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A semente da integração nacional seria, pois, lançada pela nova Corte como um prolongamento da administração e da estrutura colonial, um ato de vontade de portugueses adventícios, cimentada pela dependência e colaboração dos nativos e forjada pela pressão dos ingleses que queriam desfrutar do comércio sem ter de administrar. A insegurança social cimentaria a união das classes dominantes nativas com a “vontade de ser brasileiros” dos portugueses imigrados que vieram fundar um novo Império nos trópicos. A luta entre as facções locais levaria fatalmente à procura de um apoio mais sólido no poder central. Os conflitos inerentes à sociedade não se identificam com a ruptura política com a Mãe Pátria, e continuam como antes, relegados para a posteridade. Maria Odila Leite da Silva Dias,

A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.

a) Caracterize o período histórico de que trata o texto.

b) Descreva os projetos dos principais grupos políticos do período.

c) Explique a frase: “Os conflitos inerentes à sociedade não se identificam com a ruptura política com a Mãe Pátria, e continuam como antes, relegados para a posteridade”.

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Resposta:

a) O trecho da obra de Maria Odila Leite da Silva Dias retrata o Período Joanino no Brasil, marcado pela vinda da corte portuguesa ao Brasil. Esse foi um momento de muitas mudanças na Colônia, com a elevação do Brasil à Reino Unido de Portugal, o poder público antes tão distante se fez presente na vida cotidiana, alterando as estruturas de poder. A abertura dos portos favorecendo a Inglaterra, a criação do Banco do Brasil e outras instituições científicas, como Bibliotecas e Universidades, junto de um movimento cultural para criação de uma identidade nacional forjou naquele momento o contexto perfeito para a Independência.

b) Os grupos políticos neste período se dividiam entre o Grupo dos Brasileiros e o Grupo dos Portugueses. O primeiro, composto pela elite colonial, pretendia viabilizar a organização da independência, porém lenta e gradual, se aproximando da figura de D. João VI no momento da Revolução Liberal do Porto. Já o segundo grupo, composto por profissionais liberais, apoiavam a volta do monarca para Portugal, com um projeto independência sem conexão com o passado colonial. 

c) A não ruptura com a Mãe Pátria, que aparece na frase selecionada, pode ser explicada a partir da permanência do Antigo Regime. Com a vinda da Corte Portuguesa, temos também a transposição de elementos culturais tipicamente europeus. Mesmo com os conflitos inerentes à sociedade, originados da insatisfação popular, há continuidade na relação de Mãe Pátria para com a Metrópole, já que essa representava o berço do Brasil. Portanto, fica relegado à posteridade essa ruptura com a metrópole que só é possível pós independência, e consolidada com a Proclamação da República. 

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