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Questões Sobre o Descritor D18 - Português - 9º ano

Descritor 18: Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

Questão 1

Meninas

    Descalças na praça, cabelos ao vento…

    Será que são fadas cantando ao relento?

    E chegam em bando alegres meninas,

    saltando e dançando que nem bailarinas.

    Depois se acomodam, conversam na grama,

    enquanto, das casas, alguém não as chama.

    Mas falta uma delas! Sumiu a menina?

    Helena procura: “Marina! Marina!”

    E encontra Marina na sombra do ipê,

    cismando, quietinha, com tudo o que vê.

    Mas logo dispara a correr da colega:

    “Agora eu quero é ver quem me pega!”

No verso, “… cismando, quietinha, com tudo o que vê.”, o sentido da palavra em destaque é

  • A) brincando.
  • B) implicando.
  • C) agradando.
  • D) desconfiando.
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A resposta correta é a letra D)

O termo "cismando" no verso apresenta o sentido de desconfiando, conforme a alternativa D. Esta interpretação baseia-se no contexto da estrofe, onde Marina é descrita isolada sob a árvore, em estado contemplativo e introspectivo. A palavra "cismar" no português brasileiro carrega conotações de preocupação, suspeita ou pensamento profundo sobre algo, muitas vezes com nuances de desconfiança ou inquietação. Isso contrasta com as outras meninas que brincam despreocupadas, reforçando que Marina estava absorta em seus pensamentos de forma reticente ou ponderativa, não se divertindo (A), provocando (B) ou agradando (C). A sequência narrativa—seu afastamento do grupo, a quietude e o ato de observar atentamente—corrobora a ideia de que ela estava em um estado reflexivo e possivelmente desconfiado sobre o que via ao seu redor.

Questão 2

Fragmento

(Carlos Drummond de Andrade)

    De repente da calma fez-se o vento

    Que dos olhos desfez a última chama

    E da paixão fez-se o pressentimento

    E do momento imóvel fez-se o drama.

   

A palavra “chama” destacada no texto nos revela:

  • A) Um olhar profundo.
  • B) A intensidade de uma ardente paixão.
  • C) Um incêndio.
  • D) Nenhuma está correta
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A resposta correta é a letra B)

A palavra "chama" no fragmento de Carlos Drummond de Andrade opera em um nível metafórico característico da linguagem poética. O verso "que dos olhos desfez a última chama" estabelece uma relação direta entre o olhar e o fogo passiona. No contexto da estrofe, onde elementos como "paixão" e "drama" são explicitamente mencionados, a chama representa a intensidade emocional que se extingue, não um fogo literal.

Analisando as alternativas:

A) Um olhar profundo - Embora relacionado aos olhos, o termo "chama" vai além da profundidade, sugerindo calor e intensidade

B) A intensidade de uma ardente paixão - Correta, pois a chama metaforiza o ardor passiona que se apaga

C) Um incêndio - Incorreta, pois se trata de linguagem figurada, não de fogo real

D) Nenhuma está correta - Incorreta, pois a alternativa B capta adequadamente o sentido metafórico

A opção B identifica corretamente que "chama" funciona como metáfora para a intensidade emocional da paixão que se dissipa, alinhando-se com o tema central do poema sobre a transformação e extinção dos sentimentos.

Questão 3

QUE CHEIRO É ESSE?

    Mau hálito é uma coisa tão chata, né? E todo mundo sofre desse mal… Pelo menos ao acordar!

    Mas por que será que isso acontece? Talvez você não tenha percebido, mas quando estamos dormindo, quase não salivamos e, com tão pouco movimento, nem é preciso dizer que as bactérias se sentem em casa!

    Pois bem, quando esses microorganismos chatinhos entram em ação, ou melhor, aumentam a ação dentro da nossa boca, acabam produzindo compostos com um cheiro pra lá de ruim! A metilmercaptana e o dimetilsulfeto são alguns exemplos, mas o principal e mais terrível de todos é de longe o sulfidreto: ele tem cheiro de ovo podre, eca! Esses compostos recebem o nome de CSV (Compostos Sulfurados Voláteis).

