Para a gramática normativa, a língua corresponde às formas de expressão produzidas por pessoas cultas, de prestígio. Nas sociedades que têm língua escrita, é principalmente esta modalidade que funciona como modelo, acabando por representar a própria língua. Eventualmente, a restrição é ainda maior, tomando-se por representação da língua a expressão escrita elaborada literariamente. É a essa variante que se costuma chamar “norma culta” ou “variante padrão” ou “dialeto padrão”. Na verdade, em casos mais extremos, mas não raros, chega-se a considerar que esta variante é a própria língua. (adaptado de Sírio Possenti, Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, Mercado de Letras, 1996, p.74) Considerando o fragmento transcrito em conjunto com as diretrizes expostas na Proposta Curricular – CBC da SEE/MG para o ensino de Língua Portuguesa, é correto afirmar que a escola tem como tarefa ensinar
Para a gramática normativa, a língua corresponde às formas de expressão produzidas por pessoas cultas, de prestígio. Nas sociedades que têm língua escrita, é principalmente esta modalidade que funciona como modelo, acabando por representar a própria língua. Eventualmente, a restrição é ainda maior, tomando-se por representação da língua a expressão escrita elaborada literariamente. É a essa variante que se costuma chamar “norma culta” ou “variante padrão” ou “dialeto padrão”. Na verdade, em casos mais extremos, mas não raros, chega-se a considerar que esta variante é a própria língua.
(adaptado de Sírio Possenti, Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, Mercado de Letras, 1996, p.74)
Considerando o fragmento transcrito em conjunto com as diretrizes expostas na Proposta Curricular – CBC da SEE/MG para o ensino de Língua Portuguesa, é correto afirmar que a escola tem como tarefa ensinar
- A)apenas a norma culta ou padrão da língua portuguesa, por diversos motivos: é ela a variante reconhecida e prestigiada socialmente; para as pessoas cultas, ela funciona como modelo e acaba por representar a própria língua; e, finalmente, é a única variante livre dos inevitáveis preconceitos dirigidos às demais variantes.
- B)a norma culta ou padrão da língua portuguesa, pois é a que o aluno em geral não domina, mas deve recusar a ideia de que esta variante é a própria língua, isto é, não pode desconsiderar as outras variantes e nem dar lugar à expressão dos preconceitos que costumam ser dirigidos a algumas delas.
- C)apenas as variantes que são geralmente desconsideradas por aqueles que privilegiam a norma culta, chegando a crer que esta variante é a própria língua; ao privilegiar os dialetos menos cultos e os registros menos formais, a escola pode valorizar o conhecimento prévio do aluno e combater os preconceitos linguísticos.
- D)as variantes ou os dialetos utilizados pelos alunos, no caso da língua oral, para que eles não se sintam vítimas do preconceito linguístico, ao passo que o ensino da norma culta deve ser reservado para os momentos em que se trabalha a expressão escrita elaborada literariamente, nas aulas de literatura.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O fragmento de Sírio Possenti e as diretrizes da Proposta Curricular – CBC da SEE/MG apontam para uma abordagem equilibrada no ensino da língua portuguesa. A gramática normativa tradicionalmente privilegia a "norma culta" ou "variante padrão", muitas vezes tratando-a como a única forma legítima da língua. No entanto, a escola deve adotar uma postura mais inclusiva e crítica.
A alternativa B) é a correta porque reconhece a importância de ensinar a norma culta, já que ela é socialmente valorizada e necessária para situações formais, mas também rejeita a ideia de que essa variante seja a única forma válida da língua. A escola não pode ignorar as demais variantes linguísticas, pois isso reforçaria preconceitos e desconsideraria a diversidade cultural e social dos alunos.
As outras alternativas apresentam visões extremistas ou reducionistas. A alternativa A) defende exclusivamente a norma culta, ignorando a riqueza das outras variantes. Já as opções C) e D) invertem o problema, privilegiando apenas as variantes não padrão ou segregando o ensino da norma culta a contextos específicos, o que também é limitador.
Portanto, a escola deve ensinar a norma culta como uma ferramenta de acesso a espaços sociais de prestígio, mas sem desvalorizar as outras formas de expressão linguística. Essa abordagem promove o respeito à diversidade e combate os preconceitos, alinhando-se às diretrizes contemporâneas do ensino de língua portuguesa.
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