Questões Sobre o Descritor D21 - Português - 9º ano
Descritor 21: Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
Questão 1
vc tb gosta d escrever assim??!?!
Algumas pessoas sentem arrepios de pavor, quando leem, na Internet ou em mensagens de celular, aqueles textos caracterizados por abreviações gráficas — a exemplo de cmg (comigo), 9dad (novidade) e naum (não) — e onomatopeias, como hahahha para designar gargalhada. Trata-se do miguxês*, uma variação da Língua Portuguesa que virou mania entre os adolescentes. *O miguxês é uma corruptela da palavra amiguxo, ou seja, amiguinho.
Texto 1
Beverly Plester, professora de psicologia da Universidade de Coventry, na Inglaterra, depois de acompanhar os hábitos de 88 estudantes de 10 a 12 anos, concluiu que esse, digamos, estilo de escrita, em vez de emburrecer, pode até melhorar as habilidades linguísticas. Para Plester, tais abreviações fonéticas são positivas porque possibilitam uma forma de envolvimento voluntário com a linguagem escrita motivada pela diversão:
“Quanto mais experiência uma criança tem com o mundo da escrita e quanto melhor é seu conhecimento dos fonemas, mais forte é sua habilidade de ler e escrever. E, claro, nos damos melhor nas atividades que fazemos por diversão”.
David Crystal, professor de linguística da Universidade de Wales, chama isso de pânico moral em seu livro Txtng — Gr8Db8 (“Texting — o Grande Debate”), ainda sem versão em Português. Para o acadêmico, não há provas de que as novas maneiras de se comunicar por torpedos ou por linguagem abreviada que se usa na Internet estejam detonando o inglês.
Texto 2
Nem todo mundo concorda com o raciocínio de Beverly. Para o radialista e apresentador de TV inglês John Humphrys, os adeptos das abreviações e onomatopeias são verdadeiros vândalos gramaticais. “Eles estão pilhando nossa pontuação, brutalizando nossas sentenças, violando nosso vocabulário. E precisam ser impedidos.”
Tiraboschi, Juliana. Galileu. Globo. abr. 2009, 213 ed. p. 16. *Adaptado: Reforma Ortográfica.
Nesses textos, as opiniões sobre “os textos caracterizados por abreviações gráficas usados na Internet e nas mensagens de celular” são
- A) científicas.
- B) complementares.
- C) contraditórias.
- D) semelhantes.
A resposta correta é a letra C)
Nos textos apresentados, as opiniões sobre o uso de abreviações gráficas na internet e mensagens de celular são contraditórias, conforme indica a alternativa C.
No Texto 1, a professora Beverly Plester defende que essa forma de escrita pode melhorar as habilidades linguísticas das crianças, argumentando que o envolvimento lúdico com a linguagem escrita fortalece a capacidade de leitura e escrita. David Crystal complementa essa visão ao questionar o "pânico moral" em relação a essas abreviações, afirmando não haver evidências de que elas estejam prejudicando a língua.
Já no Texto 2, o radialista John Humphrys apresenta uma perspectiva oposta, classificando os usuários dessas abreviações como "vândalos gramaticais" que estariam danificando a língua portuguesa em seus aspectos de pontuação, estrutura de frases e vocabulário.
Esta oposição clara entre uma visão positiva/acadêmica e uma visão negativa/crítica caracteriza uma contradição fundamental nas opiniões apresentadas sobre o fenômeno linguístico.
Questão 2
Texto 1
O melhor emprego do mundo
Quem nunca pensou em abandonar a rotina de trabalho desgastante, desistir de encarar o trânsito diário e se mudar dos centros urbanos para viver e trabalhar com tranquilidade em uma ilha paradisíaca? O emprego dos sonhos existe e foi anunciado nesta terça-feira pelo estado de Queensland, na Austrália. Os interessados em ocupar a vaga disponível no “melhor trabalho do mundo” poderão se candidatar para se tornar o zelador de uma ilha australiana.
O local de trabalho será a ilha Hamilton, uma das 600 que formam a Grande Barreira de Corais. O contrato do empregado prevê um salário de 105.000 dólares por seis meses, o equivalente a cerca de 20.000 dólares por mês. Além disso, o novo funcionário também receberá “vale transporte”: passagens aéreas gratuitas para poder viajar a partir de seu país de origem.
Em contrapartida, o zelador da ilha paradisíaca terá que coletar correspondências, passear pelas areias brancas, alimentar tartarugas marinhas e peixes, “talvez limpar piscinas” e observar o mergulho das baleias. Outra responsabilidade do novo funcionário será fazer posts diários em um blog, incluindo fotos e vídeos mostrando como foi o dia.
O novo empregado não precisará se preocupar com suas acomodações. O governo australiano disponibilizará uma casa com três quartos e sacadas com vista para o mar, além de um buggy para transporte na ilha. […]
Segundo o premiê, a oferta do “melhor emprego do mundo” visa estimular o turismo na ilha, que foi afetado pela crise financeira mundial.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional /melhor-emprego-mundo-414063.shtml>. Acesso em: 24 mar. 2010.
Texto 2
Procura-se
Um emprego legal, em jornalismo (se é que isso é possível). Que me garanta o leite da criança e que me dê a chance de ver meu filho uma vez por dia.
Em contrapartida, conto boas piadas durante o expediente, sei fazer um café razoável e escrevo decentemente.
Alguém me contrata? Alguém me dá freela?
Alguém me pede um café? Isso é sério. Juro.
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/Snteg H0hdCI/classificados_emprego.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2010.
Sobre o que seria um bom emprego, esses textos apresentam opiniões
- A) complementares.
- B) confusas.
- C) diferentes.
- D) semelhantes.
A resposta correta é a letra C)
Os textos apresentam concepções distintas sobre o que seria um bom emprego, configurando opiniões diferentes. O Texto 1 descreve um emprego idealizado, com altos salários, benefícios luxuosos e localização paradisíaca, enfatizando aspectos materiais e de lazer. Já o Texto 2 aborda uma perspectiva mais pragmática e humana, priorizando estabilidade financeira básica ("leite da criança") e convivência familiar, com trocas simples de habilidades. Essa contraposição entre idealização e realidade, entre luxo e necessidades cotidianas, evidencia visões fundamentalmente diferentes sobre o significado de um bom trabalho.
Questão 3
Horas a mais, horas a menos
Está em tramitação no Senado, o projeto de Emenda Constitucional que propõe a redução da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais.
Texto 1
A Central Única de Trabalhadores e a Força Sindical estimam a geração de 3 milhões de postos de trabalho a partir da alteração da legislação. Para o professor de Sociologia da Unicamp, Ricardo Antunes, o projeto ampliaria as oportunidades de quem ainda não conseguiu emprego formal.
Texto 2
O professor José Pastori disse ao portal GI que “a redução da jornada de trabalho pode acelerar a automatização das linhas de produção e provocar demissões”.
Revista Semana. Ano 2, n. 24. 26 de junho de 2008. p. 34. Adaptado.
Em relação à redução da jornada de trabalho, os dois textos apresentam opiniões
- A) complementares.
- B) contrárias.
- C) favoráveis.
- D) semelhantes.
A resposta correta é a letra B)
Os dois textos apresentam opiniões contrárias em relação à redução da jornada de trabalho. O Texto 1 defende a proposta, argumentando que ela geraria 3 milhões de empregos e ampliaria oportunidades para quem busca trabalho formal, conforme a visão da Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical e do professor Ricardo Antunes. Já o Texto 2, baseado na declaração do professor José Pastori, alerta que a redução poderia acelerar a automatização e provocar demissões. Portanto, as posições são opostas e contraditórias, caracterizando-se como contrárias.
