Ao realizar um hemograma em um contador automatizado de células, o farmacêutico deparou-se com uma concentração de hemoglobina corpuscular média anormalmente alta. Assinale a opção que apresenta a conduta correta a ser adotada, sabendo que o paciente possui no soro uma aglutinina a frio.
- A)Coletar nova amostra de sangue total em citrato para evitar a EDTA dependência.
- B)Diluir em partes iguais a amostra do paciente com solução salina a 3% , e repassar no equipamento, multiplicando por 2 os valores do hematócrito, da hemoglobina e da contagem das hemácias .
- C)Diluir uma alíquota de amostra em EDTA com o diluente do analizador aquecido a 37°C e multiplicar os valores de hematócrito, da hemoglobina e da contagem de hemácias pelo fator de diluição.
- D)Repassar a amostra após o processo de tindalização, multiplicando os valores encontrados pelo fator do título.
- E)Incubar a amostra em banho maria a 56°C por 40 minutos e depois repassá-la no analisador automatizado.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O hemograma é um exame fundamental para avaliação hematológica, e a análise automatizada pode apresentar interferências que demandam atenção do profissional. No caso descrito, a presença de uma aglutinina a frio no soro do paciente pode levar a resultados falsamente elevados de hemoglobina corpuscular média (HCM) devido à agregação de hemácias, que interfere na contagem celular e na medição de parâmetros relacionados.
A conduta correta, conforme indicado pelo gabarito (alternativa C), consiste em diluir uma alíquota da amostra em EDTA com o diluente do analisador previamente aquecido a 37°C. Esse procedimento visa neutralizar o efeito da aglutinina a frio, que atua em temperaturas mais baixas, evitando assim a agregação das hemácias. Após a diluição, os valores de hematócrito, hemoglobina e contagem de hemácias devem ser corrigidos multiplicando-os pelo fator de diluição utilizado.
As demais alternativas apresentam falhas ou inadequações: a opção A sugere a coleta em citrato, o que não resolve o problema da aglutinina a frio; a alternativa B propõe diluição com solução salina a 3%, o que pode não dissolver os aglutinados; a opção D menciona um processo de tindalização, que não é aplicável neste contexto; e a alternativa E recomenda incubação a 56°C, temperatura excessiva que pode causar hemólise e prejudicar a análise.
Portanto, a técnica de diluição com aquecimento a 37°C é a mais adequada para garantir a precisão dos resultados em pacientes com aglutininas a frio, assegurando uma avaliação hematológica confiável.
Deixe um comentário