A repetição do verbo “chove” no texto sugere A) a intensificação dos sentimentos do eu lírico. B) o contentamento do eu lírico com o seu passado. C) o distanciamento do eu lírico em relação as pessoas. D) a modificação da visão do eu lírico em relação a sua vida.
Primeiros Erros
Kiko Zambianchi
Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
[…]
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar chover
Nos primeiros erros
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas só chove e chove
Chove e chove.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/ kiko-zambianchi/46827/ Acesso em: 20 maio 2016.
A repetição do verbo “chove” no texto sugere
- A) a intensificação dos sentimentos do eu lírico.
- B) o contentamento do eu lírico com o seu passado.
- C) o distanciamento do eu lírico em relação as pessoas.
- D) a modificação da visão do eu lírico em relação a sua vida.
Resposta:
A resposta correta é a letra A)
A repetição do verbo "chove" no poema "Primeiros Erros" de Kiko Zambianchi constitui uma figura de linguagem conhecida como anáfora, onde a mesma palavra é reiterada para criar ênfase e intensidade. Esta repetição não é meramente estilística, mas carrega profunda carga semântica e emocional.
Analisando o contexto do poema, o eu lírico expressa um desejo de revisitar seu passado ("Se um dia eu pudesse ver/Meu passado inteiro") e interromper simbolicamente a chuva que cai sobre "os primeiros erros". Contudo, a realidade apresentada é de insistência e permanência dessa chuva ("Mas só chove e chove/Chove e chove"), que metaforicamente representa as consequências, arrependimentos ou lembranças persistentes desses erros.
A alternativa A está correta porque a repetição amplifica a sensação de constância e intensidade do estado emocional do eu lírico. Cada "chove" acrescenta camadas de significado, reforçando a ideia de que as emoções vinculadas aos erros do passado são contínuas e avassaladoras, como uma chuva que não cessa. Esta técnica literária transforma a chuva numa manifestação física de seu tormento interior, intensificando a percepção de seu sofrimento e impotência diante dessas memórias.
As demais alternativas são incorretas porque: a letra B contradiz o tom nostálgico e doloroso; a letra C não encontra respaldo no texto, que foca na relação do eu lírico com seu próprio passado, não com outras pessoas; e a letra D não se sustenta, já que a repetição indica imutabilidade, não transformação da perspectiva.
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