Questão 4
Texto I
Mapa da devastação
Revista Isto É
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais terminaram mais uma etapa do mapeamento da Mata Atlântica. O estudo iniciado em 1990 usa imagens de satélite para apontar o que restou da floresta que já ocupou 1,3 milhões de km², ou 15% do território brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão da motosserra. Nos últimos 15 anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Texto II:
Há qualquer coisa no ar do Rio além das favelas
Revista Época
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no Rio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento nas cristas das serras, que espalha cerca de 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800 gramados do Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes ameaçadas de desmoronamentos. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ângulo que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível, como cafezais.
Com base nas idéias dos textos, podemos dizer:
- A) A estrutura é igual, mas as idéias divergem.
- B) Possuem estruturas diferentes e idéias parecidas.
- C) Os dois textos são semelhantes.
- D) O conteúdo das informações dos dois textos é igual.
A resposta correta é a letra A)
Com base na análise dos dois textos, podemos afirmar que a resposta correta é a letra A, pois ambos os textos compartilham uma estrutura semelhante de reportagem jornalística com título, fonte e desenvolvimento de informações, mas apresentam ideias completamente divergentes sobre a situação da Mata Atlântica no Rio de Janeiro.
O Texto I, "Mapa da devastação", apresenta uma perspectiva negativa e alarmista, focando no desmatamento e na destruição da Mata Atlântica. Utiliza dados quantitativos para reforçar a ideia de degradação ambiental, caracterizando o Rio de Janeiro como "campeão da motosserra" com aumento do desmatamento.
Já o Texto II, "Há qualquer coisa no ar do Rio além das favelas", oferece uma visão positiva e otimista, destacando os esforços de reflorestamento e a recuperação ambiental. Descreve poeticamente a transformação da paisagem com o replantio de mudas nativas, resultando em "colinas coroadas por labirintos verdes".
Assim, enquanto ambos os textos tratam do mesmo tema (a Mata Atlântica no Rio) com estrutura jornalística similar, suas abordagens e conclusões são diametralmente opostas: um enfatiza a destruição e o outro a recuperação ambiental.
Questão 5
TEXTO 1
As denominadas cotas raciais são criações artificiais para beneficiar determinados grupos em detrimento da maioria, sendo, portanto, incoerentes e ilógicas. A falta de sentido já começa na sua denominação. Como se definem as raças entre os seres humanos? Usa-se algum critério da zoologia, a exemplo dos animais? Qual o critério objetivo para classificar quem é preto ou branco? E os mestiços, que são a maioria da população brasileira, como são classificados? Por porcentagem das cores em cada um? Os tribunais raciais de algumas universidades públicas, então, chegam ao cúmulo do absurdo: classificam as pessoas por raças somente pelo olhar da fotografia!
ACSIT (por e-mail, 04/06/09.)
Vocabulário: em detrimento – em prejuízo
TEXTO 2
A todos os que criticam o sistema de cotas raciais, antes de tudo deveriam identificar a sua raça, para atestar se passaram por todo o tipo de preconceito por que passam os negros até hoje neste país, e só quem é negro sabe e sente. Parabéns, Elio Gaspari, pelo artigo que desmistifica toda a argumentação anticotas. Esse, sim, um branco de “alma negra”. Alma desprovida de preconceitos, movida pelo amor e pela vontade de ocupar os espaços da sociedade, que hoje são negados por não se ter a escolaridade necessária.
LHDS (por e-mail, 05/06/09.) O Globo. Cartas dos Leitores, 07 de junho de 2009.
Em relação aos textos 1 e 2, pode-se afirmar que
- A) o texto 1 apresenta opinião favorável ao sistema de cotas; o texto 2 apresenta crítica ao sistema de cotas das universidades públicas.
- B) o texto 1 considera as cotas incoerentes e ilógicas; o texto 2 aprova o sistema de cotas.
- C) o texto 1 define as raças entre os seres humanos; o texto 2 relata o preconceito pelo qual os negros passam até hoje.
- D) o texto 1 concorda com os tribunais raciais de algumas universidades públicas; o texto 2 apresenta opinião favorável ao sistema de cotas.
