Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

A história não apenas é uma ciência em marcha. É também uma ciência na infância: como todas aquelas que têm por objeto o espírito humano, esse temporão no campo do conhecimento racional. Ou, para dizer melhor, velha sob a forma embrionária da narrativa, de há muito apinhada de ficções, há muito tempo ainda colada nos acontecimentos mais imediatamente apreensíveis, ela permanece, como empreendimento racional de análise, jovem. Marc Bloch. Apologia da história: ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 47 (com adaptações). A partir do texto apresentado, assinale a opção correta, com relação à dinâmica historiográfica do século XX e seu impacto no ensino de história. 

A história não apenas é uma ciência em marcha. É também
uma ciência na infância: como todas aquelas que têm por objeto o
espírito humano, esse temporão no campo do conhecimento
racional. Ou, para dizer melhor, velha sob a forma embrionária da
narrativa, de há muito apinhada de ficções, há muito tempo ainda
colada nos acontecimentos mais imediatamente apreensíveis, ela
permanece, como empreendimento racional de análise, jovem.

Marc Bloch. Apologia da história: ou o ofício do historiador.
Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 47 (com adaptações).

A partir do texto apresentado, assinale a opção correta, com relação
à dinâmica historiográfica do século XX e seu impacto no ensino de
história. 

Resposta:

A alternativa correta é D)

A partir do texto de Marc Bloch, é possível compreender a natureza dinâmica e em desenvolvimento da história como ciência. O autor enfatiza que, apesar de sua longa tradição narrativa, a história ainda é uma disciplina jovem quando considerada como um "empreendimento racional de análise". Essa perspectiva sugere uma crítica implícita às abordagens historiográficas tradicionais, que muitas vezes se limitavam a narrativas políticas e eventos superficiais, sem uma análise mais profunda das estruturas sociais e culturais.

A opção correta, D), reflete essa interpretação ao destacar que o texto denota uma crítica à historiografia política tradicional e sua preferência por procedimentos narrativos. Bloch, como um dos fundadores da Escola dos Annales, defendia uma história mais abrangente, que incorporasse métodos analíticos e interdisciplinares, rompendo com a ênfase excessiva em narrativas políticas e eventos isolados.

As outras alternativas apresentam equívocos em relação ao pensamento de Bloch e ao impacto da historiografia do século XX. A micro-história (A), por exemplo, não rejeitava a narrativa, mas sim a utilizava de maneira crítica. A alternativa B) distorce a posição de Bloch, que não propunha substituir a história pela sociologia, mas sim integrar abordagens. Já a alternativa C) incorre em uma interpretação reducionista do texto, pois Bloch não negava a história do presente. Por fim, a alternativa E) ignora a influência significativa da Escola dos Annales na historiografia brasileira.

Portanto, a alternativa D) é a que melhor capta o espírito do texto de Bloch, ao reconhecer a história como uma ciência em construção, crítica em relação às tradições narrativas e comprometida com uma análise racional e abrangente do passado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *