Considere as seguintes interpretações realizadas pela escola: – A criança de baixa renda não aprende porque apresenta déficit cognitivo. – A criança de baixa renda não aprende porque é culturalmente pobre. – A criança de baixa renda não aprende porque é desnutrida. Diante disso, o resultado de sua ação se relaciona à ideia de
Considere as seguintes interpretações realizadas pela escola:
– A criança de baixa renda não aprende porque apresenta déficit cognitivo.
– A criança de baixa renda não aprende porque é culturalmente pobre.
– A criança de baixa renda não aprende porque é desnutrida.
Diante disso, o resultado de sua ação se relaciona à ideia de
- A)inclusão social.
- B)capacitação intelectual.
- C)eficiência escolar.
- D)fracasso escolar.
- E)redução da desigualdade social.
Resposta:
A alternativa correta é D)
O texto apresentado traz à tona três interpretações comumente associadas ao desempenho escolar de crianças de baixa renda, todas elas baseadas em perspectivas deficitárias. A primeira atribui a dificuldade de aprendizagem a um suposto déficit cognitivo, a segunda a uma "pobreza cultural" e a terceira à desnutrição. Essas visões, no entanto, reforçam estereótipos e culpabilizam o indivíduo ou seu contexto social, sem considerar fatores estruturais como a qualidade do ensino, as condições da escola ou as políticas públicas educacionais.
Essas interpretações, ao invés de promover soluções ou estratégias pedagógicas inclusivas, acabam por naturalizar o insucesso escolar, enquadrando-o como uma consequência inevitável da condição socioeconômica do aluno. Dessa forma, o resultado da ação escolar diante dessas justificativas está diretamente relacionado ao fracasso escolar (alternativa D), pois não há uma abordagem que busque superar as barreiras existentes, mas sim uma conformação com a ideia de que certos grupos estão destinados ao insucesso.
Embora as outras alternativas – como inclusão social, capacitação intelectual ou redução da desigualdade – possam parecer objetivos desejáveis, elas não refletem o resultado das interpretações apresentadas. Pelo contrário, essas visões perpetuam um ciclo de exclusão, em que a escola, ao invés de atuar como agente transformador, reproduz discursos que legitimam a marginalização educacional de crianças em situação de vulnerabilidade.
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