A resposta correta é a letra B)
A resposta correta é a letra B porque:
O texto 1 claramente se posiciona contra o sistema de cotas raciais, caracterizando-as como "criações artificiais", "incoerentes e ilógicas". O autor questiona os critérios de definição racial e critica os métodos de classificação, demonstrando uma visão contrária à política de cotas.
O texto 2, por sua vez, defende o sistema de cotas ao argumentar que apenas quem é negro compreende verdadeiramente o preconceito sofrido e apoia explicitamente o artigo favorável às cotas mencionado. A expressão "parabéns" e a descrição positiva do autor do artigo indicam aprovação ao sistema.
As demais alternativas estão incorretas porque: a letra A inverte as posições dos textos; a letra C atribui incorretamente ao texto 1 a definição de raças (quando na verdade ele questiona essa definição); e a letra D afirma erroneamente que o texto 1 concorda com os tribunais raciais (quando na verdade os critica como "absurdo").
Questão 6
Texto I
“Coleira” é necessária para alguns IÇAMI TIBA
[…]
Quem vai dizer se tem de haver um controle ou não é a própria vida que o adolescente leva nesse processo de “segundo parto” — porque a adolescência é o segundo parto para ganhar a autonomia comportamental.
Agora, uma vez que ele não se mostre competente para ditar os próprios rumos e, em vez de ir à escola fica no bar da esquina, o controle é necessário.
Nesse contexto, aparelhos rastreadores capazes de deixar os filhos localizáveis o tempo todo, que chamo de “coleira virtual”, são bastante viáveis.
Esses jovens que precisam de controle não tomam as medidas de proteção necessárias e acabam se expondo a todo o tipo de perigo. Em vez de manter a família informada, simplesmente desaparecem. Os pais têm de impor limites: se largar o celular em qualquer lugar, então não merece sair.
Nesse ponto, tem de ser um pouco mais radical, porque alguns adolescentes transcendem os limites, e os pais só vão saber na hora de tirá-los, na melhor das hipóteses, da delegacia.
Assim como há jovens que podem ir para a “balada” sem maiores preocupações, existem outros que precisam, sim, dessa “coleira virtual”.
TIBA, Içami. “Coleira” é necessária para alguns. Folha de São Paulo. Último acesso:19/09/2013.
Texto II
Trocamos educação por tecnologia?
[…]
O controle é eficiente para acalmar as aflições dos pais. É eficiente, ainda, para provocar efeitos colaterais dos mais indesejáveis, e outros riscos. Vejamos.
Em primeiro lugar, se tem quem controle o jovem, por que haveria ele de se responsabilizar pelo autocontrole? Mais fácil deixar para os pais essa tarefa difícil já que eles assim o desejam. Em segundo, tem a dificuldade da construção da privacidade. E sem privacidade, não há intimidade. E tem mais, ainda: se os pais não acreditam que o filho seja capaz de avaliar situações de risco, de se proteger, de caminhar com as próprias pernas, por que ele mesmo acreditaria?
Pensando bem, é uma bobagem preocupar-se com isso. Os jovens sempre têm respostas inteligentes para propostas medíocres. Eles encontrarão um jeito de burlar o dispositivo. Não são eles os melhores no uso da tecnologia?
SAYÃO, Rosely. Trocamos educação por tecnologia? Folha de São Paulo. Último acesso:19/09/2013.
Ao compararmos os dois textos constatamos que
- A) o texto I aborda o direito à privacidade dos jovens.
- B) o texto II aborda medidas de proteção aos jovens.
- C) os textos I e II abordam “o controle da vida dos filhos” sob pontos de vistas iguais.
- D) os textos I e II abordam “o controle da vida dos filhos” sob pontos de vistas opostos.
A resposta correta é a letra D)
Ao analisar comparativamente os textos I e II, observa-se que ambos abordam a questão do controle parental sobre a vida dos filhos, porém sob perspectivas diametralmente opostas.
O texto I, de Içami Tiba, defende a necessidade do controle através do que denomina "coleira virtual", argumentando que adolescentes que demonstram incompetência em gerir sua própria vida - como abandonar estudos para frequentar bares - necessitam de dispositivos de rastreamento e limites impostos pelos pais. O autor justifica essa posição citando riscos reais que esses jovens enfrentariam sem supervisão.
