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Questões Sobre o Descritor D6 - Português - 9º ano

Descritor 06: Identificar o tema de um texto.

Questão 1

Trabalho Infantil, uma realidade

    Todos os dias, quando passamos pelos centros urbanos, nos deparamos com um triste fato da realidade. Crianças que ao invés de estarem na escola estão trabalhando, muitas vezes para sustentar os próprios pais. São trabalhos enfadonhos e mal remunerados, como vendedores de cocos, picolés, balas e jornais. Também há engraxates e vigias de carros.

Fonte: http://www.revelacaoonline .uniube.br/a2002/cidade/ infantil.html (ultimo acesso 23/11/2011)

O tema abordado no texto trata do

  • A) trabalho infantil, onde demonstra os riscos que essas crianças são expostas.
  • B) trabalho infantil, mostrando os tipos de empregos que são submetidas.
  • C) trabalho forçado, que na maioria são crianças.
  • D) trabalho forçado, que na minoria são crianças.
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A resposta correta é a letra B)

O texto apresentado aborda especificamente a questão do trabalho infantil, com foco nas atividades laborais exercidas por crianças em centros urbanos. A alternativa B é a correta porque o texto descreve detalhadamente os tipos de empregos que essas crianças realizam, como vendedores de cocos, picolés, balas, jornais, além de engraxates e vigias de carros. Embora mencione implicitamente aspectos negativos (como ser "enfadonho e mal remunerado"), a ênfase principal está na caracterização das ocupações, e não nos riscos ou na natureza forçada do trabalho, o que elimina as outras opções.

Questão 2

Estratégias para a vida noturna

    Trocar o dia pela noite pode parecer estranho para nós, mas faz parte do estilo de vida de algumas espécies. À noite, há alguns animais que podem surpreender.

    Os animais noturnos têm uma série de características especiais para viver à noite.

    Por exemplo, o lobo-guará enxerga muito bem, mesmo sem luminosidade. Seu olfato fica melhorado e sua audição é uma poderosa aliada, devido às grandes orelhas que ele tem.

    Além disso, ele tem as patas acolchoadas para não fazer barulho e, assim, chegar bem pertinho da presa sem assustá-la. Diferentemente de outros lobos, ele também se alimenta de frutas.

    A audição é um dos sentidos fundamentais para as corujas, assim como a visão perfeita.

    Além disso, elas têm penas especiais que permitem voar sem fazer barulho nenhum — uma boa estratégia para pegar a presa de surpresa!

    O morcego, por sua vez, não faz questão de ser silencioso. Pelo contrário, para poder se guiar na noite, ele emite um barulho e, pelo eco que o som faz, descobre onde estão os obstáculos e alimentos que procura. Essa estratégia, chamada ecolocalização, é usada por outros animais como o boto — que, apesar de não ser considerado noturno, é um mamífero que vive em um ambiente de águas muito escuras, o rio Negro, na Amazônia.

    No leito dos rios amazônicos, também vive o poraquê, peixe de hábitos noturnos que usa descargas elétricas para capturar outros peixes para comer.

Ciência Hoje. Ano 22. n. 206. Out. 2009. p. 5. Fragmento.

Qual é o assunto desse texto?

  • A) A vida na Floresta Amazônica.
  • B) As formas de caçar dos mamíferos.
  • C) O olfato melhorado do lobo-guará.
  • D) Os hábitos noturnos dos animais.
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A resposta correta é a letra D)

O texto aborda as características e estratégias adaptativas de animais que possuem hábitos noturnos, apresentando exemplos específicos como o lobo-guará, as corujas, os morcegos e o poraquê. Embora mencione a Floresta Amazônica como habitat de algumas espécies, o foco principal não é esse ambiente em si, mas sim as particularidades dos animais que são ativos durante a noite. Da mesma forma, embora descreva métodos de caça, o texto não se restringe aos mamíferos (incluindo também aves e peixes) nem se concentra exclusivamente no olfato do lobo-guará. O tema central é, portanto, os hábitos noturnos dos animais e suas adaptações para viver nesse período.

Questão 3

FUGINDO DO HOSPITAL

    O visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos, da sala de cirurgia:

    — Aonde é que você vai, rapaz?!

