Leia atentamente o excerto do soneto “O acendedor de lampiões”, de Jorge de Lima, e assinale a opção CORRETA.“Triste ironia atroz que o senso humano irrita: – ele que doira a noite e ilumina a cidade, talvez não tenha luz na choupana em que habita. Tanta gente também nos outros insinua crenças, religiões, amor, felicidade, como este acendedor de lampiões da rua!”
assinale a opção CORRETA.
- A)Trata-se de um soneto decassílabo, com rimas externas, denotando, pelo cuidado com a forma e temática, pertencer ao movimento parnasiano.
- B)O poema retrata a amargura da profissão de acendedor lampiões em uma sociedade que não valoriza o trabalho, tampouco o trabalhador braçal.
- C)O soneto retrata a miséria nos subúrbios dos grandes centros brasileiros, onde a situação é tão precária que não há luz elétrica para os moradores.
- D)A temática proposta no poema faz alusão à hipocrisia humana, principalmente no que diz respeito à crença, religião, amor, felicidade.
- E)Acender lampiões se traduz como um ato de coragem, de bravura, pois o acendedor de lampiões não se cansa de executar seu trabalho.
Resposta:
A alternativa correta é D)
O soneto "O acendedor de lampiões", de Jorge de Lima, apresenta uma reflexão profunda sobre a condição humana e suas contradições. A análise do excerto permite identificar que a temática central do poema gira em torno da hipocrisia presente nas relações sociais e nos valores propagados pela sociedade.
Nos versos, o poeta estabelece um paralelo entre o acendedor de lampiões – figura que ilumina a cidade enquanto vive na escuridão de sua choupana – e aqueles que pregam conceitos como crença, religião, amor e felicidade sem necessariamente vivenciá-los. Essa dualidade é caracterizada como uma "triste ironia atroz", evidenciando o contraste entre o discurso e a realidade.
A opção correta, portanto, é a D), pois o poema não se limita a descrever a profissão do acendedor de lampiões (eliminando a alternativa B) ou a ausência de luz elétrica nos subúrbios (alternativa C). Também não há elementos que sustentem a classificação como um soneto parnasiano (alternativa A) ou a exaltação do trabalho como ato de bravura (alternativa E). A essência da obra está na crítica à falsidade humana, representada pela figura do acendedor como símbolo dessa contradição.
Dessa forma, Jorge de Lima utiliza a imagem poética para questionar as convenções sociais e a dissociação entre o que se professa e o que se pratica, tema que permanece atual e relevante em qualquer época.
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