Já o texto II, de Rosely Sayão, apresenta uma visão crítica sobre esse mesmo controle, argumentando que a vigilância excessiva pode gerar efeitos colaterais indesejáveis: prejudica o desenvolvimento da responsabilidade, dificulta a construção da privacidade e intimidade, e pode minar a autoconfiança dos jovens. A autora ainda sugere que os jovens encontrariam maneiras de burlar tais dispositivos.
Portanto, enquanto o texto I defende o controle como medida protetiva necessária, o texto II o questiona como potencialmente prejudicial ao desenvolvimento adolescente, configurando efetivamente pontos de vista opostos sobre a mesma questão central.
Questão 7

A moda e a publicidade
Ana Sánchez de la Nieta
[…]
Se antes os ídolos da juventude eram os desportistas e os atores de cinema, agora são as modelos. […]. Se, no passado, as mulheres queriam presidir Bancos, dirigir empresas ou pilotar aviões, hoje muitas só sonham em desfilar pela passarela e ser capa da “Vogue”.
A vida de modelo apresenta-se para muitas adolescentes como o cúmulo da felicidade: beleza, fama, êxito e dinheiro. […]
[…] Os aspectos relacionados com o físico são engrandecidos. Esta é uma constante da chamada civilização da imagem, imperante na atualidade.[…] O tipo de atração que hoje impera é o de uma magreza extrema. Esta é a causa principal de uma enfermidade que ganha cada vez mais importância na adolescência: a anorexia, uma perturbação psíquica que leva a uma distorção, a uma falsa percepção de si mesmo. Na maioria dos casos, esta enfermidade costuma começar com o desejo de emagrecer. Se alguém se julga gordo sente-se rejeitado por esta razão. Pouco a pouco deixa de ingerir alimentos e perde peso. No entanto, a pessoa continua a considerar-se gorda, persiste a insegurança e começa a sentir-se incapaz de comer. Esta enfermidade leva a desequilíbrios psíquicos que podem acompanhar a pessoa para o resto da sua vida e em não raras ocasiões provoca a morte.
Fonte: http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo346.shtml
Texto II
In CEREJA, William Roberto. Português: linguagens, 9º. Ano. São Paulo: Atual, 2006.
Comparando os dois textos, pode-se dizer que tratam do mesmo tema, porém
- A) o texto 1 informa sobre o problema da anorexia e o 2, de forma humorística, faz uma crítica à magreza das modelos.
- B) o texto 1 critica as modelos por seguirem a civilização da imagem e o 2 defende a perspectiva da civilização da imagem.
- C) o texto 1 defende as modelos que sofrem de anorexia e o texto 2 indica os problemas mais comuns das modelos.
- D) o texto 1 explica os problemas decorrentes da anorexia e o texto 2 elogia a magreza extrema das modelos.
A resposta correta é a letra A)
A resposta correta é a letra A porque:
O texto I apresenta uma análise crítica sobre como a moda e a publicidade influenciam os ideais de beleza, destacando especificamente os perigos da anorexia como consequência da valorização da magreza extrema. Já o texto II, conforme indicado na referência bibliográfica, utiliza uma abordagem humorística para criticar esse mesmo padrão de magreza excessiva nas modelos. Ambos os textos abordam a mesma temática - os padrões estéticos na moda e seus impactos - mas o primeiro o faz de forma informativa e alertando sobre riscos à saúde, enquanto o segundo emprega o humor como ferramenta de crítica social.
As demais alternativas estão incorretas porque: a opção B é inválida já que nenhum dos textos defende a civilização da imagem; a opção C é errônea pois o texto I não defende modelos com anorexia, mas alerta sobre a doença; e a opção D é incorreta porque o texto II, sendo humorístico, não elogia e sim critica a magreza extrema.
