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Nesse texto, os nomes “Moreirão”, “Moreirinha” e “Orlandinho” no aumentativo e no diminutivo são exemplos de linguagem A) informal. B) literária. C) regional. D) técnica.

O juiz

    Houve uma reunião do Moreirão e do Moreirinha comigo e com o Orlandinho, três dias antes do jogo, para tratar de um assunto importante. Quem seria o juiz? Quem apitava os jogos do Universal, normalmente era o seu Bruno, da farmácia. Mas o seu Bruno da farmácia não era de confiança. Às vezes se distraía, uma vez saíra no meio do jogo, dizendo “Continuem, continuem”, para ir à farmácia dar uma injeção, e confessava que não gostava de marcar pênalti. “Não sou de dar pênalti”, dizia, como se fosse uma prova de bom caráter. Dava injeção sem dó, mas não dava pênalti. O seu Bruno da farmácia não servia.

    Propus o coronel Demétrio que gostava de assistir aos jogos no campinho, parecia conhecer as regras de futebol e, como militar, imporia respeito dos dois lados.

    — O quê?! — disse o Moreirão. — O coronel Demétrio mal pode caminhar!

    — Ele não precisa se mexer muito.

    — Duvido que ele ainda possa soprar um apito!

    — Está certo — concedi.

    O coronel Demétrio também foi vetado.

    — E o Lúcio? […]

    Também foi vetado.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. O juiz. In: O cachorro que jogava na ponte esquerda. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010. p. 40-42. Fragmento.

Nesse texto, os nomes “Moreirão”, “Moreirinha” e “Orlandinho” no aumentativo e no diminutivo são exemplos de linguagem

Resposta:

A resposta correta é a letra A)

O uso dos nomes "Moreirão", "Moreirinha" e "Orlandinho" no texto de Luís Fernando Veríssimo representa um exemplo claro de linguagem informal. Essas formas derivadas por sufixos aumentativos e diminutivos são características típicas da comunicação coloquial, estabelecendo um tom de proximidade e familiaridade entre os personagens e situações narradas.

Na língua portuguesa, os sufixos -ão (aumentativo) e -inho (diminutivo) frequentemente carregam conotações afetivas ou avaliativas que transcendem a simples indicação de tamanho. No contexto narrativo, essas formas contribuem para:

  • Criar atmosfera de intimidade entre os personagens
  • Estabelecer registro linguístico descontraído
  • Refletir uso espontâneo da linguagem no diálogo cotidiano
  • Transmitir nuances de afeto ou ironia nas relações interpessoais

Embora o texto pertença a uma obra literária, o recurso específico dos sufixos aumentativos e diminutivos aplicados a nomes próprios configura-se como elemento da linguagem informal, distinguindo-se de características da linguagem literária (que envolve maior elaboração estética), regional (vinculada a particularidades geográficas) ou técnica (voltada para terminologias especializadas).

Essa escolha linguística do autor reforça o caráter coloquial da narrativa, aproximando o leitor do universo representado e conferindo autenticidade às interações entre os personagens.

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