    — Tá louco, bicho, vou cair fora!

    — Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.

    E o paciente:

    — Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo, homem!”

    — Então, por que você está fugindo?

    — Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia me operar!

(Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.)

O assunto principal do texto é

  • A) O rapaz tem medo de cirurgia.
  • B) Pela fala da enfermeira o rapaz imaginou que o médico fosse fazer outra coisa.
  • C) Um rapaz não quer submeter-se a uma operação de apendicite porque o médico é inexperiente.
  • D) O rapaz quando viu os utensílios cirúrgicos ficou com medo e fugiu.
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A resposta correta é a letra C)

O texto humorístico "Fugindo do Hospital" apresenta uma situação cômica baseada no duplo sentido da comunicação. A anedota gira em torno do equívoco criado pela fala da enfermeira, que ao tentar encorajar o médico dizendo "Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira isso de letra!", acaba sendo interpretada pelo paciente como referência à sua própria capacidade cirúrgica.

A resposta correta é a letra C porque capta precisamente a essência do mal-entendido: o paciente não foge por medo da cirurgia em si (alternativa A), nem por interpretar que a enfermeira se referia a outra procedimento (alternativa B), e muito menos por ter visto os instrumentos cirúrgicos (alternativa D). Ele foge especificamente porque percebe, através das palavras de incentivo da enfermeira dirigidas ao médico, que este é inexperiente para realizar a operação de apendicite.

O humor surge exatamente dessa percepção tardia - o paciente entende que as palavras tranquilizadoras não eram para ele, mas sim para o médico, indicando que o profissional precisava de encorajamento para realizar um procedimento que deveria ser de rotina. Essa interpretação transforma uma simples operação em uma situação de risco potencial, motivando a fuga cômica do personagem.

Questão 4

Goiânia, 9 de fevereiro de 2018.

    Prezada Helena Lunardelli,

    Venho por meio desta agradecer as flores que nos foram enviadas pela Flor Gentil para o nosso baile da primavera.

    Conforme pode ver nas fotos anexas, os idosos ficaram muito felizes e agradecidos por causa das flores.

    É por causa de atitudes como as da sua organização que muitas ações são abrilhantadas e tornam melhor o dia de pessoas que participam de atividades, por exemplo, nos bairros da periferia e em lugares com pessoas menos favorecidas.

    Espero poder contar com essa parceria outras vezes, pois será muito importante para os idosos.

    Faço aqui também um convite para que sua organização venha nos fazer uma visita e conhecer nosso trabalho. Teremos muito prazer em recebê-los.

    Muito obrigado!

    Atenciosamente,

    Jorge Barbosa.

Disponível em: http://www.zun.com.br. Acesso em: 05 mar. 2018.

Qual é o tema desse texto?

  • A) A felicidade dos idosos em receber as flores.
  • B) A parceria realizada com a organização Flor Gentil.
  • C) O convite feito à organização para conhecer o trabalho realizado.
  • D) O agradecimento pelo recebimento de flores para o baile da primavera.
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A resposta correta é a letra D)

O tema central deste texto é expresso através do agradecimento formal pelo recebimento das flores enviadas pela Flor Gentil para o baile da primavera. A carta de Jorge Barbosa inicia com este agradecimento explícito, que constitui o propósito principal da comunicação. Embora o texto mencione elementos como a felicidade dos idosos, a parceria estabelecida e o convite para conhecer o trabalho desenvolvido, estes são desenvolvimentos secundários que derivam do ato inicial de agradecimento. A estrutura da carta segue o padrão de correspondência formal, onde o remetente primeiro reconhece o gesto recebido para depois expandir sobre suas consequências e desdobramentos, mantendo o foco no reconhecimento pela doação recebida.

Questão 5

    A manteiga surgiu a mais ou menos dez mil anos atrás, quando nossos ancestrais começaram a domesticar animais. Porém, a primeira referência feita a ela na história é de uma ilustração mostrando como era produzida e tem cerca de 4.500 anos. Hoje em dia a manteiga é fabricada em grande escala e diversificação, sendo um dos produtos mais consumidos no mundo.

    Sua fabricação é fácil e simples, basta separar a nata do leite fresco e bater bastante até engrossar. O líquido restante, conhecido como soro de leite, é então retirado. Depois disso a manteiga é lavada e manuseada até adquirir sua nova forma sólida. Apesar de 80% de sua composição ser gordura, a manteiga é um alimento saudável, pois é riquíssima em vitamina A, um nutriente importante para uma pele saudável e os olhos, bem como para os ossos e dentes fortes.

    Com o passar dos anos a utilização da manteiga foi se modificando, sendo que em alguns lugares seu misticismo permanece até hoje, como na Índia e no Tibet, onde ela é usada em rituais religiosos. Na Roma Antiga, a manteiga era usada como um cosmético, não somente como creme para a pele, mas também para deixar o cabelo brilhante. Já os egípcios acreditam que a manteiga possuía atributos medicinais e a passavam em feridas, queimaduras e até nos olhos.

Disponível em: https://ahistoriadascoisas.wordpress. com/2013/03/23/manteiga/comment-page-1/. Acesso em: 17 fev. 2013.

Qual é o assunto desse texto?

  • A) A alimentação saudável.
  • B) A história da manteiga.
  • C) A importância do leite.
  • D) A produção de laticínios.
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A resposta correta é a letra B)

O texto aborda a origem histórica da manteiga há cerca de dez mil anos, seu processo de fabricação, composição nutricional e as diferentes utilizações ao longo do tempo em diversas culturas, como em rituais religiosos no Tibete e na Índia, como cosmético na Roma Antiga e com fins medicinais no Egito. Esses elementos centram-se na trajetória histórica e cultural da manteiga, confirmando que o assunto principal é sua história.

As demais alternativas estão incorretas porque: A) não se foca em alimentação saudável de modo geral, apenas menciona brevemente aspectos nutricionais da manteiga; C) o leite é citado como matéria-prima, mas não é o tema central; D) a produção de laticínios é abordada superficialmente no processo da manteiga, sem abranger outros derivados.

Questão 6

    A palavra “CAFÉ” vem do árabe qahhwah e significa “vinho”. Foi cultivado pela primeira vez pelo povo muçulmano, sendo por isso conhecido também como vinho da Arábia. As sensações de vigor e ânimo que o fruto proporciona foram descobertas pelo pastor etíope Caldi, que, após perceber que suas cabras andavam agitadas, viu que elas alimentavam-se de folhas e grãos de um arbusto específico.

    Os monges que viviam na região colheram os frutos e prepararam um chá. A partir daí passaram a consumir frequentemente a bebida para ficarem mais acordados nas noites de vigília e oração.

    Seu cultivo tornou-se tão importante para o povo árabe, que era terminantemente proibido que seus grãos deixassem a região. Todo café negociado era previamente fervido para que não pudesse mais germinar. Apenas no século XVIII a planta ganhou a Europa, sendo cultivada na Holanda.

Disponível em: http://www.muraljoia.com. br/000novapaginacur.htm. Acesso em: 14 jan. 2013.

O assunto desse texto é

  • A) a explicação da palavra café.
  • B) a plantação árabe de café.
  • C) o consumo do café.
  • D) o surgimento do café.
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A resposta correta é a letra D)

O texto apresenta a origem e disseminação histórica do café, abordando desde sua etimologia árabe até sua chegada à Europa. A alternativa D) "o surgimento do café" é a correta porque o conteúdo não se limita a apenas um aspecto isolado (como a explicação linguística, o cultivo árabe ou o consumo), mas sim traça um panorama completo do aparecimento da bebida: sua descoberta na Etiópia, o uso pelos monges, a importância cultural para os árabes e finalmente sua expansão para outros continentes. As demais alternativas representam partes específicas desse processo histórico global.

Questão 7

A bola

    Muito antes de o Brasil ter-se tornado campeão mundial de futebol, nossos antepassados já faziam as suas “peladas”. Só que não eram como as de hoje, é claro, com traves, bandeirinhas, juiz e torcida. O futebol veio muito depois, com suas regras criadas pelos ingleses.

    Mas a bola, ou pelota, ou balão, ou “menina”, ou “redonda”, como dizem os locutores de futebol, já era usada desde a pré-história. É mencionada nos livros mais antigos e nas mais antigas gravuras. Homero e outros escritores da antiga Grécia nos contam que o jogo de bola era considerado importante para dar maior elasticidade e graça ao corpo. São encontradas referências sobre jogos de bola entre os egípcios e mesmo entre os hebreus, que pouco se dedicavam ao atletismo.

    Os antigos romanos não eram também muito apreciadores de esportes. Gostavam de assistir às lutas dos gladiadores, é verdade, mas só de assistir: não participavam. Pois, mesmo entre eles, os jogos de bola eram muito difundidos.

    As casas de banho romanas tinham até um cômodo para esses jogos, e muitos senhores possuíam campos para os jogos de bola em suas casas.

    Antigas bolas também não eram como as de hoje. As primeiras bolas eram feitas de pedaços de couro costurados e “recheadas” dos mais diversos materiais. A menor das bolas, a harpastum, era uma bola muito dura e socada de penas. As maiores, as follis, eram cheias de ar, feitas de bexigas de animais, muito parecidas com as bolas atuais.

Manual do Escoteiro Mirim. São Paulo: Nova Cultura, 1985. p. 45-46.

O assunto desse texto é

  • A) a origem dos jogos com a bola.
  • B) as formas dos romanos praticarem esportes.
  • C) o trabalho dos locutores de futebol.
  • D) os modelos de bola de antigamente.
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A resposta correta é a letra A)

A resposta correta é a letra A) a origem dos jogos com a bola, pois o texto apresenta informações históricas sobre como diferentes civilizações antigas já utilizavam bolas em atividades recreativas e esportivas muito antes do futebol moderno.

O texto menciona que nossos antepassados já faziam suas "peladas", descreve o uso da bola desde a pré-história, cita referências em Homero e na Grécia antiga, menciona egípcios e hebreus, destaca a popularidade dos jogos de bola entre os romanos e finaliza explicando como eram fabricadas as bolas antigamente.

Todas essas informações convergem para contar a origem histórica dos jogos com bola, mostrando que essa prática esportiva é muito anterior ao futebol moderno e estava presente em diversas culturas antigas.

Questão 8

As rendeiras

    As rendeiras cujas mãos ágeis fabricam roupas, lenços, toalhas e os mais variados artigos têm um importante papel econômico nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Na chamada renda de almofada ou de bilros, milhares de nós são desenvolvidos pelas mãos habilidosas das rendeiras.

    Elas trabalham com uma almofada, um papelão cheio de furos, linha e bilros, pequenas peças de madeira. É uma arte bastante tradicional e muitos são os ditados que se referem às rendeiras, como: “moça na janela, nem bilro, nem panela”.

Folclore – danças e ritmos do Brasil. Coleção de olho no mundo, n.16. São Paulo: Abril, 2000. p. 33.

A expressão que melhor resume o assunto desse texto é

  • A) artesanato de renda.
  • B) mãos habilidosas.
  • C) renda de bilro.
  • D) renda de almofada.
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A resposta correta é a letra A)

O texto apresenta as rendeiras como artesãs que produzem diversos artigos têxteis através de uma técnica manual tradicional, destacando seu papel econômico em três regiões do Brasil. Embora mencione especificamente as técnicas de "renda de almofada" e "renda de bilros", o conteúdo vai além da descrição técnica: aborda os instrumentos de trabalho (almofada, bilros, linha), a tradição cultural e até um ditado popular relacionado à atividade.

A expressão "artesanato de renda" (alternativa A) é a que melhor sintetiza o assunto por ser a mais abrangente e completa, englobando tanto os aspectos técnicos quanto os culturais, econômicos e sociais apresentados. As demais alternativas restringem-se a aspectos parciais: "mãos habilidosas" (B) refere-se apenas à destreza das artesãs; "renda de bilro" (C) e "renda de almofada" (D) limitam-se a nomes específicos de técnicas, sem abarcar a dimensão cultural e econômica trabalhada no texto.

Questão 9

Tulipas da Holanda

    Todos os anos, durante a primavera, gente de todo o mundo procura um pequeno parque colorido e perfumado, cheio de lagos e flores, na Holanda.

    Ali se encontra a famosa tulipa, a flor nacional do país. A floricultura é uma fonte de renda na Holanda e a cultura dessa flor constitui a base dessa renda.

    O valor das tulipas está no tamanho das flores e na sua coloração. Suas cores são variadas, mas a Rainha da Noite é a mais apreciada pela sua raridade. É também conhecida como tulipa negra, embora sua cor seja azul-roxo bem escuro.

DIAS, Ieda; CARVALHO, Aciléia. Tulipas da Holanda. In: Bolhas de sabão. Belo Horizonte: Vigília, 1987. Fragmento.

Esse texto fala

  • A) da beleza das tulipas cultivadas na Holanda.
  • B) da pobreza das floriculturas da Holanda.
  • C) da simplicidade dos parques da Holanda.
  • D) de todas as flores especiais da Holanda.
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A resposta correta é a letra A)

O texto "Tulipas da Holanda" aborda principalmente a beleza e importância das tulipas cultivadas na Holanda. O fragmento destaca que as tulipas são a flor nacional do país e constituem a base da renda da floricultura holandesa, sendo apreciadas internacionalmente. O texto enfatiza características estéticas como o tamanho das flores, a variedade de cores e especialmente a raridade da tulipa Rainha da Noite, reforçando assim o foco na beleza dessas flores.

A alternativa A é correta porque o texto não menciona pobreza das floriculturas (B), nem se concentra na simplicidade dos parques (C), tampouco aborda todas as flores especiais do país (D), mas sim focaliza especificamente a beleza e valor das tulipas holandesas.

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Questão 10

VERDE

    No Nordeste brasileiro, as estações do ano são só duas: o inverno, de fevereiro a maio, é o tempo das chuvas; depois é o longo verão sem chuvas, de junho a janeiro.

    Em julho, a folha do mato começa a mudar. De agosto a setembro, as folhas secam e caem. De outubro em diante, o verde já desapareceu dos campos e das árvores. É só o chão ruivo e nu, as árvores de galhos secos parecem mortas. Verdes, só de longe em longe alguns juazeiros, que não perdem as folhas.

    A gente de lá adora o inverno, com suas águas, mas também gosta do tempo seco.

    Aquele sol de verão parece que purifica. Por ali não existem essas doenças dos climas úmidos, como impaludismo, as feridas bravas, a sapiranga nos olhos, tantas outras. Todo mundo colheu e guardou o milho e o feijão. Tendo mais uma cabra para dar leite às crianças, as galinhas no quintal, mandioca para fazer farinha, os sertanejos acham que é uma boa vida.

    Assim mesmo, a terra seca do verão não deixa de ser triste e até feia. Mas então, por fins de janeiro, começo de fevereiro, de repente, dá uma grande chuva, passa um dia e uma noite chovendo. E, na manhã seguinte, quando a gente se levanta, descobre um milagre.

    O chão, as moitas, as árvores – está tudo coberto de verde! Os galhos secos se encheram de rebentos verdes, e a terra está feito um tapete cerrado de brotos verdes que o povo chama babugem.

    O sertão ressuscita, vestido de verde, e é a coisa mais linda do mundo.

QUEIROZ, Rachel de. Memórias de Menina. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

Qual é o assunto desse texto?

  • A) As águas do inverno.
  • B) As doenças dos climas úmidos.
  • C) O clima do Nordeste.
  • D) O povo brasileiro.
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A resposta correta é a letra C)

O texto de Rachel de Queiroz descreve as características climáticas e as transformações da paisagem no Nordeste brasileiro, abordando especificamente a alternância entre as duas estações bem definidas da região: o inverno (período chuvoso) e o verão (período seco). A autora detalha como a vegetação seca durante a estiagem e como a paisagem "ressuscita" com o retorno das chuvas, enfatizando a relação entre o clima e a vida no sertão. Embora mencione elementos como as águas do inverno, as doenças de climas úmidos e aspectos da vida do povo local, o foco central permanece na descrição do clima e seus efeitos, confirmando que o assunto principal é o clima do Nordeste.

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