Questão 8
Texto 1
Mapa Da Devastação
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais terminaram mais uma etapa do mapeamento da Mata Atlântica (www.sosmataatlantica.org.br). O estudo iniciado em 1990 usa imagens de satélite para apontar o que restou da floresta que já ocupou 1,3 milhão de km2, ou 15% do território brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão da motosserra. Nos últimos 15 anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Revista Isto É – nº 1648 – 02-05-2001 São Paulo – Ed. Três.
Texto 2
Há qualquer coisa no ar do Rio, além de favelas
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no Rio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento na crista das serras, que espalha cerca de 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800 gramados do Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes ameaçadas de desmoronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ângulo que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível, como cafezais.
Revista Época – nº 83. 20-12-1999. Rio de Janeiro – Ed. Globo. p. 9.
Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
- A) a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro.
- B) as encostas cariocas estão cada vez mais povoadas.
- C) as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.
- D) o replantio segura encostas ameaçadas de desabamento.
A resposta correta é a letra A)
O primeiro texto, publicado em 2001, apresenta o Rio de Janeiro como "campeão da motosserra" com desmatamento crescente da Mata Atlântica, indicando um cenário de devastação ambiental. Já o segundo texto, de 1999, destaca iniciativas de reflorestamento que plantaram "cerca de 2 milhões de mudas nativas" e modificaram positivamente a paisagem carioca. A declaração "a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro" (alternativa A) contradiz diretamente a informação do primeiro texto sobre o aumento do desmatamento, pois enquanto um enfatiza a destruição, o outro evidencia a recuperação ativa da vegetação nativa.
Questão 9
Limites ao fumo
Texto I
“Países desenvolvidos estão tentando limitar o fumo até no meio da rua, pois isso afeta os não fumantes.Mas no Rio de Janeiro nem as leis que proíbem o fumo em Shopping Centers e supermercados ( até nas seções de hortifruti) são respeitadas, obrigando quem não fuma ao convívio com essa poluição.Parte da responsabilidade da desobediência deve ser creditada aos donos dos estabelecimentos,que não orientam clientes e funcionários”.
Disponível em http://blog-institutoauxiliadora.blogspot. com.br/2012/03/aula-3-carta-do-leitor.html. MARCOS DE LUCA ROTHEN. (por e-mail,( 13/11),Niteroi, Rio de Janeiro.Acesso em 24/03/2014.
Texto II
“A proposta de incluir no Código de Trânsito a proibição de dirigir fumando só pode ser mais uma tentativa de obter mais dinheiro com multas.Dirijo a quase 30 anos e nunca fui responsável por uma batida. Muitas vezes o cigarro é que mantém o motorista desperto, principalmente quando dirigindo em estrada. Em vez de propor tal absurdo digno de colégio interno, por que não se cuida de meios ou de solução para desenvolver o país”.
Disponível em http://blog-institutoauxiliadora.blogspot. com.br/2012/03/aula-3-carta-do-leitor.. CARLOS ROCQUE DA MOTTA (por e-mail,14/ 11),Rio.Acesso em 24/03/2014.
Nesses textos, em relação à proibição do uso do cigarro, as opiniões expressas são
- A) complementares.
- B) divergentes.
- C) ambíguas.
- D) distintas.
A resposta correta é a letra D)
Nos textos apresentados, as opiniões expressas sobre a proibição do uso do cigarro são distintas. O Texto I defende a aplicação rigorosa das leis antitabaco, criticando a falta de fiscalização em estabelecimentos comerciais e destacando os malefícios do fumo passivo para não fumantes. Já o Texto II questiona a proibição de fumar ao volante, argumentando que a medida seria apenas uma forma de arrecadar multas e que o cigarro pode até auxiliar na manutenção da atenção do motorista. Embora ambos abordem restrições ao fumo, suas perspectivas são diferentes: um foca na proteção coletiva e no cumprimento da lei, enquanto o outro prioriza a liberdade individual e questiona a eficácia da proibição. Portanto, as opiniões não são complementares (A), pois não se somam; não são divergentes (B), já que não há confronto direto entre elas; e não são ambíguas (C), pois cada uma apresenta uma posição clara, ainda que distinta.
