Com base na geografia física, assinale a opção correta.
- A)Mesmo antes da instituição dos parâmetros curriculares nacionais e da proposição dos temas transversais, a dicotomia geografia humana versus geografia física deixou de prevalecer, sobretudo em relação à redefinição do objeto de estudo da ciência geográfica como o produto da relação do homem com o espaço.
- B)A nova proposta de abordagem dos conteúdos de geografia física a partir de 1990 demonstrou a importância das regularidades empíricas sob a forma de padrões para o estudo do meio ambiente.
- C)A formação do naturalista Humboldt, associada às suas diversas viagens, fez da geografia uma disciplina voltada para a explicação dos fenômenos geográficos registrados, em detrimento da descrição das paisagens.
- D)Pela afinidade da geografia física como um campo da ciência geográfica com a área das ciências ambientais, é possível caracterizar seu estudo como uma abordagem essencialmente ambiental.
- E)Com o processo de redemocratização ocorrido no Brasil em meados dos anos 80 do século passado, houve rejeição ao ensino dos conteúdos da geografia física no ensino regular.
Resposta:
A alternativa correta é E)
O estudo da geografia física sempre foi um pilar fundamental para a compreensão das dinâmicas espaciais e ambientais. No entanto, sua abordagem no ensino e na pesquisa sofreu transformações significativas ao longo do tempo, especialmente no contexto brasileiro. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra E, que afirma que, com o processo de redemocratização no Brasil nos anos 1980, houve uma rejeição ao ensino dos conteúdos da geografia física no ensino regular. Essa afirmação reflete um momento histórico em que a disciplina passou por críticas e revisões, muitas vezes sendo associada a uma visão tradicional e pouco crítica do espaço.
Durante esse período, a geografia como um todo enfrentou questionamentos sobre seu papel e metodologia, com ênfase crescente na geografia humana e nas questões sociais. A geografia física, por sua vez, foi temporariamente marginalizada em alguns círculos acadêmicos e educacionais, visto que parte do debate pedagógico priorizava temas como desigualdade, urbanização e relações de poder, em detrimento dos aspectos naturais do espaço. Essa tendência, no entanto, não significou o fim da geografia física, mas sim uma reavaliação de sua abordagem, que mais tarde seria reintegrada de forma mais crítica e interdisciplinar.
As demais alternativas apresentam equívocos ou generalizações. A letra A, por exemplo, ignora que a dicotomia entre geografia humana e física persistiu por muito tempo, mesmo após as reformas curriculares. A letra B menciona uma suposta ênfase em "regularidades empíricas" a partir dos anos 1990, o que não corresponde ao movimento predominante da época, mais voltado para a crítica social. A letra C simplifica a contribuição de Humboldt, que, embora tenha valorizado a explicação dos fenômenos, nunca abandonou a descrição das paisagens. Por fim, a letra D reduz a geografia física a uma abordagem ambiental, desconsiderando sua complexidade e múltiplas aplicações.
Portanto, a alternativa E é a que melhor captura um momento específico da história do ensino da geografia no Brasil, marcado por transformações políticas e pedagógicas que repercutiram na maneira como a geografia física foi (ou não) valorizada no currículo escolar.
Deixe um comentário