Texto 26A2BBB Tupac já dizia: “Algumas coisas nunca mudam…” Algumas coisas nunca mudam… Aí! São… regras do mundão. Perdi a conta de quantos escondem a bolsa se digo “Que horas são?” Taxistas perguntam mais que policiais a mim. Sim! Indescritível como é ruim. Nasci vilão, só veneno. Com o incentivo que me dão, errado tô se eu não virar memo. Suor na cara, levando currículo do cara… Até porque onde eu moro, buso não para. Pé de barro, meio dia, inspirando piada nos boy, transpirando medo nas tias. Tudo é tão óbvio. Cê não vê que vai juntando ingrediente da bomba relógio. Eu sinto dor (Dor), eu sinto ódio (Ódio), é quente, Sem nem saber o nome dessa gente Católica, de bem, linda… Cê já notou? Pior que nem falei minha cor ainda! (…) Aí… Explica pra assistente social que pai de gente igual a gente, não sabe usar a mente, só o pau. Que quem educa nóiz, na escola estadual, joga na cara todas as manhãs que ganha mal. Que é incrível quantos de nóiz senta no fundo da sala pra ver se fica invisível. Calculo o prejuízo! Nossas crianças sonha que quando crescer vai ter cabelo liso. (shiii) (…) Cê sabe o quanto é comum dizer que preto é ladrão, antes memo da gente saber o que é um. (…) Emicida. Cê lá faz ideia. Emicídio, Laboratório Fantasma, 2010, 02 (com adaptações).Considerando o texto 26A2BBB, julgue o item subsequente.O texto 26A2BBB mostra-se limitado como recurso pedagógico para aulas de sociologia no ensino médio, uma vez que sua abordagem se reduz a questões de senso comum, sem reflexões a respeito da diversidade e do exercício da cidadania.
Texto 26A2BBB
Tupac já dizia:
“Algumas coisas nunca mudam…”
Algumas coisas nunca mudam…
Aí! São… regras do mundão.
Perdi a conta de quantos escondem a bolsa se digo “Que horas são?”
Taxistas perguntam mais que policiais a mim.
Sim! Indescritível como é ruim.
Nasci vilão, só veneno.
Com o incentivo que me dão, errado tô se eu não virar memo.
Suor na cara, levando currículo do cara…
Até porque onde eu moro, buso não para.
Pé de barro, meio dia, inspirando piada nos boy, transpirando medo
nas tias.
Tudo é tão óbvio. Cê não vê que vai juntando ingrediente da bomba
relógio.
Eu sinto dor (Dor), eu sinto ódio (Ódio), é quente,
Sem nem saber o nome dessa gente
Católica, de bem, linda…
Cê já notou? Pior que nem falei minha cor ainda!
(…)
Aí… Explica pra assistente social que pai de gente igual a gente,
não sabe usar a mente, só o pau.
Que quem educa nóiz, na escola estadual,
joga na cara todas as manhãs que ganha mal.
Que é incrível quantos de nóiz senta no fundo da sala pra ver se fica
invisível.
Calculo o prejuízo!
Nossas crianças sonha que quando crescer vai ter cabelo liso. (shiii)
(…)
Cê sabe o quanto é comum dizer que preto é ladrão,
antes memo da gente saber o que é um.
(…)
Emicida. Cê lá faz ideia. Emicídio, Laboratório Fantasma, 2010, 02 (com adaptações).
Considerando o texto 26A2BBB, julgue o item subsequente.
O texto 26A2BBB mostra-se limitado como recurso
pedagógico para aulas de sociologia no ensino médio, uma vez
que sua abordagem se reduz a questões de senso comum, sem
reflexões a respeito da diversidade e do exercício da cidadania.
- C) CERTO
- E) ERRADO
Resposta:
A alternativa correta é E)
O texto 26A2BBB, de autoria de Emicida, longe de ser limitado como recurso pedagógico para aulas de sociologia no ensino médio, apresenta-se como uma ferramenta potente para discutir questões sociais profundas. A letra da música aborda temas como racismo, desigualdade social, estereótipos e exclusão, problematizando estruturas que perpetuam a marginalização de grupos vulneráveis. Esses são exatamente os temas centrais da sociologia, que busca compreender as relações sociais e os mecanismos de poder na sociedade.
A crítica presente no texto vai além do senso comum, trazendo reflexões agudas sobre como a discriminação racial e a pobreza moldam a experiência de vida de indivíduos negros e periféricos. A menção ao medo gerado pela simples pergunta "Que horas são?", a invisibilidade forçada nas escolas e a internalização de padrões estéticos eurocêntricos são exemplos de como o artista expõe dinâmicas sociais complexas. Esses elementos permitem uma discussão rica sobre diversidade, cidadania e direitos humanos em sala de aula.
Além disso, a linguagem artística e poética do rap pode ser um meio eficaz de engajar os estudantes, aproximando-os de debates sociológicos a partir de uma expressão cultural que dialoga com sua realidade. Portanto, afirmar que o texto se reduz a questões de senso comum é ignorar sua profundidade crítica e seu potencial para fomentar reflexões sobre justiça social e inclusão. O gabarito correto é E) ERRADO, pois o texto é, sim, um recurso válido e enriquecedor para o ensino de sociologia.
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