No trecho “Eu a furtara, eu a via morrer.” (4º parágrafo), o termo “a” se refere à A) a gastos previdenciários. B) a servidores públicos. C) a políticas de estado. D) aos mais favorecidos.
Furto de flor
Carlos Drummond de Andrade
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.
— Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Disponível em: https://www.contioutra.com/furto-de- flor-uma-cronica-de-carlos-drummond -de-andrade/. Acesso em: 04 jan. 2019.
No trecho “Eu a furtara, eu a via morrer.” (4º parágrafo), o termo “a” se refere à
- A) a gastos previdenciários.
- B) a servidores públicos.
- C) a políticas de estado.
- D) aos mais favorecidos.
Resposta:
A resposta correta é a letra A)
O termo "a" no trecho "Eu a furtara, eu a via morrer" refere-se à flor que foi furtada pelo narrador. Na estrutura gramatical da língua portuguesa, o pronome oblíquo "a" funciona como objeto direto, retomando o substantivo feminino "flor" mencionado anteriormente no texto. O contexto narrativo deixa claro que todo o relato gira em torno da experiência do narrador com a flor roubada - desde o ato inicial de furtá-la, os cuidados posteriores, até o momento trágico em que testemunha sua morte. A repetição do pronome "a" mantém a coesão textual e evita a repetição desnecessária da palavra "flor", seguindo as normas padrão da língua portuguesa quanto ao uso de pronomes oblíquos como objetos diretos.
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