Questão 10
Duas opiniões diferentes sobre um mesmo assunto
O articulista da revista Veja, Claudio de Moura Castro, no seu artigo “Vamos de Mal a Pior?”, publicado esta semana, trata de um assunto que hoje é muito frequente, a comparação entre o mundo atual e o passado não muito recente. Nesse seu artigo, após estabelecer as comparações inevitáveis, entre o passado e o presente, conclui o seu estudo comparativo, chegando à seguinte conclusão: que em que pese os graves problemas do mundo atual, a humanidade experimenta dias melhores.
Já o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, no seu artigo semanal do jornal Folha de São Paulo, “Tudo podia Ser Pior”, do dia 13/02, no caderno Ilustrada, traça um panorama um tanto quanto pessimista do mundo atual e, para exemplificar esse mundo terrível em que nós vivemos (eu, ele, você), conta um caso de um amigo seu que abandonou São Paulo e seguiu em direção ao Rio de Janeiro para fugir da pressão psicológica, do consumismo, da pressa, do imediatismo, da crueldade dos negócios do toma lá da cá, que marcam a temperatura humana da nossa maior cidade. Concluindo esse seu artigo, Carlos Heitor Cony nos conta uma triste história de um seu amigo, que, num momento de lucidez, meteu uma bala na cabeça, não quebrou a cabeça, mas quebrou a sua cara, pois a bala resvalou e ele ficou apenas ferido, doido e vivo contra a sua vontade.
Sou obrigado a concordar em parte com que escreveu Claudio de Moura Castro, pois é inegável que, em alguns aspectos, o mundo evoluiu da barbárie para a civilização, mas acontece que, a partir das últimas décadas do século XX e dos primeiros anos do século XXI, o mundo começou a regredir.
Tomemos, como exemplo, as perdas de direitos trabalhistas, conquistados a duras penas pelo trabalhador através da organização sindical (sindicato), que hoje não passa de abrigo para sindicalistas pelegos e para compor um cenário de democracia plena. A violência é outro dado assustador, com as pessoas vivendo nas grandes cidades, como se estivessem morando numa Selva de Pedra, com o bicho homem sendo o algoz, carrasco do próprio homem.
Só para ficarmos num exemplo recente, a tentativa de Hugo Chavez em se eternizar no poder na Venezuela. Já disse e repito: reeleição e eleição ilimitada é um tipo de ditadura disfarçada. Na Venezuela, os outros poderes que legitimam uma democracia foram praticamente eliminados.
Disponível em:http://www.portalaz.com.br/noticia/geral/130614. Acesso em: 01/04/2015.
No texto, as opiniões de Claudio de Moura Castro e de Carlos Heitor Cony em relação à comparação do mundo atual e o passado não muito recente são
- A) contrárias.
- B) excludentes.
- C) semelhantes.
- D) complementares.
A resposta correta é a letra A)
As opiniões de Claudio de Moura Castro e Carlos Heitor Cony apresentam visões fundamentalmente opostas sobre a comparação entre o mundo atual e o passado, configurando-se como posicionamentos contrários.
Claudio de Moura Castro, em seu artigo "Vamos de Mal a Pior?", defende uma perspectiva otimista ao concluir que, apesar dos problemas contemporâneos, a humanidade vive dias melhores atualmente. Seu posicionamento enfatiza a evolução da barbárie para a civilização, reconhecendo avanços civilizatórios em relação ao passado.
Em contrapartida, Carlos Heitor Cony, em "Tudo podia Ser Pior", adota uma visão profundamente pessimista, descrevendo o mundo atual como terrível, marcado por pressão psicológica, consumismo, imediatismo e crueldade nas relações humanas. Seu relato sobre o amigo que tentou suicídio serve como metáfora dessa deterioração social.
A oposição entre essas perspectivas é evidente: enquanto Castro enxerga progresso e melhoria, Cony visualiza decadência e piora nas condições humanas. Essa contradição direta entre otimismo e pessimismo caracteriza claramente opiniões contrárias sobre o mesmo assunto.