Leia trecho do poema de Olavo Bilac. Língua PortuguesaÚltima flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela…Amote assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! (Olavo Bilac, Poesias) No poema, o eu lírico
- A)define-se apaixonado pela língua portuguesa de Portugal,mas não pela do Brasil.
- B)desqualifica a língua portuguesa, pois a vê como agreste e símbolo da saudade.
- C)questiona se a língua portuguesa chegará a ser bela como outras nascidas do latim.
- D)sugere que a língua portuguesa traz em si sentimentos ruins e, por isso, não pode ser bela.
- E)enaltece a língua portuguesa, por sua riqueza capaz de expressar diferentes sentimentos.
Resposta:
A alternativa correta é E)
O poema "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac, é uma ode à riqueza e à beleza do idioma, expressando profunda admiração por suas múltiplas facetas. O eu lírico não apenas celebra a língua, mas também a personifica, atribuindo-lhe características contraditórias que revelam sua complexidade. Ao chamá-la de "última flor do Lácio, inculta e bela", o poeta reconhece sua origem latina e sua natureza ao mesmo tempo rústica e sublime.
A alternativa correta é a E), pois o poema claramente enaltece a língua portuguesa. Bilac utiliza metáforas como "ouro nativo" e "tuba de alto clangor" para destacar seu valor e sonoridade, enquanto contrasta com imagens de dor e saudade, como "o arrolo da saudade e da ternura". Essa dualidade mostra como o idioma é capaz de expressar tanto grandiosidade quanto sentimentos profundos e melancólicos.
Além disso, o poeta menciona figuras importantes como Camões e a voz materna, ligando a língua a tradições literárias e afetivas. A expressão "rude e doloroso idioma" não é uma crítica, mas um reconhecimento de sua força e capacidade de transmitir emoções intensas. Assim, o poema é uma exaltação à língua portuguesa em toda sua diversidade e potência expressiva.
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