    Para acabar com o horroroso bafo matinal, nada melhor do que uma boa escovada nos dentes e na língua. Mas… e se o danado persistir?

http://www.canalkids.com.br/ higiene/vocesabia/janeiro03.htm

Nesse texto, a utilização da expressão “ou melhor” (2° parágrafo) tem como objetivo

  • A) confirmar o que foi dito anteriormente.
  • B) corrigir o que foi dito anteriormente.
  • C) complementar a afirmativa anterior.
  • D) adicionar uma informação ao que já havia sido declarado.
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A resposta correta é a letra C)

No texto, a expressão "ou melhor" é utilizada para complementar a afirmativa anterior. A frase inicial menciona que "quando esses microorganismos chatinhos entram em ação", e em seguida a expressão introduz uma precisão: "aumentam a ação dentro da nossa boca". Não se trata de uma correção nem de uma confirmação total, mas de um refinamento que acrescenta nuance à ideia, esclarecendo que não é necessariamente um início de ação, e sim uma intensificação. Dessa forma, a expressão cumpre a função de complementar o que foi dito, tornando a informação mais clara e completa.

4) No trecho “Quem viaja pela região”, a palavra região se refere a(ao): A) Universo. B) Todo o planeta. C) Rios brasileiros. D) Floresta Amazônica.

  • A) Universo.
  • B) Todo o planeta.
  • C) Rios brasileiros.
  • D) Floresta Amazônica.
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A resposta correta é a letra D)

A resposta correta para a questão é a letra D) Floresta Amazônica, conforme indicado no enunciado. Esta opção representa um conceito geográfico específico e delimitado, diferentemente das alternativas anteriores que apresentam termos excessivamente amplos ou vagos.

  • A) Universo: abrange toda a existência cósmica, sendo demasiado amplo e abstrato para uma definição concreta
  • B) Todo o planeta: refere-se à totalidade da Terra, sem especificação ou delimitação clara
  • C) Rios brasileiros: embora mais específico que as anteriores, ainda compreende múltiplos elementos sem unidade conceitual
  • D) Floresta Amazônica: constitui um bioma perfeitamente caracterizado, com limites geográficos definidos e características ecológicas específicas

A escolha da alternativa D justifica-se por representar um substantivo próprio que designa uma realidade concreta e singular, adequando-se perfeitamente ao contexto de uma questão de língua portuguesa que busca identificar a opção com maior precisão conceitual e terminológica.

Questão 5

As Amazônias

    Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região não se cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim: água e céu.

(Saldanha,P.)

    É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortadas pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.

No texto, o uso da expressão “água que não acaba mais”, revela:

  • A) Admiração pelo tamanho do rio.
  • B) Ambição pela riqueza da região.
  • C) Medo da violência das águas.
  • D) Surpresa pela localização do rio.
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A resposta correta é a letra A)

O uso da expressão "água que não acaba mais" no texto revela admiração pelo tamanho do rio Amazonas e sua imensidão hídrica. A análise do contexto textual demonstra que a expressão integra uma descrição marcada por tom contemplativo e valorativo, caracterizando-se como uma construção hiperbólica que enfatiza a grandiosidade natural.

Observa-se no fragmento anterior que o autor já estabelece um registro de admiração ao referir-se à Amazônia como "esse tapete de florestas com rios azuis" e mencionar que "quem viaja pela região não se cansa de admirar as belezas". A sequência descritiva culmina com a expressão em análise, que sintetiza o espanto perante a vastidão do sistema fluvial.

A alternativa A corretamente identifica esse sentimento de admiração, enquanto as demais se mostram incompatíveis com o contexto: não há indícios de ambição (B), pois o texto foca na contemplação estética; não existe menção a medo (C), já que as águas são descritas de forma positiva; e não há elemento surpresa quanto à localização (D), uma vez que o rio é apresentado como componente geográfico conhecido.

