Juarez Dayrell e Rodrigo Jesus (2016), ao dissertarem sobre o ensino médio e os processos de exclusão escolar, identificam a presença de um discurso, principalmente entre professores, que atribui a trajetória escolar precária dos jovens a uma “desestruturação familiar”. Para os autores, esse discurso
ensino médio e os processos de exclusão escolar, identificam a
presença de um discurso, principalmente entre professores, que
atribui a trajetória escolar precária dos jovens a uma “desestruturação
familiar”. Para os autores, esse discurso
- A)leva em conta uma compreensão rígida da estrutura familiar tradicional, com a presença do pai e da mãe, desconsiderando as transformações recentes no padrão familiar brasileiro.
- B)segue a perspectiva dos autores e acompanha as conclusões do estudo que revela, de forma transparente, as consequências da desestruturação familiar para a exclusão escolar dos jovens brasileiros.
- C)revela a perspectiva de profissionais que acompanham de perto o cotidiano dos alunos e suas famílias e, assim, oferecem conclusões de caráter científico sobre tal realidade e seus impactos na educação.
- D)reflete a ausência da mãe na educação dos alunos e na orientação de suas vidas, dentro e fora do espaço escolar. O papel das mães é citado de forma espaça e rara pelos alunos entrevistados pela pesquisa.
- E)traduz corretamente uma das hipóteses do estudo, porém essa não pode ser considerada a tese central da pesquisa, pois outros fatores, tais como o esforço individual, impactam mais nas chances de sucesso escolar.
Resposta:
A alternativa correta é A)
Juarez Dayrell e Rodrigo Jesus (2016), ao analisarem o ensino médio e os processos de exclusão escolar, destacam um discurso recorrente entre professores que associa a trajetória escolar precária dos jovens à "desestruturação familiar". Segundo os autores, essa visão parte de uma concepção limitada, que ignora as transformações contemporâneas nas configurações familiares no Brasil.
A alternativa correta, conforme o gabarito, é a A), pois evidencia como o discurso criticado pelos autores se baseia em uma noção ultrapassada de família, centrada exclusivamente no modelo tradicional (pai, mãe e filhos). Essa perspectiva desconsidera a diversidade de arranjos familiares existentes, como famílias monoparentais, reconstituídas ou chefiadas por avós, que também são capazes de oferecer suporte adequado aos jovens.
As demais alternativas não correspondem ao argumento principal de Dayrell e Jesus. A opção B) contradiz os autores ao validar o discurso da desestruturação como explicação para a exclusão escolar. A C) atribui um caráter científico a conclusões que, na verdade, reproduzem preconceitos. A D) reduz o problema à ausência materna, reforçando estereótipos de gênero. Já a E), ao mencionar o esforço individual como fator determinante, desvia o foco da crítica central: a necessidade de se reconhecer a pluralidade familiar como realidade social.
Deixe um comentário