No trecho “Esta, no entanto, é, ao que tudo indica, ainda maior do que apontam as pesquisas do IBGE.” (5º parágrafo), a palavra “esta” se refere à A) renda média.B) classe média. C) pirâmide social.D) desigualdade nacional.
Quem é a elite?
Um brasileiro com salário de R$ 27 mil mensais possivelmente se considera de classe média, ou média alta. Afinal, a despeito da boa remuneração, não se trata de um grande empresário ou alguém livre de preocupações com a escola dos filhos e a aposentadoria.
Suas referências, ademais, tendem a ser as do meio em que vive — colegas, amigos, parentes e vizinhos de padrões de vida não tão diferentes entre si.
Entretanto, esse funcionário frequenta, talvez sem o saber, uma comunidade minúscula e privilegiada no topo da pirâmide social brasileira. Conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo IBGE, ele recebe o correspondente à renda média do trabalho do 1% mais bem pago do país.
Mais chocante ainda é constatar a discrepância entre esse valor e o percebido, também em média, pelos 50% mais pobres — R$ 747 mensais em 2016, abaixo do salário mínimo de R$ 880 no período.
É provável que carentes e remediados também não se deem conta, em seu dia a dia, das dimensões brutais da desigualdade nacional. Esta, no entanto, é, ao que tudo indica, ainda maior do que apontam as pesquisas do IBGE.
Os estratos mais abonados, em geral, dispõem de outras fontes de renda, como juros de aplicações financeiras, aluguéis e dividendos, muitas vezes não informados corretamente aos entrevistadores.
De todo modo, pode-se afirmar que a elite econômica, alvo recorrente do discurso ideológico mais rasteiro, não se compõe apenas de milionários e oligarcas. Ao lado deles, em maior quantidade, encontram-se advogados, médicos, engenheiros, servidores públicos.
Numa perspectiva mais ampla, salários superiores a R$ 2.150 já estarão acima da média nacional.
Essa realidade não está refletida nas políticas de Estado — como demonstram programas que, embora tidos como sociais, na prática transferem renda de toda a população para os mais favorecidos.
Exemplos evidentes são os gastos previdenciários, que consomem a maior fatia do orçamento federal, e a gratuidade constitucional do ensino superior público.
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Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao /2017/11/1939366-quem-e-a- elite.shtml?loggedpaywall . Acesso em: 12 maio 2018.
No trecho “Esta, no entanto, é, ao que tudo indica, ainda maior do que apontam as pesquisas do IBGE.” (5º parágrafo), a palavra “esta” se refere à
- A) renda média.
- B) classe média.
- C) pirâmide social.
- D) desigualdade nacional.
Resposta:
A resposta correta é a letra D)
No trecho em análise, a palavra "esta" funciona como um pronome demonstrativo que retoma um termo mencionado anteriormente no texto. No contexto do quinto parágrafo, a expressão refere-se diretamente à "desigualdade nacional", mencionada imediatamente antes na frase: "É provável que carentes e remediados também não se deem conta, em seu dia a dia, das dimensões brutais da desigualdade nacional. Esta, no entanto, é, ao que tudo indica, ainda maior do que apontam as pesquisas do IBGE."
A coesão textual é estabelecida pelo uso do pronome demonstrativo feminino singular "esta", que concorda em gênero e número com "desigualdade nacional" (substantivo feminino singular). O pronome serve para evitar a repetição do termo, mantendo a fluidez do texto enquanto reforça a ideia central sendo discutida: a magnitude da disparidade socioeconômica no Brasil.
As demais alternativas estão incorretas porque: a "renda média" (A) aparece em parágrafos anteriores mas não é o referente imediato; a "classe média" (B) é citada mas não no contexto desta frase; e a "pirâmide social" (C) aparece no terceiro parágrafo, sem relação direta com o pronome demonstrativo em questão.
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