Questão 6

MOBÍLIA DE CARA NOVA

    O sofá já mudou de lugar três vezes, as almofadas já foram trocadas, mas a aparência da sala de estar continua a mesma. Se você enjoou dos seus móveis, pense duas vezes antes de passá-los adiante ou jogá-los fora: seguindo a onda da sustentabilidade, customizar a mobília se tornou uma opção criativa e ecologicamente correta para mudar a cara da sua casa. Uma demão de tinta colorida e uma nova estampa para o estofado podem dar outra vida àquela cadeira velha.

Fonte: http://vejario.abril.com.br/especial /reforma-moveis-635741.shtml

“Se você enjoou dos seus móveis, pense duas vezes antes de passá-los adiante ou jogá-los fora…”

No trecho acima, os segmentos sublinhados referem-se

  • A) aos sofás.
  • B) aos estofados.
  • C) aos móveis.
  • D) aos armários.
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A resposta correta é a letra C)

O trecho "passá-los adiante ou jogá-los fora" refere-se diretamente aos móveis mencionados na mesma frase: "Se você enjoou dos seus móveis". O pronome "los" funciona como objeto direto, retomando e substituindo a expressão "seus móveis" para evitar repetição. As demais opções (sofás, estofados, armários) são elementos específicos que podem compor a mobília, mas não representam o referente direto do pronome no contexto da frase.

Questão 7

Neologismo

    Beijo pouco, falo menos ainda.

    Mas invento palavras

    que traduzem a ternura mais funda

    E mais cotidiana.

    Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

    Intransitivo

    Teadoro, Teodora.

http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/neo.htm

O sentido da palavra do título – Neologismo – está ratificado no seguinte verso:

  • A) “Beijo pouco, falo menos ainda”.
  • B) “Mas invento palavras”.
  • C) “É mais cotidiana”.
  • D) “Intransitivo”.
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A resposta correta é a letra B)

O sentido da palavra "Neologismo" no poema está ratificado no verso "Mas invento palavras", que corresponde à alternativa B. Neologismo refere-se à criação de novas palavras ou expressões, e o verso em questão explicita essa ação de inventar termos linguísticos novos. No contexto do poema, o eu lírico afirma que, embora se expresse pouco através de ações convencionais como beijar ou falar, ele compensa essa contenção criando palavras que traduzem sentimentos profundos, como a ternura. A palavra "teadorar", exemplificada no texto, é um neologismo formado pela junção de "te" e "adorar", ilustrando justamente essa invenção linguística mencionada no verso.

Questão 8

Linguagem Publicitária

    […]

    Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal […] Tudo são luzes, calor e encanto, numa beleza perfeita e não perecível.

    […]

    Como bem definiu certa vez um gerente de uma grande agência francesa, publicidade é “encontrar algo de extraordinário para falar sobre coisas banais”.

CARVALHO, Nelly de. A linguagem da sedução.São Paulo: Ática, 1996.In: CEREJA,William Roberto e MAGALHÃES, Thereza. Português Linguagens. São Paulo: Atual, 2006.

No trecho “Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal […]”, a palavra destacada está no mesmo campo de significado de

  • A) confuso.
  • B) perfeito.
  • C) ideal.
  • D) encanto.
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A resposta correta é a letra A)

A palavra "caótico" no texto se refere a um estado de desordem, confusão e falta de organização, que contrasta diretamente com a perfeição e idealização apresentada pela linguagem publicitária. Analisando as alternativas:

A) confuso - Corresponde ao mesmo campo semântico de "caótico", pois ambos expressam ideia de desorganização e falta de ordem.

B) perfeito - Representa o oposto de caótico, sendo antônimo direto.

C) ideal - Também se opõe à noção de caos, representando uma concepção de perfeição.

D) encanto - Refere-se ao fascínio e atratividade, não guardando relação direta com o conceito de caos.

Portanto, a alternativa A é a correta por compartilhar o mesmo campo de significado de desordem e confusão presente na palavra "caótico".

