizarem o estudo de poetas portugueses, "escondendo" os brasileiros. Não há qualquer menção ao ensino de Drummond em Portugal, mas sim uma reclamação sobre sua ausência nos currículos.

A afirmativa IV também não encontra respaldo no texto. Embora Horácio afirme que "quem não leu Drummond é um analfabeto", trata-se de uma hipérbole para enfatizar a importância que ele atribui ao poeta, não uma referência a programas de alfabetização que utilizem sua obra.

Por fim, a afirmativa V está correta, pois o texto menciona explicitamente que os escritores brasileiros, como Drummond, utilizam "uma linguagem bem mais próxima da que falamos nas cidades" (referindo-se aos angolanos). Essa proximidade linguística é apresentada como uma vantagem da literatura brasileira em relação à portuguesa no contexto angolano.

Portanto, as únicas afirmativas corretas são I, II e V, tornando a alternativa C a resposta adequada. O excerto revela não apenas as preferências literárias de Horácio, mas também uma crítica à hegemonia cultural portuguesa e uma valorização dos laços literários entre Brasil e Angola, marcados por similaridades linguísticas e temáticas.

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