João, uma criança de 5 anos de idade, está aprendendo a escrever. Em casa, toda orgulhosa, sua mãe pediu a ele que escrevesse a palavra “menino”, e ele escreveu EIO; ela pediu que escrevesse a palavra “bonita”, e ele escreveu OIA; ela pediu que escrevesse a palavra “gato”, e ele escreveu AO. Analisando a escrita de João, com base em Ferreiro (2001), é correto afirmar que se trata de uma escrita

O caso de João, uma criança de 5 anos que está aprendendo a escrever, ilustra um estágio específico do desenvolvimento da escrita infantil, conforme teorizado por Ferreiro (2001). Ao analisar suas produções — "EIO" para "menino", "OIA" para "bonita" e "AO" para "gato" —, observa-se que ele utiliza letras que representam os sons das vogais presentes nas palavras, mas omite as consoantes. Esse padrão caracteriza a escrita silábica com valor sonoro convencional, na qual a criança já demonstra compreensão de que as letras correspondem a partes sonoras da fala, embora ainda não domine a representação completa das sílabas (incluindo consoantes).

A opção correta é a alternativa E), pois João evidencia a associação entre sons e letras, mesmo que de forma parcial. Diferentemente da escrita pré-silábica (B), em que não há relação entre grafemas e fonemas, ou da silábica sem valor sonoro (D), em que as letras são escolhidas aleatoriamente, João seleciona vogais que de fato pertencem às palavras. Sua escrita ainda não é alfabética (A) — que exigiria a representação de todos os fonemas — nem silábico-alfabética (C), que combina sílabas completas com letras isoladas. Assim, seu estágio reflete um avanço crucial na construção do sistema de escrita.