Questão 9

Soneto 11

    Amor é fogo que arde sem se ver;

    É ferida que dói e não se sente;

    É um contentamento descontente

    É dor que desatina sem doer;

    É um não querer mais que bem querer;

    É solitário andar por entre a gente;

    É nunca contentar-se de contente;

    É cuidar que se ganha em se perder;

    É querer estar preso por vontade;

    É servir a quem vence o vencedor;

    É ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor

    Nos corações humanos amizade,

    Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luís Vaz de Camões. Obras completas. Lisboa: Sá da Costa, 1971.

As palavras “contentamento descontente” (3º verso da 1ª estrofe) estabelecem ideias

  • A) complementares.
  • B) opostas.
  • C) semelhantes.
  • D) comparativas.
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A resposta correta é a letra B)

O verso "contentamento descontente" do Soneto 11 de Camões estabelece ideias opostas, conforme indicado na alternativa B. Esta construção utiliza uma figura de linguagem conhecida como oxímoro, que consiste na combinação de dois termos com significados contraditórios. "Contentamento" expressa uma sensação de satisfação e alegria, enquanto "descontente" transmite exatamente o oposto: insatisfação e infelicidade. Esta antítese perfeita representa a natureza paradoxal do amor retratada no poema, onde sentimentos contraditórios coexistem simultaneamente. Camões explora magistralmente essa dualidade para expressar como o amor pode ser ao mesmo tempo fonte de prazer e desassossego, encapsulando a complexidade das emoções humanas através do jogo de palavras antagônicas.

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Questão 10

Assume? Não assume?

    — SÓ UMA PERGUNTA, V. Exa. vai assumir a pasta para a qual foi nomeado?

    — Não.

    — Mas esse não é: não! Mesmo ou simplesmente: não?

    — N… ão.

    — Então quer dizer que V. Exa. não vai assumir coisa nenhuma, não é assim?

    — Não, não. Talvez assuma.

    — E talvez não assuma.

    — Posso assumir, está compreendendo? E ficar de ministro 45 dias.

    — Servindo de lenço?

    — Nem lenço, nem lourenço. Não sou lenço de ninguém. A menos que…

    — ?

    — Quer dizer, depende. Entretanto, contudo, todavia, como se diz…

    — E quando se decide, Excelência?

    — Eu é que sei? Quem é que sabe alguma coisa neste momento, menino? Acordo de manhã e digo pra mim mesmo, no espelho: você não vai aceitar. E não aceito, pronto. Daí a pouco, telefonam lá da Granja do Torto: tem de aceitar, ora essa! Aceito, que remédio?

    Quando chega de tarde […]

Carlos Drummond de Andrade

A expressão destacada na frase “— Nem lenço, nem lourenço. Não sou lenço de ninguém. A menos que…” indica que o político

  • A) pode aceitar o cargo, sob certas condições.
  • B) foi interrompido e não conseguiu terminar a frase.
  • C) tomará a decisão por conta própria.
  • D) está despreparado para o cargo.
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A resposta correta é a letra A)

A expressão "Nem lenço, nem lourenço. Não sou lenço de ninguém. A menos que..." utilizada pelo político no texto de Carlos Drummond de Andrade revela uma postura de condicionalidade em relação à aceitação do cargo ministerial.

A análise do contexto dialógico demonstra que o personagem mantém uma atitude ambígua e vacilante quanto à assumir a pasta, alternando entre negativas e possibilidades de aceitação. A construção "a menos que" introduce explicitamente uma exceção à recusa anterior, estabelecendo que sua não aceitação está sujeita a condições não explicitadas.

Esta interpretação se consolida ao observar o desenvolvimento completo do diálogo, onde o político demonstra que sua decisão depende de fatores externos ("telefonam lá da Granja do Torto: tem de aceitar") e de um processo interno de hesitação ("Acordo de manhã e digo pra mim mesmo [...] não aceito. Daí a pouco [...] aceito").

Portanto, a expressão destacada indica que a recusa inicial não é absoluta, mas sim condicionada a circunstâncias específicas, o que corrobora a alternativa A como correta.

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